Angelo Venosa ganha exposição no MAMAM
O público do Recife terá, pela primeira vez, a oportunidade de apreciar o trabalho de um dos mais conceituados escultores brasileiros contemporâneos. A exposição Angelo Venosa ficará exposta no primeiro e segundo andar do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), na rua da Aurora, entre os dias 1º de outubro e 30 de novembro. A mostra, uma retrospectiva do artista paulistano, radicado no Rio de Janeiro, marca seus 30 anos de carreira, incluindo passagens pelas bienais de Veneza (1993), São Paulo (1987) e do Mercosul (2005). Antes do Recife, a mostra passou pelo MAM Rio em 2012; Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2013; e recentemente pelo Palácio das Artes em Belo Horizonte. A capital pernambucana encerra o roteiro de itinerância.
As obras que chegam ao MAMAM resumem o trajeto que se desenvolve desde os anos 1980 aos dias de hoje. Sem configurar-se como uma retrospectiva, nos exaustivos moldes tradicionais, parte de um repertório seleto de obras que expõem o percurso do método e suas questões fundamentais, com as formulações primordiais e os saltos poéticos operados ao longo do tempo. No total, a mostra reúne 35 esculturas, mas que não se orienta pela cronologia dos trabalhos, e mescla peças de diferentes datas e técnicas, procurando fomentar a compreensão de uma linguagem global, onde os processos e os conceitos se unem e se reclamam necessária e mutuamente.
“Entre o expressionismo e a geometria, o artesanato e a máquina, entre razão e delírio, Angelo Venosa cria situações fronteiriças, que se alternam do fragmento ao todo, do linear ao informe, do lírico ao fantasmático. Obra singular no panorama mundial da escultura contemporânea, seu trabalho tem a capacidade paradoxal de mover-se no terreno da história, mas sob a perspectiva da crítica e da transformação, de alternar o mundo dos sólidos com os vazios e, sobretudo, de expressar simultaneamente a intensidade das paixões e o recolhimento do silêncio”, diz a curadora Ligia Canongia.
“Começou sua experiência artística com a pintura, inicialmente aguada e delicada, mas logo percebeu o ímpeto pela quebra da tela e a busca da tridimensionalidade, quando rasgou o linho e introduziu um volume no rasgo. Detonava-se ali o interesse pelos estados transitivos, pela passagem entre as coisas e por processos ambíguos de construção, que passariam a vigorar no conjunto das esculturas futuras. A quebra da linearidade da superfície, com o ganho simultâneo de um elemento concreto e corpóreo, não apenas atestava sua inclinação escultural, como introduzia novas motivações para explorar a dinâmica do espaço e do tempo, diretamente vinculada ao real”, conta Ligia Canongia.
SOBRE O ARTISTA
Angelo Venosa (São Paulo, 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes dessa geração. Desde esse período, Venosa lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pela Bienal de Veneza (1993), Bienal de São Paulo (1987) e Bienal do Mercosul (2005). Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na praia de Copacabana/ Leme, no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba. Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de dois livros, publicados pela Cosac Naify, em 2008.
SERVIÇO:
Exposição ANGELO VENOSA
Local: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães/MAMAM (Rua da Aurora, 265, Boa Vista)
Abertura: 1º de outubro, a partir das 19h
Encerramento: 30 de novembro
Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 12h às 18h; sábados e domingos, das 13h às 17h.
Informações para o público: 81. 3355.6870 | 3355.6872
Entrada Franca