98% dos visitantes pretendem voltar ao Recife
Lenine levantou o público no segundo dia de shows, no palco do Marco Zero. (Foto: Marcelo Lyra)[/caption]
Passadas as comemorações profanas e religiosas de início de ano, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer, já começa a pensar no Carnaval de 2014, através da análise de pesquisas realizadas com visitantes e recifenses durante e pós-folia deste ano. Um total de 98% dos visitantes pretende voltar ao Carnaval do Recife (95% em 2012) e 99% recomendam a folia da Cidade (96% no ano anterior). Recife Antigo, a praia de Boa Viagem e o Galo da Madrugada foram as atrações mais visitadas e que mais agradaram durante o período de Carnaval na Cidade. Shoppings, museus, mercados, parques e restaurantes também entram na lista das visitas.
Dos visitantes que vieram para o Carnaval, 23% estavam vindo ao Recife pela primeira vez (contra 17% em 2012), enquanto 77% já tinham visitado outras vezes (83% no ano anterior). Ao todo, 98% pretendem voltar ao Recife como destino turístico (apenas 2% não sabem, não voltam ou não responderam) e 100% recomendam a Cidade para parentes e amigos. Do contingente que já havia visitado o Recife, 12% estavam curtindo o Carnaval local pela primeira vez (15% em 2012) e 88% já tinham vindo outra(s) vez(es), contra 85% no ano passado.
A folia no Recife este ano gerou uma movimentação econômica de R$ 603 milhões e recebeu um total de 718 mil visitantes. O montante inclui os gastos dos turistas e excursionistas e da própria população local, durante 15 dias, relacionados à festa (transporte, alimentação, hospedagem, fantasias e adereços). No ano passado, o incremento gerado foi de R$ 595 milhões e 710 mil pessoas visitaram a cidade. Em média, o recifense que pula Carnaval gasta R$ 31 a mais, com a folia, do que em dias normais. O gasto médio individual diário do turista passou de R$ 478 em 2012 para R$ 484 este ano. Já o excursionista, aquele que não se hospeda (passa o dia), gastou R$ 177.
Do total de visitantes (turistas e excursionistas), 35% vieram acompanhados da família (contra 41% em 2012), 30% com amigos (38% em 2012) e 22% optaram por viajar sozinhos (foram 14% no ano passado). O restante veio com família e/ou amigos e/ou namorado(a). A maioria dos visitantes (46%) ficou hospedada em casa de parentes e amigos (32% em 2012), enquanto 29% ficaram em hotel, pousada ou flat/apart hotel (23% no ano passado). Um total de 20% (contra 38% em 2012) não ficou hospedado, ou seja, veio para passar apenas o dia (excursionistas).
Em termos de hospedagem, a ocupação hoteleira ficou em 95% durante o período de Carnaval. Apesar de no ano passado a ocupação também ter atingido 95%, o período de Carnaval deste ano já foi comercializado com a expansão de leito nos hotéis, em função dos preparativos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo. A permanência média dos turistas no Recife foi de 13,8 dias no total (sendo 7,9 dias antes e durante o Carnaval e 5,9 dias após a folia).
Dos turistas que ficaram hospedados em hotel, 70% utilizaram o avião como meio de transporte (contra 60% em 2012), 9% vieram de ônibus (15% no ano passado) e 19% de automóvel (23% em 2012). Desse contingente hospedado em hotel, 31% vieram na companhia da família, 31% com amigos, 24% vieram sozinhos e 4% se hospedaram com parentes e amigos nos hotéis.
Dentro do universo de turistas, 36% vieram de outros estados nordestinos e 37% das demais regiões brasileiras. Entre os estados que mais receberam turistas, em primeiro lugar está São Paulo, seguido pelo Ceará. Em terceiro lugar ficaram empatados a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Do exterior, Recife recebeu um total de 8% dos turistas.
Questionados sobre o motivo de terem vindo ao Recife em fevereiro nos dias da folia, 70% dos turistas e excursionistas tinham o Carnaval na ponta da língua e 10% ressaltaram o Galo da Madrugada, 7% vieram visitar parentes, 5% estavam viajando a turismo, 4% a negócios/trabalho e 1% para visitar amigos. Para quem veio passar Carnaval, 89% programaram a viagem pessoalmente junto aos prestadores de serviço e 9% através de agências de viagem.
RECIFENSES
Já na pesquisa de opinião realizada, após a folia, com os residentes no Recife, 85,7% aprovaram o Carnaval e 80,4% haviam brincado no ano anterior. Desse contingente, 74,8% preferiram a folia de 2013 em relação ao ano passado. Noventa e três por cento gostaram das atrações e 89,9% acham que elas têm a ver com a folia.
Entre os pontos mais positivos da festa, 68,4% ressaltaram os blocos de rua; 50,6%, os shows gratuitos; 23,3%, a animação da cidade e 20,1% citaram a segurança. Já entre os pontos negativos, 42% opinaram sobre a necessidade de existir mais banheiros químicos. Para 77,6%, a segurança estava melhor este ano, comparada a 2012.
A folia não ficou concentrada: 84,3% já tinham ouvido falar nos polos descentralizados, sendo que 45,4% foi curtir o Carnaval nos polos de bairros, 38,4% ficaram apenas no Centro do Recife e 15,6% foram aos dois. Dos que foram aos polos descentralizados, 68,7% foram aos bairros de Alto José do Pinho, Casa Amarela e Nova Descoberta (RPA 3 - Noroeste); 64,3% foram para a Várzea (RPA 4 - Oeste); 63,7% preferiram Brasília Teimosa e Ibura (RPA 6 - Sul); 58% estiveram na Bomba do Hemetério e Chão de Estrelas (RPA 2 – Norte) e 52,4% preferiam Jardim São Paulo (RPA 5 – Sudeste).
No total, 95,4% costumam brincar o Carnaval, sendo 55,1% mulheres e 44,9% homens. A maioria (42,2%) tem entre 25 a 44 anos, e 24,5% possui de 45 a 59 anos Um total de 14,8% tem de 16 a 24 anos e 17,9% possui 60 anos ou mais. A grande maioria é da classe média (54,7% na CD), 35,3% na E e 9,9% na AB.
Os recifenses preferem pular Carnaval com familiares e amigos (60,5%) e 25,7% na companhia de marido/esposa, enquanto 11,4% gostam de brincar sozinhos. Para locomoção, 54,8% utilizaram o transporte público; 11,3% utilizaram carro; 5,9%, táxis; 4,5%, moto, 21% usaram outros meios e 2,5% não responderam.
O gasto médio estimado do recifense no Carnaval ficou em R$ 196,77. A maioria (22%) estimou gastar de R$ 51 a R$ 100. Em termos efetivos, o recifense desembolsou, em média, R$ 180,17, sendo que 22,2% gastaram até R$ 50. Entre os gastos, 61,5% foram com bebida, 24,7% com alimentação e 3,1% com transporte.
GANHO EXTRA
Do universo de entrevistados residentes no Recife, 91% afirmaram que não trabalharam nos dias de folia para ter um dinheiro extra. Mas 4,1% fizeram hora extra no trabalho, 3,3% trabalham por conta própria (informais) e 1,6% teve contrato temporário. Entre os que trabalharam durante o Carnaval, vale observar que o trabalho informal prevalece, exceto na classe CD, que estende a jornada com horas extras em seus postos de trabalho regulares.
Entre os 9% que trabalharam durante o Carnaval, 87,5% escolheram Recife para ganhar dinheiro, enquanto 8,9% optaram por Olinda. Sobre o tipo de trabalho, 53% eram vendas, 41,6% eram serviços e 5,5% outros diversos. Dos que trabalharam com vendas, 82,2% venderam cerveja; 10,5%, alimentação; 3%, vestuário; 2,4%, água mineral e 2% venderam artigos de Carnaval. Para 59,1%, as vendas foram em um local fixo, 37,9% foram vendedores ambulantes e 3% trabalharam das duas formas.
No universo das pessoas que trabalharam com serviços, 35,6% trabalharam com segurança/vigilância; 18,2% com música; 12,2% com copa e cozinha; 6,7% como motorista; 5,1% como garçom, 4,9% com costura e confecção e 17,3% com outros serviços. Em média, foram quatro dias trabalhados e 8,68 horas trabalhadas por dia. O faturamento médio durante o Carnaval foi de R$ 699,14. Para 41,7%, o faturamento durante os dias de Carnaval foi maior do que de um mês inteiro, enquanto 19,8% disseram que ganharam a mesma coisa e 12,9% afirmaram que ganharam menos.
METODOLOGIA
A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) ouviu um universo de 813 visitantes (turistas e excursionistas) entre os dias 8 e 11 de fevereiro deste ano. Já a pesquisa do Centro Integrado de Pesquisa e Comunicação (Cipec) escutou, entre os dias 18 a 20 de fevereiro, 1024 pessoas residentes no Recife, nas seis RPAs, com 16 anos ou mais e que tenham brincado o Carnaval na Cidade.