NOTÍCIAS

Cultura | 05.12.12 - 19h28

Prefeitura realizará passeio ciclístico Recife lugar de memória

Prefeitura do Recife promove no próximo domingo (09), o passeio ciclístico Recife lugar de memória. Realizado pela Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, em parceria com a Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, a atividade, que faz parte da programação da II Jornada dos Direitos Humanos do Estado de Pernambuco, terá concentração às 7h, na Praça do Arsenal.

Os participantes poderão conhecer um pouco da história do Recife, com um olhar para os locais, fatos e personagens que marcam a história dos direitos humanos na nossa cidade. Com saída prevista para as 8h30, os ciclistas passarão por locais de memória da cidade como a Casa da Cultura, construída em 1850, na época Penitenciária do Estado, local em que os presos políticos foram mantidos durante a ditadura militar de 1964.

No roteiro estão ainda a Rua da Aurora e seus importantes monumentos e referências históricas como a Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS), onde os presos políticos foram colocados e submetidos a sessões de tortura, e que hoje abriga a sede da Polícia Civil de Pernambuco. Já a Frevioca, vai apresentar músicas que foram censuradas durante o regime militar de 1964.

O Passeio contará com o apoio das secretarias municipais de Educação, Esporte e Lazer, através do Geraldão; de Cultura; Fundação de Cultura da Cidade do Recife; Guarda Municipal, além da Universidade Católica de Pernambuco. O acompanhamento técnico-esportivo será realizado pela empresa Ciclo Adventure, contratada pela Prefeitura do Recife, que além de toda a organização e condução do evento nas vias publicas, disponibilizará para os participantes a estrutura de carros de apoio, 30 guias ciclísticos, reboques para bicicletas e socorristas.

Serviço:
Evento: Passeio Ciclístico - Recife Lugar de Memória

Roteiro

Casa da Cultura - Construída em 1850 para ser a Penitenciária do Estado, foi desativada em 1973 e hoje é um centro de artesanato. No seu interior, um mural de Cícero Dias retrata a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador de 1824. Uma placa marca este Local de Memória, um dos lugares onde presos políticos foram mantidos durante a Ditadura Civil Militar de 1964.

Local onde Frei Caneca foi fuzilado - O Forte de São Tiago das Cinco Pontas é a última construção holandesa no Estado (1630). Hoje, abriga o Museu da Cidade do Recife. Do lado esquerdo do Forte, no local onde Frei Caneca foi morto, existe um monumento em sua homenagem – um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817.

Rua da Aurora - Uma das mais belas ruas do centro do Recife, às margens do Rio Capibaribe, abriga expressivo casario colonial e alguns Locais de Memória:

DOPS/PE – Local onde funcionou a Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) e hoje é a sede da Polícia Civil de Pernambuco. No local onde funcionava a DOPS, já se encontra uma Placa de Memória.

Assembléia Legislativa de Pernambuco – Prédio neoclássico de 1876 onde o Legislativo Estadual funciona desde o século passado, palco de importantes eventos da política pernambucana.

Monumento Tortura Nunca Mais – Localizado na Praça Padre Henrique, na Rua da Aurora, assim chamada em homenagem ao religioso vítima da Ditadura Militar. Foi o primeiro monumento construído no país (1993) em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos brasileiros, e apresenta um emblema contra as condições de tortura e desrespeito à dignidade humana.

Monumento ao Padre Henrique – Localizado na Praça que leva seu nome, presta uma homenagem a esse pernambucano, um jovem Padre da Arquidiocese de Olinda e do Recife. Assassinado em 1969 e considerado um mártir dessa época.

Praça do Arsenal – Em 1695, a cabeça do líder quilombola Zumbi dos Palmares foi exposta neste local no alto de uma estaca. Também nessa praça, em 1981, a Missa dos Quilombos, idealizada por Dom Helder Câmara (que pertencia à ordem carmelita), foi celebrada pela primeira vez para um grande público.

Praça da República - Um local aprazível e preservado, primeira área verde projetada do Recife, um projeto do Paisagista Roberto Burle Marx. Acolhe no seu entorno três Locais de Memória:

Palácio do Campo das Princesas - Construído em 1841, é a sede do governo de Pernambuco. Foi no Palácio que o então Governador Miguel Arraes recebeu voz de prisão, nas primeiras horas do golpe de 1964, sendo deposto pelos militares.

Teatro Santa Isabel - Inaugurado em 1850, apresenta características neoclássicas. O projeto é de Louis Léger Vauthier. Neste Teatro aconteceram importantes debates que consolidaram a abolição da escravatura no Brasil.

Palácio da Justiça - É um edifício eclético de 1930, erguido onde antes havia o Forte Ernesto (do período holandês), que abriga a sede do poder Judiciário de Pernambuco.

Praça da Independência – Situada no coração da Cidade, é também conhecida como a Pracinha do Diário. Nesta praça, em 1945, durante um ato de protesto contra a ditadura Vargas, o estudante de Direito e líder estudantil, Demócrito de Souza Filho, levou um tiro da polícia de Pernambuco e morreu algumas horas depois. Além dele, também foi morto o operário, que se encontrava no meio da multidão, Manoel Elias dos Santos, conhecido como Manoel Carvoeiro.

Esquina da Avenida Dantas Barreto com a Rua Marquês do Recife – Local onde foram assassinados os jovens estudantes pernambucanos Ivan Rocha Aguiar e Jonas José de Albuquerque Barros – as primeiras vítimas do golpe militar. Eles foram mortos nesta esquina, quando participavam de manifestações de rua contra a deposição e prisão do Governador Miguel Arraes.