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Infraestrutura | 05.01.17 - 20h11

Circuito da Poesia ganha quatro novos homenageados

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As novas esculturas se integram ao circuito que reverencia grandes artistas da música e da literatura pernambucana (Foto: Lú Streithorst/PCR)

 

As ruas da capital pernambucana ganharam um toque a mais de encanto e beleza. Nesta quinta-feira (5/1), a Prefeitura do Recife apresentou à cidade os quatro novos monumentos que passam a integrar o Circuito da Poesia, totalizando 16 esculturas. Nesta nova fase, os homenageados são Ariano Suassuna, Alberto da Cunha Melo, Liêdo Maranhão e Celina de Holanda Cavalcanti. A iniciativa é uma parceria entre as secretarias Cultura; Turismo, Esporte e Lazer; e de Infraestrutura e Habitação, por meio da Emlurb.

As esculturas foram criadas em tamanho real pelo artista plástico Demétrio Albuquerque e contam com um investimento de R$ 120 mil. O lançamento aconteceu em frente à estátua do escritor paraibano Ariano Suassuna, instalada na Rua da Aurora, e contou com a presença da filha do escritor, a secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos, Ana Rita Suassuna, além de João Suassuna, neto do homenageado.

O escritor foi eternizado em uma escultura de concreto, medindo 1,80 metros. A peça foi colocada às margens do Rio Capibaribe e voltada para o Teatro do Arraial. Ana Rita explica a importância do local escolhido. “Ariano inaugurou esse teatro quando foi secretário de Cultura e, depois de sua morte, o equipamento passou a se chamar Teatro Arraial Ariano Suassuna. Outra coisa interessante é que Ariano é muito mais conhecido como romancista e teatrólogo, mas não como poeta, e a poesia na obra dele é muito forte. Então, eu acredito que esse circuito vai proporcionar uma grande oportunidade de mostrar esse lado também”, disse.

As outras peças foram distribuídas em outros pontos da cidade. O Parque 13 de Maio recebeu o monumento em homenagem ao poeta pernambucano Alberto da Cunha Melo. O escritor será representado por uma estátua de concreto na grama do parque, escrevendo sentado em um banco formado por livros e latas de filmes empilhados. A escultura tem 1,60 metros de altura e foi instalada próxima à saída da Rua João Lira, em frente à Biblioteca Central, onde Alberto trabalhou no setor de Obras Raras.

A Praça Dom Vital, localizada em frente ao Mercado de São José, ganhará uma escultura em homenagem ao escritor, escultor, cineasta e fotógrafo recifense Liêdo Maranhão. Na peça, que tem 1,80 metros, Liêdo será representado no centro da praça, olhando para os transeuntes, como fazia costumeiramente.

A poeta e jornalista Celina de Holanda Cavalcanti de Albuquerque será homenageada com um monumento em concreto, erguido no passeio da Praça José Sales Filho, na Avenida Beira Rio, onde morou. A escritora será representada por uma escultura de 1,60 metros, lendo um livro, sentada sobre uma pedra. Ao seu lado será esculpido um banco de pedra onde os visitantes poderão sentar e contemplar o ambiente.

O Circuito da Poesia é um projeto que contempla um conjunto de esculturas, anteriormente composto por 12 estátuas instaladas entre os anos de 2005 e 2007, em pontos turísticos da cidade para homenagear artistas da música e da literatura pernambucana.

"Se é importante para o cidadão, para o turista, o Circuito da Poesia é fundamental, porque materializa nossa expressiva produção literária, além de garantir ainda mais significados para nossas paisagens", diz Ana Paula Vilaça, secretária de Turismo, Esportes e Lazer. O circuito já foi tema de vários roteiros turísticos gratuitos oferecidos pelo projeto Olha! Recife, além de constar no material de divulgação sobre a cidade distribuído nos Centros de Atendimento ao Turista (CAT).  

As esculturas já integrantes do circuito são: Manuel Bandeira (Rua da Aurora); João Cabral de Melo Neto (Rua da Aurora); Capiba (Rua do Sol); Carlos Pena Filho (Praça do Diário); Clarice Lispector (Praça Maciel Pinheiro); Antônio Maria (Rua do Bom Jesus); Ascenso Ferreira (Cais da Alfândega); Chico Science (Rua da Moeda); Solano Trindade (Pátio de São Pedro); Luiz Gonzaga (Praça Mauá); Mário Mota (Pátio do Sebo) e Joaquim Cardozo (Ponte Maurício de Nassau), que se encontra em processo de restauro após ser alvo de vandalismo.

 “Estamos muito felizes em ampliar o circuito porque podemos contribuir para perpetuar o legado dos nossos artistas. Esses monumentos são extremamente representativos para a nossa cultura popular e é fundamental que a população nos ajude a preservá-los. Temos atuado com fiscalização rotineira, mas, infelizmente, ainda observamos atos de depredação contra o patrimônio público”, destacou o secretário de Infraestrutura e Habitação e presidente da Emlurb, Roberto Gusmão. Somente para recuperar monumentos, pontes e edificações públicas que sofreram ações de pichação e vandalismo, por exemplo, a Prefeitura do Recife chega a gastar quase R$ 2 milhões por ano.