Sítio Trindade cheio para o encerramento do Ciclo Natalino
Passava das 18h30 da segunda-feira (6) quando nove grupos de pastoris adentraram o Sítio Trindade, no bairro de Casa Amarela, cantando jornadas religiosas para o ritual da Queima da Lapinha. No palco, os Guerreiros do Sol Nascente prendiam a atenção de cerca de 1,5 mil pessoas que compareceram à celebração de encerramento do Ciclo Natalino e abertura do Ciclo Carnavalesco, tradicionalmente realizada no Dia de Reis. A festa, promovida pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, foi marcada pela queima de palhas, flores e folhas, junto com os bilhetes deixados pelos presentes com pedidos para uma vida próspera.
A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, que fez questão de acompanhar toda a comemoração de perto, pontuou a importância do apoio da gestão municipal para a manutenção das tradições. “Eu saio daqui reabastecida, confirmada dentro de mim que a nossa opção pela cultura popular, pelo apoio a todas as manifestações culturais, é o caminho para o desenvolvimento de nossa cultura. Vimos, nos pastoris, de gente miudinha à terceira idade. Então, isso pra gente é motivo de orgulho; quer dizer que o nosso trabalho enquanto Prefeitura está surtindo efeito muito grande junto às comunidades. O negócio é apoiar, acreditar e dar espaço para que eles possam se profissionalizar, difundir, e deixar cada vez mais bonito”, falou.
Há 20 anos moradora de Casa Amarela, Juvita Andrade Pimentel, que sempre acompanha a Queima da Lapinha, olhava admirada para a festa. “São lindas as manifestações culturais. A gente aproveita esse momento de fé para pedir muita saúde, porque sem saúde a gente não tem nada”, disse. A economista Germana Cristina, que levou a filha Laura, de 4 anos, para o Sítio Trindade, também gostou do que viu. “É uma forma de manter viva a tradição do Natal, por isso trago minha filha para conhecer”, comentou.
O Ciclo Natalino promovido pela Prefeitura do Recife ocorreu entre os dias 7 de dezembro de 2013 e 6 de janeiro de 2014, com mais de 260 apresentações em 30 polos -14 oficiais e 16 comunitários. Durante quase um mês os moradores e visitantes da cidade puderam conferir as luzes e a cultura natalina, com seus reisados, pastoris, mamulengos e cavalos-marinhos. O pesquisador de cultura popular e assessor da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Marcelo Varella, ressaltou o momento de transição dos ciclos culturais da cidade: “Tivemos no Natal programações das mais diversificadas, todos os grupos populares que fazem parte do ciclo natalino participaram ativamente, e agora é a etapa do até logo e do querer mais. Agora começamos outra realidade, o Recife começa a respirar frevo”.
Para marcar a mudança do período, após a Queima da Lapinha, houve apresentação do Bloco Lírico com Você no Coração e das Orquestras 19 de Fevereiro e Vereda Tropical.
Pátio de São Pedro – No Recife, além da Queima da Lapinha no Sítio Trindade, a celebração também aconteceu no Centro, no Pátio de São Pedro. Dez pastoris cantaram as jornadas de despedida do Ciclo Natalino e a chegada da festa de momo foi comemorada pelo Bloco Pierrot de São José.