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Educação | 02.06.16 - 13h34

Estudantes plantam, reciclam e discutem preservação do meio ambiente na Guabiraba

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Para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente, alunos de diversas unidades de ensino se reuniram na Escola Municipal Bola na Rede para apresentar trabalhos sobre o assunto (Foto: Luciano Ferreira/PCR)

 

Plantação de milho, goiaba, fruta-pão, coentro, cebolinha, alface, manjericão, jerimum, abacate, jaca e cajá. Os alunos e professoras da Escola Municipal Bola na Rede, na Guabiraba, não precisam ir à feira para comprar nada disso porque já colhem tudo na horta e no jardim que cultivam na unidade de ensino. Por desenvolver esse trabalho de contato com a natureza há mais de dois anos, a escola foi escolhida para receber a quarta edição do Projeto Estudante Protagonista do Mês, cujo tema foi “Alerta Meio Ambiente! O que fazer para preservar?”. O assunto foi escolhido para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado oficialmente no próximo domingo (05). Atrelado ao tema do ano letivo, que está relacionado ao protagonismo estudantil, o projeto já levou às unidades de ensino discussões sobre combate ao mosquito Aedes aegypti, bullying e outros assuntos.

Nessa quarta-feira (1º), alunos de cerca de dez escolas municipais apresentaram os trabalhos desenvolvidos em sala de aula durante todo o mês de maio. Houve replantio de mudas, distribuição de sabão produzido por estudantes a partir da reciclagem do óleo de cozinha; maquetes sobre a fauna e a flora do Sertão, além de apresentações culturais sobre reciclagem, uso racional da água e preservação dos manguezais.

Sete alunos do 3º ano da Escola Municipal Bola na Rede apresentaram ao secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira, e aos demais representantes da Secretaria o projeto Jardim: educar para a sensibilidade, que inclui cultivo de horta e jardim dentro da unidade. Os estudantes levaram a equipe da Prefeitura do Recife para plantar, junto com eles, mudas levadas pelos alunos da Escola Municipal Ednaldo Miranda. Recentemente, eles já haviam replantado 200 mudas de árvores numa área desmatada nas proximidades da escola.

"Aprendi a plantar aqui e ensinei minha mãe a plantar no quintal de casa. Quando não chove, a gente rega com um baldinho de água. Já plantei quatro mudas. Também faço com minha mãe as receitas que a professora ensina na escola, com as frutas e verduras que colhemos aqui e levamos pra casa. Adoro tomar chá de capim santo, que eu nem imaginava que era gostoso. Até minha irmã de 3 anos aprendeu a gostar de chá por me ver tomando", contou Geovana Raquelle Alves, 8 anos.

Os estudantes e professores da Escola Bola na Rede prepararam uma mesa de degustação feita só com alimentos colhidos na horta da escola: bolo de milho, banana cozida, mousse de limão, cocada de cajá, pão de manjericão, sequilhos de coco e bolo de capim santo. Os alunos ainda distribuíram um livreto com as receitas das comidas, sucos e chás que aprenderam a preparar.

De acordo com a gestora Conceição Vicente, eles cultivam até plantas medicinais que servem para fitoterapia. "Fizemos uma parceria com uma unidade de saúde que trabalha com medicina alternativa. A médica receita as plantas medicinais e as pessoas vêm aqui pegar. Também fomos até a unidade de saúde para que os meninos aprendessem mais sobre fitoterapia e soubessem que, o que faz bem pra uma coisa, faz mal pra outra".

RECICLAGEM - Entre os diversos projetos apresentados pelas escolas nessa quarta, um dos mais interessantes era o da Escola Municipal Severina Lira, da Tamarineira, onde os alunos produzem sabão em barra a partir da reciclagem do óleo de cozinha. "Nós aproveitamos o óleo que iria pro lixo porque, se ele for jogado nos rios e mares, cria-se uma camada grossa sobre a água que impede a entrada da luz solar e, com isso, morrem vários peixes", explicaram Ayla Lopes e Evelyn Vitória Albuquerque, 10 anos, estudantes do 5º ano.

Segundo as professoras Edilene Lima, Valéria Gomes e Andréa Ferreira, a reciclagem do óleo de cozinha começou a ser feita na Severina Lira no ano passado, como parte do projeto De mãos dadas com a sustentabilidade, desenvolvido desde 2011. A iniciativa envolve não só a escola, como também toda a comunidade. "O sabão que produzimos é muito bom, faz bastante espuma. Estamos usando na escola, os alunos também levam pra casa e ainda distribuímos pra comunidade. O pessoal adora. Ainda fazemos brinquedos, porta-lápis e outros produtos com garrafas pet. O que não conseguimos reutilizar, o caminhão da Secretaria de Meio Ambiente leva todas as quartas. A escola virou ponto de coleta", contam as docentes.