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A Prefeitura do Recife promoveu, na noite dessa quarta-feira (05), na sede da Unicap Júnior, em Santo Amaro, uma roda de diálogo sobre a história da capoeira em Pernambuco. O evento integrou a programação da 5ª Semana Municipal da Capoeiram, que tem como tema “No Recife tem dendê” e presta uma homenagem ao mestre Sapo - precursor da capoeira Angola em Pernambuco que faleceu este ano.

Iniciadas no último sábado (1º), as atividades estão sendo organizadas pela Gerência de Igualdade Racial da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife (SDSJPDDH), em parceria com as secretarias municipais de Cultura, de Saúde e de Turismo, Esporte e Lazer, além do Fórum Municipal Permanente de Políticas Públicas para Capoeira. O evento também tem o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Movimento Negro Unificado (MNU) e Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígena da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

A roda de diálogo na Unicap contou com as participações de alguns ícones da capoeira pernambucana, como o mestre Corisco, responsável pelo grupo Chapéu de Couro, da Unicap; mestre Meia-noite, fundador do Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, do bairro de Peixinhos; e mestra Di (Adriana Luz do Nascimento), coordenadora do grupo de capoeira Luz Di Angola (Olinda). O evento também foi acompanhado por representantes de diversos grupos e escolas de capoeira do Recife e Região Metropolitana e foi coordenado por Sérgio Senna, o Caíca, que integra o Grupo de Capoeira Herança de Angola (Olinda) e faz parte do Fórum Municipal Permanente de Políticas Públicas para Capoeira.

Durante os debates, que reuniram mais de 50 pessoas, os três mestres convidados falaram sobre suas trajetórias de vida dentro do universo da capoeira e trocaram experiências com os participantes. Primeiro a falar, o mestre Meia-noite elogiou a iniciativa da Prefeitura do Recife. “É muito gratificante participar desta semana dedicada à nossa capoeira, pois coloca em evidência a nossa identidade cultural, além de mostrar o compromisso do município com o fortalecimento da capoeira”, ressaltou o mestre que mantém, em Chão de Estrelas, uma escola de capoeira com 85 alunos. 

Já o mestre Corisco lembrou do ressurgimento da capoeira no Recife, na década de 70, com o apoio importante de pessoas como o escritor Ariano Suassuna, o músico Antônio Nóbrega e os mestres da época. “Estou muito feliz de participar de um evento como este, que busca resgatar a importância da nossa capoeira”, resumiu.

A mestra Di considerou um privilégio participar da roda de diálogo com os mestres Meia-noite e Corisco. “Eu sou de uma geração um pouco mais nova e só consegui manter minha trajetória depois de desbravadores como vocês terem aberto novos caminhos. Estiveram reunidos aqui pensadores de diversas linhagens da nossa capoeira, formando uma grande roda de diálogo, com o compromisso único de manter a tradição e fortalecer cada vez mais a capoeira pernambucana”, argumentou. 

Feliz com o sucesso da 5ª Semana Municipal da Capoeira, a gerente de Igualdade Racial do Recife, Girlana Diniz, convidou todos a participarem do encerramento da programação nesta quinta-feira (6), na Avenida Rio Branco, onde haverá uma roda de capoeira, seguida de cortejo ao ar livre e apresentação de uma orquestra de berimbaus. “Esta semana teve como objetivo fortalecer a capoeira pernambucana nos seus diversos aspectos, sejam culturais, esportivos ou educacionais, para difundi-la cada vez mais na nossa cidade e em toda região metropolitana”, disse.