Na Avenida do Forte, clubes carnavalescos mistos mantêm tradição do frevo e brincantes
O Clube Carnavalesco Misto Lavadeiras de Areias abriu o grupo 2 do Concurso de Agremiações 2025, na Avenida do Forte, neste domingo (2), com muito entusiasmo e saudade. O tema deste ano é Manoel Mendes, eterno presidente, uma homenagem ao ex-presidente da troça, que faleceu cinco meses atrás e que por 20 anos esteve à frente da agremiação e quase 40 na Federação Carnavalesca de Pernambuco.
Para a atual presidente, Márcia dos Santos (viúva de Manoel) foi uma emoção imensa colocar a agremiação na rua. “Fazemos esse trabalho por puro amor pela cultura. Passo noites sem dormir, faço de tudo, sou figurinista das fantasias, confecciono o estandarte, estou envolvida em tudo”, revela Márcia. A brincante Maria Silvana de Souza desfila há dez anos no Clube, vestida de sinhazinha afirma “Lavadeiras é minha alma”. A agremiação veio para a avenida com 60 integrantes entre comissão de frente, destaques, Faixa ou Abre-alas, Diretoria, Balizas-puxantes, Damas de frente, Destaques, Cordões, sinhazinha , Porta-estandarte, Passistas e Orquestra.
O segundo clube a apresentar-se foi o Transporte em Folia, de Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, homenageando a jornalista Graça Araújo. Fundada em 1936, a troça trouxe uma comissão de frente com oito componentes vestidos de terno azul royal com gola dourada. Os brincantes evoluíram bastante para o público das arquibancadas e diante da comissão julgadora, que também foi cumprimentada respeitosamente pelo estandarte.
O público ressaltou a facilidade do acesso do polo descentralizado do concurso de agremiações. A cuidadora de idosos, Irani Barros, de 46 anos, acompanha os desfiles no local há bastante tempo. “Gosto de Carnaval e aqui é um local tranquilo, próximo de casa, não preciso pagar passagem de ônibus para me divertir”, disse. Dona Lindalva Soares mora próximo à avenida, leva as cadeiras de casa e, junto com as duas netas e a filha, assiste ao desfile de camarote. “Moro aqui no Cordeiro há 69 anos e assisto as apresentações desde que existe o polo. Aqui não preciso fazer grandes deslocamentos e na hora que voltar para casa não preciso pegar ônibus cheio. É só pegar as cadeiras e retornar para casa”, comentou Lindalva.