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| 06.12.12 - 12h55

Frevo ganhou festa para comemorar título de Patrimônio da Humanidade

[caption id="attachment_29203" align="alignleft" width="334"] A comemoração foi realizada no Pátio de São Pedro. Foto: Carlos Oliveira[/caption]

Comemoração foi realizada no Pátio de São Pedro na quarta-feira (05), após anúncio da Unesco, em Paris

A conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade para o Frevo, nesta quarta-feira (5), teve um sabor especial no Recife. Após o anúncio (realizado por volta de 13h, horário local) do título pelo Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, reunido em Paris, na sede da Unesco, a expressão artística, que envolve música, dança, fantasias e adereços artesanais, ganhou festa na capital pernambucana. A comemoração foi realizada no Pátio de São Pedro, Bairro de São José, reduto de tradicionais blocos carnavalescos. No final da tarde, orquestra já tocava comemorando na Praça do Diario. A convite da Prefeitura do Recife, diversos artistas e carnavalescos foram pra rua celebrar o Frevo como Patrimônio da Humanidade. O público surpreendido com a notícia também compareceu para festejar. Cerca de mil pessoas curtiram o frevo no Pátio de São Pedro até às 20h.

A festa contou com apresentações da Orquestra Popular do Recife com o maestro Ademir Araújo, Coral Edgar Moraes, Claudionor Germano; Nonô Germano, Maestro Duda, Maestro Fábio César, Luciano Magno, Ed Carlos, André Rio, Almir Rouche, Gustavo Travassos, Carlinhos Caetés, passistas da Escola Municipal de Frevo, Grupo de Dança Zenaide Bezerra, Grupo Guerreiros do Passo, entre outros artistas.

O Maestro Duda, homenageado pela Prefeitura do Recife no Carnaval de 2011, fez questão de comparecer. “Foi a melhor coisa que podia ter acontecido. O Frevo é música brasileira e agora é mundial. Com isto, as autoridades terão que investir mais em quem faz o frevo”, declarou durante a noite festiva.


A diretora da Escola Municipal de Frevo, Ana Miranda, também demonstrou sua satisfação com o título concedido pela Unesco. “Estou vivendo esta emoção de ter um reconhecimento pela história feita por nós. Lembrando que o frevo conta a nossa história, as nossas origens. Ver o frevo reverenciado pela Unesco é uma emoção ímpar. O Frevo é como se fosse um ente da minha família. Então, foi como ver um filho passar no vestibular. Meu presente de Natal já aconteceu”, afirmou.

O passista José Osman, do grupo de dança Guerreiros do Passo, ainda lembrou a herança cultural da expressão centenária e defendeu a sua difusão: “Este título de Patrimônio da Humanidade é uma conquista para o Frevo, que vem da resistência do popular à cultura de massa, pois tem origem na capoeira. Acho que o Frevo deveria ser matéria escolar”.

TRAJETÓRIA – Desde 2007, o Frevo tem o título de Patrimônio Cultural do Brasil, uma conquista alcançada no ano do seu centenário. A pré-candidatura do gênero musical a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade foi realizada em 2010 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a partir de inscrição com documentação elaborada pela Prefeitura do Recife.

Em 2011, foi instituído o Comitê Gestor de Salvaguarda do Frevo, a partir do 1º Encontro do Plano Integrado de Salvaguarda do Frevo, numa parceria entre o Iphan e a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura. Em outubro deste ano, ocorreu a inserção oficial da candidatura do Frevo na pauta da 7ª Reunião do Comitê Intergovernamental da Unesco.