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Cultura | 07.01.19 - 15h03

Ciclo Natalino é oficialmente encerrado com Queima da Lapinha

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Na noite de ontem (6), centenas de pessoas compareceram aos pátios do Carmo e de São Pedro para o colorido e antigo ritual, que reúne a força da cultura popular e do fogo para abrir alas para os festejos de Carnaval na cidade (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR)

 

Reunindo 11 pastoris, a tradicional celebração da Queima da Lapinha  encerrou, ontem (6), Dia de Reis, os festejos do Ciclo Natalino, promovidos pela Prefeitura do Recife, desde o último dia 9 de dezembro. A festa começou às 17h, no Pátio do Carmo, de onde a Lapinha foi conduzida por um colorido cortejo até o Pátio de São Pedro.

No caminho, os integrantes dos pastoris foram acompanhados por Mendes e sua Orquestra, enquanto entoavam cânticos e jornadas. O cordão que reuniu azuis, encarnados e Dianas foi engrossado pelos pastoris: Lindas Ciganas, Estrela Brilhante, Estrela Guia do Cabo, Estrela do Mar, Giselly Andrade, Pastoril Infantil da UR-3, Luz do Amanhecer, Sonho de um Adolescente, Tia Marisa, Tia Nininha 3ª Idade e Viver a Vida 3ª Idade.

Durante todo o percurso e na chegada ao Pátio de São Pedro, o público se apressou para colocar seus pedidos dentro da Lapinha, que simboliza a manjedoura onde nasceu o menino Jesus. Antes da queima, manifestação oriunda do século 19, que nasceu da mistura entre cultura popular com os rituais religiosos trazidos pelos jesuítas, a secretária de Cultura do Recife, Leda Aves, celebrou o ritual, mantido há tantos anos. “É das tradições que a gente se alimenta e produz nossas crenças e nossa identidade enquanto povo”, disse a secretária.

Toda a celebração foi acompanhada de perto por um numeroso e devotado público. “Todo ano participo da Queima. Faço questão. Só sossego quando boto meus pedidos na Lapinha”, disse Dona Marina Xavier da Silva, 82 anos, moradora da Campina do Barreto.

“Acho bonita demais essa celebração. Temos que prestigiar nossas tradições. A cultura popular é muito rica”, disse Maria Alves, 65 anos, que fez questão de levar uma amiga para conhecer a festa. “Ouvi o padre falar sobre a Queima da Lapinha na missa e, quando minha amiga me convidou, nem pensei duas vezes. Não conhecia o ritual e achei lindíssimo”, disse Geny Mendes, 65 anos.

Depois que a Lapinha queimou, entregando à luz e à força do fogo as esperanças, votos e desejos dos presentes para o ano que se inicia, o frevo tomou conta do Pátio de São Pedro, anunciando o próximo e mais esperado ciclo festivo do Recife: o Carnaval.