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Educação | 04.12.15 - 11h00

Superdotados atendidos pela PCR apresentam projetos em exposição

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Alunos do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAHS) participaram da 6ª EXPONAAHS. (Foto: Juliana Corrêa/PCR)

 

Os cerca de cem alunos atendidos pelo Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAHS) da Prefeitura do Recife apresentaram aos pais, professores e convidados, nesta quinta-feira (03), os principais projetos que desenvolveram ao longo do ano. A 6ª EXPONAAHS foi realizada no auditório da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE), em Casa Amarela, onde funciona o núcleo da Secretaria de Educação do Recife. 

O NAAHS Recife conta com 11 professores da rede municipal e atende atualmente 111 estudantes, dos quais 54 são da rede municipal de ensino do Recife, 13   da rede estadual e 44 são de colégios privados. Cada aluno vai ao núcleo uma vez por semana, no turno em que não está na escola. De acordo com a proposta pedagógica do NAAHS, são organizados grupos de interesses em que os estudantes desenvolvem projetos com base nas suas habilidades. 

Um dos projetos expostos nesta quinta foi o do grupo de Davi de Oliveira, 7 anos, que já cursa o 4º ano de um colégio privado de Paratibe, em Paulista. Integrante do grupo de interesse em jogos matemáticos, ele produziu cartazes com desenhos e peças de tangram (quebra-cabeça chinês), além de ter feito montagens com peças dos kits de robótica de encaixe da Lego. Apesar de morar longe, a mãe dele, Maria da Conceição Costa, diz que faz questão de levar o garoto ao NAAHS uma vez por semana. Davi, que lê e interpreta textos com bastante facilidade, sempre precoce. Ele começou a andar com 7 meses e, aos 2 anos e 6 meses, já conseguia ler as primeiras palavras. "Ele melhorou muito depois que entrou aqui no início deste ano. Ele era muito elétrico, mas agora consegue ficar quieto e concentrado. Os meninos que têm a mesma idade de Davi não gostam muito de brincar com ele. Dizem que ele é chato porque sabe demais", conta a mãe, que enfrenta a mesma dificuldade da maioria dos pais que têm filhos no NAAHS. 

Já os alunos do grupo de interesse em comunicação trabalharam mais com pesquisa. Como resultado das atividades, eles gravaram uma espécie de telejornal e também distribuíram o jornalzinho que produziram. "Aprendemos que temos que pesquisar, no mínimo, em três fontes diferentes. Também temos que ter o cuidado de observar quem é o autor dos textos que estão nos sites", explica Maria Rita Lins, 9 anos.

Também integrante do grupo de Maria Rita, Larissa Medeiros, 7 anos, sai de Palmares uma vez por semana e enfrenta duas horas de viagem para chegar ao NAAHS. "Nosso esforço vale muito a pena, pois percebemos que aqui Larissa melhorou muito da dificuldade que tinha para se relacionar com crianças da idade dela. A escola dela sugeriu que ela pulasse algumas séries, mas não deixamos porque o NAAHS não recomenda. Se ela se adiantasse, nunca perderia a dificuldade de se relacionar com as crianças da mesma idade", explicou o empresário Adriano Camargo, pai de Larissa.

Outro trabalho apresentado na 6ª EXPONAAHS foi o de Daniel de Oliveira, 16 anos, aluno da Escola de Referência em Ensino Médio Martins Júnior. Ele faz parte do grupo de artes cênicas do núcleo e, nesta quinta, recitou um poema e exibiu um vídeo que produziu. Segundo a mãe dele, a advogada Geselia Lemey, quem descobriu que Daniel tinha altas habilidades foi uma professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) da Escola Municipal Divino Espírito Santo, onde ele estudava até o ano passado. "Eu nunca tinha ouvido falar em altas habilidades até a professora me explicar o que era e dizer que Daniel se encaixava nesse perfil. Muitos meninos tidos como problemáticos na verdade têm altas habilidades. Quando essas habilidades são identificadas e trabalhadas, tudo fica mais fácil, as crianças produzem mais e percebem que não há nada de errado com elas. O NAAHS faz um trabalho maravilhoso, é o lugar dos ajustes. Daniel se ajustou e se encontrou aqui, elevou sua autoestima", relata a Geselia. 

ATENDIMENTO - Fundado em 2007, o NAAH/S está vinculado à Divisão de Educação Especial da  Secretaria de Educação do Recife. Cerca de mil estudantes já foram atendidos pelo núcleo ao longo destes nove anos. O núcleo tem um grupo de crianças precoces, que são as que têm de 3 a 6 anos e espontaneamente desenvolvem habilidades antes do esperado para a faixa etária. Essas crianças podem desenvolver altas habilidades ou não. Quem tem altas habilidades é encaminhado para os grupos de interesse em comunicação, leitura, robótica, artes visuais, música, artes cênicas, jogos matemáticos, entre outros. 

Para identificar os estudantes com altas habilidades na rede municipal, a equipe do NAAHS visita as escolas, aplica questionários e faz entrevistas com os estudantes e com a família. Os professores de outras redes de ensino, assim como os pais que acharem que seus filhos são precoces ou têm altas habilidades, podem procurar o núcleo e solicitar uma avaliação. O estudante fica em observação durante seis meses para se constatar o comportamento acima da média. "Aqui nós focamos no equilíbrio: tentamos potencializar as habilidades que os estudantes têm e trabalhamos as dificuldades que eles apresentam", esclarece a professora e psicóloga Izabel Cristina Van-Lume.

O NAAHS funciona na Estrada do Arraial, n° 4774 , Casa Amarela, no 1º andar  do prédio da APAE. O telefone do núcleo é o 3355-6904.