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Cultura | 05.11.12 - 19h15

6º Caminhada de Terreiros de Pernambuco reuniu cerca de duas mil pessoas

O encontro abre as comemorações do Dia da Consciência Negra

[caption id="attachment_27996" align="alignleft" width="334"] O encontro abre as comemorações do Dia da Consciência Negra. Foto: Irandi Souza[/caption]

Com objetivo de fortalecer a religião afro-brasileira e a luta pela igualdade racial, a 6º Caminhada de Terreiros de Pernambuco circulou pelas ruas do Recife, na tarde desta segunda-feira (05). O evento, que abre as comemorações do Dia da Consciência Negra, celebrado na data 20 de novembro, contou com a participação de dois mil representantes de terreiros pernambucanos.

“Buscamos mecanismos de igualdade religiosa e racial. O encontro representa os anseios da população afro-brasileira, que deseja uma sociedade sem preconceito. Infelizmente a intolerância religiosa ainda faz parte do cotidiano da população de terreiro”, ressaltou a diretora municipal de Igualdade Racial, Rosilene Rodrigues.

O ponto de partida aconteceu no Marco Zero e seguiu pelas vias da cidade até a Rua do Sol. Para encerrar, um louvor aos Orixás, em frente à Igreja do Carmo, no Memorial Zumbi dos Palmares, foi executado.

Para a coordenadora do evento, Mãe Elza de Yemoja, o resultado da caminhada tem sido satisfatório. “Reunir tanta gente de terreiro é a nossa maior alegria. Percebo que com este ato, atingimos nosso objetivo, pois a religião afro-brasileira cresce e se consolida. Lutamos contra a intolerância religiosa, pois queremos mostrar que vivemos num país laico”, afirmou.

Durante o cortejo, membros das religiões do candomblé, umbanda e a jurema sagrada homenagearam a herdeira da tradição Nagô, Mãe Amara de Aganjú, o sacerdote Pai Paulo Braz e Pai Adolfo de Sàngó, que há mais de 40 anos presta serviços à religião de matriz africana. Cada homenageado recebeu um troféu, que representava um instrumento religioso, o facão de Ogum. “Todos os anos eu participo dessa caminhada, que enfrenta o preconceito. Queremos mais respeito com nossa religião, afinal respeitamos todas as crenças”, disse emocionado, José Carlos do terreiro Ilé Xangó Aganjú.