Fórum de Gênero sobre violência é realizado pela Secretaria Especial da Mulher
A Prefeitura do Recife por intermédio da Secretaria Especial da Mulher realizou nesta quinta-feira, 29, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), na Boa Vista, o último ciclo de palestras e debates de 2012 do Fórum de Gênero do Recife. O tema foi: Violência urbana e a vulnerabilidade das mulheres na periferia.
O objetivo desse encontro, que teve parceria com a Unicap, foi reforçar a discussão de gênero no meio acadêmico sobre a valorização e promoção dos direitos das mulheres por viverem em um contexto de desigualdades. Os últimos três fóruns trataram de temas como tráfico de mulheres na Copa do Mundo e trabalho doméstico.
“Acredito que essa iniciativa também é uma maneira da gente desmitificar e dizer que o debate não é só das mulheres, ele é também da academia e dos homens da academia. Queremos mostrar o impacto que isso causa da vida das mulheres. Muitas delas as vezes estão focadas só na ação (como vai agir) e não pensam na formação delas mesmas e de quanto isso pode prevenir muita coisa. Estamos aqui para orientá-las”, afirma Liliana Barros, representante da Secretaria da Mulher.
A mesa foi composta pela representante do espaço de articulação Coletivo de Mulheres Lésbicas, Irene Freire, pela Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, com Cacilda Medeiros, o subcomandante Lenildo Ferreiro da Guarda Municipal e pelo coordenador do Centro de Referência Margarida Alves, Telmo Berenguer.
“Para fundamentar a participação da guarda referente a proteção da população vulnerável, é importante ressaltar que o papel da Guarda, prioritariamente , é a proteção do patrimônio que falando em relação ao município, são as pessoas. A guarda trabalha em alguns pontos e postos para tratar o tema violência das mulheres, como o Centro Clarice Lispector”, diz Lenildo Ferreira, subcomandante da Guarda Municipal.
Para a Secretaria de Direitos Humanos o importante é estar sempre reafirmando o compromisso a gestão pública a esse tipo de violência. A representante Cacilda Medeiros ao longo da palestra, acrescentou que tudo que dá vida a cidade promove a prevenção de violência, como por exemplo, a iluminação. Ela abordou sobre os pontos de drogas e paradas de ônibus pouco iluminados. “É mais fácil um assaltante abordar o sexo frágil e ainda mais se estivermos em um beco. É preciso a iluminação, até porque mesmo que não exista um abuso sexual, a mulher fica mais desesperada ainda se estiver em algum canto escuro”, concretiza Medeiros.
Dentre todos os tipos de violência contra a mulher, existentes no mundo, aquela praticada no ambiente familiar é uma das mais comuns. O lar, identificado como local acolhedor e de conforto passa a ser, neste caso,um ambiente de perigo contínuo que resulta num estado de medo e ansiedade permanentes. Envolta no emaranhado de emoções e relações afetivas, a violência doméstica contra a mulher se mantém, até hoje, como uma sombra em nossa sociedade. O termo Violência Contra as Mulheres,é definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), como sendo todo ato de violência que tem por base o gênero e que resulta em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico á mulher.Violência Doméstica também pode ser definida pela ação ou conduta de familiares ou pessoas que vivem na mesma casa (filhos, cônjuges, companheiros) que causem sofrimento físico, sexual e psicológico à mulher podendo levar até a morte.
Dia - O dia 25 de Novembro é conhecido como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher. A data foi instituída durante o 1º Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe (Bogotá, 1981), referenciando a memória das irmãs Mirabal, brutalmente assassinadas na República Dominicana durante o regime do ditador Trujillo, em 1960. As três irmãs lideravam um movimento de libertação política (Las Mariposas) juntos com seus maridos, familiares e demais participantes.