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Cultura | 02.05.13 - 18h49

PCR defende inclusão de parto humanizado no SUS

[caption id="attachment_33874" align="alignleft" width="680"] O tema foi discutido em Audiência Pública realizada hoje (2), na Câmara de Vereadores. (Foto: Ivanildo Francisco/PCR)[/caption]


 
A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria da Mulher, defendeu em Audiência Pública, realizada nesta quinta-feira (2) no Plenarinho da Câmara de Vereadores do Recife, a importância da inclusão do parto humanizado ou natural, acompanhado por parteira tradicional (e doula), no Sistema Único de Saúde. Participaram da discussão, promovida por iniciativa da vereadora Isabella de Roldão,  a secretária municipal da Mulher, Sílvia Cordeiro, o Gestor da Gerência de Atenção à Saúde da Mulher do Estado, Olímpio Moraes, a representante das parteiras, Maria dos Prazeres, Marcely Carvalho, Coordenadora do Cais do Parto e a coordenadora do Instituto Nômades, Daniela Gayoso.

O debate contou com o testemunho de Parteiras vindas do Agreste e da Região Metropolitana do Recife; a maioria das cidades de Jaboatão dos Guararapes e Caruaru, que, a exemplo da capital, também contam com associação que reivindicam direitos e deveres no exercício da função. “O parto seja livre escolha das mulheres. Feito em casa, ou na maternidade, com o ou a profissional de preferência da mulher. O SUS (Sistema Único de Saúde) tem que estar preparado para todas as situações”, pontuou Sílvia Cordeiro.

A representante das parteiras, Maria dos Prazeres, que já partejou o nascimento de quase seis mil crianças, muitas hoje em idade adulta, sem um óbito sequer, revelou em sua fala os desafios enfrentados pelas parteiras. “Minhas mãos são limpas, não entendo como se pode interromper uma vida. Isso nunca me aconteceu. Mas já tive que tirar uma criança morta do ventre de uma mãe vinda de uma maternidade. Apesar de alguns tratarem com diferença, nós parteiras, em geral, somos muito respeitadas. Eu, dessa estatura, não temo bandido, nem área perigosa ou acidentada. Quando vou fazer um parto, o bandido do local pega na minha mão e ajuda a chegar até a mulher parindo. Da mesma forma que os policiais, porque estão de carro, também me dão carona."

A vereadora Isabella de Roldão alertou que a ausência de legislação impõe grandes dificuldades ao exercício da função. “As parteiras não têm direito à aposentadoria, nem a qualquer benefício social apesar do papel importante que desempenham”, ressaltou. A vereadora destacou a importância do apoio da secretária da Mulher (que é médica sanitarista) à causa.

Para Sílvia Cordeiro, mulheres de diferentes classes sociais estão cada vez mais optando pelo parto natural. E a capital, sem sua opinião, deve sair na frente da construção de políticas públicas que reflitam esta nova realidade. “O Prefeito Geraldo Julio no segundo dia de trabalho anunciou a construção do Hospital da Mulher do Recife, que vai contar com o Programa Mãe Coruja Recifense, de Parto Humanizado. É por atitudes como esta que vamos assegurar um SUS digno das escolhas das mulheres, principalmente na hora de parir. E considerar parteiras e doulas como parte do sistema”, explicou a secretária da Mulher.