Numa mistura colorida de tradição e diversidade, Marco Zero vibra com ícones da cultura popular e os furacões pop Gloria Groove e Pabllo Vittar
Na noite do Sábado de Zé Pereira (1), o palco do Marco Zero brilhou com a magia da música e da tradição, unindo os ritmos autênticos do povo recifense à energia de grandes como Maestro Forró e Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, Almir Rouche, Glória Groove e Pabllo Vittar. Com a praça lotada e o público encantado, o Carnaval do Recife 2025 acolheu, mais uma vez, todos os ritmos, vozes e expressões, demonstrando por que é imbatível, único e inconfundível.
O Recife Matriz da Cultura Popular entrou com tudo no palco do Marco Zero, trazendo a riqueza das manifestações culturais que, ano após ano, encantam turistas e locais. As vice-campeãs do Grupo Especial mostraram que a tradição ainda é o maior legado do carnaval pernambucano. A energia dos maracatus, o ritmo marcante dos caboclinhos e a beleza dos ursos e bois, fizeram o público se emocionar, e não faltaram aplausos ao se avistar os desfiles multicoloridos em cima do palco principal do Carnaval do Recife.
Diretamente de Itacoatiara, no Amazonas, Zac Silva, 26 anos, está vivendo sua primeira experiência no Carnaval de Recife, acompanhado de dois amigos que moram em João Pessoa. Encantado com a festa, ele não esconde a empolgação. “Minha cidade tem menos de 100 mil habitantes. Vim curtir o Carnaval daqui, que é incrível! Meus amigos sempre falavam que era maravilhoso, e agora eu vejo que é verdade. Vim especialmente para ver a Pabllo Vittar, né? A nossa rainha! Cheguei às três da tarde, vi as apresentações culturais e só saio daqui depois de assistir essa drag!”.
Logo após o desfile, o Maestro Forró e sua Orquestra Popular da Bomba do Hemetério tomaram o palco, espalhando o frevo por todos os cantos do Marco Zero. O público se rendeu à dança e à alegria, celebrando a tradição pernambucana. Entre os foliões, Robson José, 31 anos, vive intensamente o Carnaval do Recife há cinco anos. Pernambucano e professor de dança, ele destaca a força cultural da festa. “O Carnaval de Pernambuco é um dos melhores do país. Nossa identidade cultural é única. Eu vivo isso, o frevo está no nosso sangue! Trabalho com cultura, e cultura é dança. O frevo não é só festa, ele ensina sobre nossa história, sobre o legado dos que vieram antes e trouxeram essa alegria para que possamos viver isso hoje. É espetacular!”, afirma.
Com uma trajetória consagrada no frevo e na folia, o cantor Almir Rouche agitou os foliões com um repertório repleto de energia e alegria. Clássicos que atravessam gerações, como “Galo, Eu Te Amo”, marcaram sua apresentação, na qual ele saudou o majestoso Galo Cidadão Ecológico, que seguirá reinando na Ponte Duarte Coelho até o domingo (10).
Quando o palco do Marco Zero se iluminou para receber Gloria Groove, o Carnaval do Recife ganhou uma nova dimensão. Com uma performance exuberante e cheia de empoderamento, a cantora e drag queen transformou a praça em um verdadeiro espetáculo de celebração. Ao som de hits como “Vermelho” e “Nosso Primeiro Beijo”, a multidão se entregou à festa, abanando leques coloridos em um tributo à diversidade e à cultura LGBTQIAPN+.
Celene Sant’Ana, 21 anos, não teve dúvidas sobre onde queria passar o Carnaval. Com uma amiga morando no Recife, decidiu convidar outra de São Paulo e embarcou na sua primeira experiência na folia recifense. “Eu estou sem forças, extasiada! Não consigo descrever a emoção de estar aqui, estou muito feliz. É uma sensação indescritível, tudo está perfeito. Vim ontem, vim hoje, vou vir amanhã… estou aproveitando todos os dias porque está simplesmente maravilhoso. E chegamos cedo, por volta de cinco e meia, seis horas. Fomos passando de palco em palco, mas esse aqui é, sem dúvida, o melhor!”
Por fim, Pabllo Vittar levou o público ao delírio, mostrando por que é uma das maiores vozes do pop brasileiro. Com uma performance de tirar o fôlego, a cantora também celebrou a diversidade e a liberdade, fazendo o Marco Zero ferver com seu carisma e sua energia contagiante.