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O mês de março inicia com um alerta muito importante para as mulheres: a campanha Março Lilás - que conscientiza a população sobre o câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical. A doença, de acordo com  o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é a terceira mais frequente na população feminina, sendo causada pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Vírus esse que tem a vacinação como importante ferramenta no seu combate e prevenção, sendo oferecida nas mais de 150 unidades de saúde da Prefeitura do Recife para meninos e meninas de 9 a 14 anos.

“O Papilomavírus Humano é muito comum e, geralmente, as pessoas entram em contato com ele ao iniciar a vida sexual. Existem cerca de 150 tipos diferentes de HPV, alguns tipos relacionados a verrugas e 13 tipos mais relacionados com câncer, principalmente o de colo de útero, pênis e ânus. Vacinando contra o HPV na infância e adolescência, procura-se desenvolver a imunidade antes da primeira relação sexual”, detalha a pediatra da Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife, Deborah Gois.

O HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas nas regiões genitais e do ânus, e câncer, a depender do tipo de vírus. É uma infecção sexualmente transmissível (IST) que, muitas vezes, não provoca sintomas. Além da vacina, que é a forma mais eficaz de prevenir a doença, o uso do preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a vacinação contra HPV é feita para meninos e meninas, de 9 a 14 anos, com um esquema vacinal formado por duas doses, com um intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda. Na capital pernambucana, mais de 150 unidades de saúde da Prefeitura do Recife ofertam a aplicação desta vacina de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Esta vacina também pode ser aplicada em pessoas com condições clínicas especiais até os 45 anos (vivendo com HIV/AIDS, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos), uma vez que estes grupos apresentam baixa imunidade e estão mais suscetíveis a infecções. Para isso, é preciso apresentar uma solicitação médica que comprove a necessidade de receber o imunizante.

É importante salientar ainda que a vacina contra HPV não trata as infecções causadas pelo vírus. Nos casos em que a doença já foi detectada, é preciso iniciar o tratamento específico para cada caso, buscando sempre orientação médica adequada. Outro fator a ser destacado é que, mesmo que o esquema vacinal esteja completo, o uso do preservativo nas relações sexuais não pode ser negligenciado. 

Para agilizar a vacinação, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife recomenda que os usuários levem um documento de identificação, a carteira de vacinação e o cartão SUS ou CPF.

CÂNCER DE COLO DO ÚTERO - A infecção genital pelo vírus HPV é muito frequente e na maioria das vezes não causa a doença. No entanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer de colo do útero. 

“Dentro da rotina de saúde da mulher, que deve ser feita de forma periódica, é através do exame preventivo, conhecido popularmente como papanicolau, que a identificação dessas alterações celulares é feita. Com esse mapeamento, podemos traçar, dentro da Rede Municipal, o melhor tratamento para a mulher”, detalha a coordenadora de Saúde da Mulher do Recife, Evelyn Lins. 

Para ter acesso ao preventivo ginecológico, as mulheres moradoras do Recife devem procurar as suas unidades de saúde de referência. 

PROGRAMA ÚTERO É VIDA - Uma maneira mais simples e eficaz para detectar o câncer de colo de útero e reduzir a mortalidade por este tipo de doença. É com este propósito que a Prefeitura do Recife iniciou, em setembro do ano passado, a implementação do Programa Útero é Vida, que está sendo desenvolvido pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS).

A melhor forma de prevenção do câncer de colo de útero é através da identificação precoce do vírus HPV e, atualmente, isso é feito por meio do exame mais comum, o papanicolau - que coleta uma amostra do órgão. Com o uso do Kit Nacional de Biologia Molecular, a forma de realização será mais simples: utilizando um swab (semelhante ao usado nos testes da covid-19) que é introduzido na vagina para colher secreção sem necessidade de o instrumento tocar o colo do útero.