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Cultura | 05.04.17 - 17h27

Forte das Cinco Pontas integra lista de 19 equipamentos brasileiros candidatos ao título de Patrimônio Cultural Mundial

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O Forte das Cinco Pontas, equipamento gerido pela Prefeitura do Recife, é candidato a Patrimônio Cultural Mundial. (foto: Andréa Rêgo Barros/ Arquivo PCR)

 

Documento que confirmará candidatura dessas fortificações junto à Unesco será formulado em seminário realizado até sexta-feira (7), no Museu da Cidade do Recife

 

O Forte das Cinco Pontas, equipamento gerido pela Prefeitura do Recife, é candidato a Patrimônio Cultural Mundial. O título é pleitado junto à Unesco por um grupo de 19 fortes brasileiros, equipamentos históricos prioritários do país, que o Iphan classificou como Conjunto de Fortificações do Brasil. Outros dois equipamentos pernambucanos estão nessa lista: o Forte do Brum e o Forte Orange.

O grupo é formado ainda por fortes localizados no Amapá, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Todos, de acordo com o Iphan, são produtos da ocupação marítima portuguesa e holandesa, representando com a máxima fidelidade as construções defensivas implantadas àquela altura nos pontos que serviram para definir as fronteiras marítimas e fluviais do Brasil, que mais tarde viria a ser considerado o maior país da América Latina.

"A inclusão do Forte das Cinco Pontas na rede de dezenove fortes construídos no Brasil no período colonial que são candidatos a patrimônio do mundo é um marco na vida do equipamento. Sua capacidade de resistência, sua  presença  na vida do Recife metropolitano, seu capital simbólico acumulado ao longo da história, sua marca que resistiu além da forma, serão certamente fortalecidos com o reconhecimento da Unesco. Mas, a nossa responsabilidade como conservadores e difusores desse patrimônio cresce e exige de nós uma nova percepção da importância desse bem para a história do mundo", afirma a diretora do Museu da Cidade do Recife, Betânia Correa de Araújo.

Da última segunda até a próxima sexta, o Museu da Cidade está sendo palco do Seminário Internacional Fortificações Brasileiras – Patrimônio Mundial: estudos para análise de modelos de gestão e valoração turístico-cultural, promovido pelo Iphan. Ao final do evento, será assinada a Carta do Recife, documento que reforça a candidatura dos 19 fortes brasileiros e que estabelece diretrizes para o estabelecimento de parcerias público-privadas e para a certificação de destinos patrimoniais, visando acordos específicos para cada fortificação com a definição de diretrizes de trabalho que deverão nortear o desenvolvimento das ações de cada um deles. 

Durante o seminário, uma das salas do museu abriga uma exposição reunindo imagens das 19 fortificações brasileiras candidatas ao título.

Segue a lista completa das 19 edificações brasileiras que compõem o Conjunto de Fortificações do Brasil e são candidatas à certificação da Unesco, com destaque para os três equipamentos pernambucanos contemplados:

Forte São Tiago das Cinco Pontas

O Forte das Cinco Pontas foi erguido em 1630 por ordem de Frederik Hendrik (1584-1647), primo de Maurício de Nassau. A fortaleza foi batizada com o nome do príncipe, mas, devido à forma pentagonal, passou a ser denominada de Forte das Cinco Pontas. Com a tomada pelos portugueses, em 1654, foi feita a primeira grande reforma na edificação, reconstruída em pedra e cal e apenas com quatro pontas. A obra foi concluída em 1684 e rebatizada de Forte de São Tiago. Com a expansão da cidade, a fortaleza perdeu seu sentido de defesa e passou a ter novos usos: entre os séculos 18 e 19, funcionou como depósito geral e prisão; no início do século 20, foi quartel militar e, em 1938, foi tombado patrimônio nacional. Durante o final da década de 1970, sofreu outra grande reestruturação, dessa vez para sediar as instalações do Museu da Cidade do Recife. 

Forte de Santa Cruz (Orange)

Com nome oficial de Forte de Santa Cruz, o Orange é um dos testemunhos da ação portuguesa e holandesa em Pernambuco durante o período colonial. O monumento foi construído em 1630 por militares holandeses, da Companhia das Índias Orientais, e sofreu diversas mudanças em sua estrutura desde a restauração portuguesa de 1654, mudando seu nome para Forte de Santa Cruz. Em pedra calcária e alvenaria de cal, foi tombado pelo Iphan em 1938 e é gerido pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco.

Forte São João do Brum

A origem do Forte São João Batista do Brum remonta a 1595, quando foi erguido por corsários ingleses, sob o comando de James Lancaster. Mais tarde, o Forte passaria por várias expansões e modificações. Uma delas, que marcou a sua história, foi conduzida pelos holandeses, sob o comando de Schans de Bruyne, e transformou a edificação num dos principais pontos de resistência para o cerco das forças luso-brasileiras, entre os anos de 1630 e 1635. Tombado pelo Iphan desde 1938, o Forte pertence ao Exército Brasileiro e abriga atualmente o Museu Militar.

  • Fortaleza de São José, em Macapá (AP)
  • Forte Coimbra, em Corumbá (MS)
  • Forte de Príncipe da Beira, em Costa Marques (RO)
  • Fortaleza dos Reis Magos, em Natal (RN)
  • Forte de Santa Catarina, em Cabedelo (PB)
  • Forte de Santo Antônio da Barra, em Salvador (BA)
  • Forte São Diogo, em Salvador (BA)
  • Forte São Marcelo, em Salvador (BA)
  • Forte de Santa Maria, em Salvador (BA)
  • Forte de N. S. de Mont Serrat, em Salvador (BA)
  • Fortaleza de Santa Cruz da Barra, em Niterói (RJ)
  • Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro (RJ)
  • Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, em Guarujá (SP)
  • Forte São João, em Bertioga (SP)
  • Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirim, em Governador Celso Ramos (SC)
  • Forte de Santo Antônio de Ratones, em Florianópolis (SC)