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Cultura | 05.12.14 - 08h56

Escola Municipal Rodolfo Aureliano vence 1º Torneio de Robótica FIRST LEGO League

Os 96 alunos das 12 equipes mais bem colocadas viajam domingo para competir na FLL Regional, no Rio Grande do Norte. (Foto: Irandi Souza/PCR)


A Escola Municipal Rodolfo Aureliano foi a vencedora do 1º Torneio de Robótica FIRST LEGO League (FLL) da Rede Municipal de Ensino do Recife, que aconteceu nesta quinta-feira (4), na Escola Municipal Pedro Augusto, no bairro da Boa Vista. Mais de 200 alunos do 6º ao 9º ano de 32 escolas competiram pelos 12 primeiros lugares do campeonato. Os 96 alunos das equipes vencedoras vão disputar a FLL regional no Rio Grande do Norte, nas próximas segunda (08) e terça (09).

As outras 11 escolas que vão viajar são: Antônio Heráclio do Rego, Antônio Farias Filho, Municipal da Iputinga, João XXIII, Arraial Novo Bom Jesus, Dom Bosco, Reitor João Alfredo, André de Melo, José da Costa Porto, Olindina Monteiro e Poeta Joaquim Cardoso. O grupo viaja para a FLL regional no próximo domingo (07), com apoio da LEGO ZOOM Education, parceira da Prefeitura do Recife na implantação do programa Robótica na Escola, que existe desde fevereiro deste ano.

Os alunos começaram a se preparar para a disputa no dia 14 de novembro. Eles receberam os kits de montagem de robôs LEGO e foram treinados por educadores da empresa. Durante a competição desta quinta, cada equipe teve 2 minutos e 30 segundos para completar o máximo de missões possível no circuito, que tinha 14 desafios. "Algumas escolas conseguiram obter êxito. Os alunos evoluíram bastante, fizeram bons robôs e aproveitaram os treinamentos", disse Marcelo Lima, educador da LEGO.

Entre os obstáculos estavam arremesso de bola para fazer gol, deslocamento e levantamento de peso. Uma das missões era abrir uma porta, prevendo um protótipo de robô que abra portas para pessoas com deficiência. A ideia é que, a partir das pesquisas e dos resultados da FLL, possam ser construídos dispositivos que facilitem a acessibilidade das pessoas com deficiência.

Foram dois rounds de disputa. Durante a manhã, cada equipe fez a pontuação e anotou os erros cometidos para tentar consertar e melhorar o desempenho para o round da tarde. Cada robô obedece a uma programação específica, feita pelos estudantes nos computadores. "Em uma das missões, o nosso robô andou alguns graus a mais para a esquerda do que deveria, por isso fomos penalizados. Ele teve problema para voltar para a base, então reprogramamos para melhorar", disse Gabriel Cândido, aluno do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAHS) da Prefeitura do Recife, localizado em Casa Amarela.

Os alunos da Escola Arraial Novo do Bom Jesus, do bairro dos Torrões, tiveram algumas dificuldades para completar as missões, mas conseguiram cumprir quase todas. "O tempo é curto, mas treinamos muito. Às vezes vamos olhar outras  equipes para ver no que ainda podemos melhorar. É uma experiência muito boa", disse Lucas Vinícius, aluno do 8º ano. Outro integrante da equipe da Arraial Novo foi Ryan Vinícius Morais, que representou Pernambuco na Olimpíada Mundial de Robótica (World Robot Olympiad – WRO), realizada na Rússia. Ele viajou com André dos Santos Filho para a competição que aconteceu no mês passado. Ryan aproveitou o que aprendeu na WRO para aprimorar o robô que competiu na FLL. "A viagem à Rússia ajudou bastante porque conheci coisas novas de programação com os outros participantes e com os professores das universidades. Repassei tudo para minha equipe na FLL e conseguimos mais essa vitória", contou Ryan.

O professor de matemática João Bosco Gomes foi o responsável pelos alunos da Escola André de Melo, localizada na Estância, e não conteve o orgulho na hora de falar dos estudantes. "Nossa equipe conseguiu cumprir quase todas as missões no primeiro round e não teve nenhuma penalidade. Os meninos trabalharam muito, se esforçaram. Eu não fiz praticamente nada. Dei algumas orientações, mas o que eles conseguiram hoje é mérito deles", disse. De acordo com o professor, os estudantes criaram sozinhos as soluções para que o robô vencesse os obstáculos.

Para o secretário-executivo de Tecnologia na Educação, Francisco Luiz dos Santos, a autonomia dos alunos é o que mais causa admiração, tanto no projeto da FLL, como em todo o programa Robótica na Escola. "Foi surpreendente para a gestão que pensou o projeto porque os alunos foram além dos manuais. Temos casos de alunos que não se interessavam por nenhuma matéria, não se concentravam e, depois da robótica, mudaram completamente", finalizou.