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Cultura | 02.02.15 - 17h09

Espetáculo "Não me abuse" encerra a programação do 21º Janeiro de Grandes Espetáculos

Apresentação retrata casos de violência e abuso sexual de crianças e adolescentes. (Foto: Inaldo Menezes/PCR)


Conscientizar e sensibilizar a sociedade com relação ao abuso sexual e exploração de crianças e adolescentes. Este foi o objetivo do espetáculo “Não me abuse”, encenado na noite do último domingo (1), no Teatro Luiz Mendonça, Parque Dona Lindu. A apresentação faz parte do Projeto Fábrica, ligado à Gerência da Política Municipal sobre Drogas da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife e encerrou o 21º Janeiro de Grandes Espetáculos. O projeto também acontece em parceria com a Gerência de Saúde Mental, Álcool e outras drogas, junto com o Movimento Cultural Fazendo Arte (MCFA).

Com a platéia lotada, os 25 atores proporcionaram aos presentes um verdadeiro carrossel de emoções, levendo-os do sorriso à reflexão em questão de segundos. Numa mistura de dança e diálogos, foram relatadas experiências de jovens que já sofreram algum tipo de abuso sexual ou exploração. Dentro das cenas eram encaixadas mensagens reforçando a importância de denunciar estes tipos de violência.

E para que tudo acontecesse de maneira tão singular, os jovens, que têm entre 14 e 28 anos, participaram de todo o processo do espetáculo, desde o figurino até a maquiagem. Genivaldo Francisco, coordenador do Projeto Fábrica, explicou que participam dos grupos jovens de toda cidade. “Inicialmente foram os jovens de Santo Amaro. Hoje, nós já temos aqui jovens de Casa Amarela, San Martin, Caxangá. Eles são multiplicadores dos direitos humanos. Passam muita verdade em tudo que fazem”, explicou.

Para o gerente de política municipal sobre drogas da Prefeitura do Recife, Antônio de Pádua, a ideia é expandir o projeto, conseguindo atingir um número bem maior de pessoas. “Nosso objetivo é levar a iniciativa do Fábrica para o campo audiovisual. Dessa forma, esses jovens terão mais horizontes para conhecerem e se interessarem”, planeja.

A auxiliar administrativa Caroline da Silva, de 35 anos, ficou encantada com o espetáculo. “A gente sai daqui pensando que pode olhar pro lado e ajudar outras pessoas. Às vezes desconfiamos, mas ficamos calados, o que é errado”.