Recife divulga sua primeira pegada hídrica
Pela primeira vez, o Recife teve contabilizada sua Pegada Hídrica, cálculo de quanto a cidade consome de água, direta e indiretamente. O resultado, apresentado nesta sexta (6), durante o 10º Comclima, realizado no auditório do Centro de Artesanato de Pernambuco, indica um valor de 1.792.925.112 m3. No evento, também foi divulgada a Pegada de Carbono.
O estudo, elaborado pela consultoria SASA (Servicios Ambientales S.A.), com o apoio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), é relativo ao ano de 2015. O setor que mais contribui para o número é o residencial, com 87%. Os segmentos comércio e indústria representam aproximadamente 11,9% do total e o setor público, 0,2%.
O setor residencial é o maior contribuinte para a Pegada Hídrica porque no cálculo entra, além da água consumida nas casas, também a que é utilizada para tratar o esgoto gerado por elas.
Dessa forma, compõe o indicador o volume necessário para diluir os poluentes até o ponto em que a qualidade ambiental da água esteja de acordo com os padrões mínimos estabelecidos pela legislação específica.
Entre as ações identificadas para a redução da Pegada Hídrica, estão a implementação do Plano Municipal de Saneamento e do Plano Diretor de Drenagem, além da reutilização de águas e a biorremediação de efluentes.
PEGADA DE CARBONO
Os resultados da medição da Pegada de Carbono no Recife mostram que as emissões para o ano 2015 foram de 2.908.384 tonCO2e (toneladas de CO2 equivalente). Os setores com maior volume de emissões foram transporte (55%), residuos (19,7%) comércio/institucional (10,3%), residencial (9,8%) e industrial (5,2%).
Em 2014 foram emitidos 3.175.075 tCO2e, o que aponta uma redução de 266.691 tCO2e, o correspondente a 8%. A sigla tCO2e significa toneladas de CO2 equivalente e inclui não apenas o dióxido de carbono como também outros gases de efeito estufa convertidos em CO2.
Para o Secretário de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife, Bruno Schwambach, os resultados são importantes para nortear as ações na área de mudanças climáticas. "Dados como esse são balizadores. Nos dão subsídios para saber onde e como atuar", destaca.
Em dezembro de 2016, o Recife lançou o Plano de Redução de Gases de Efeito Estufa (GEE). O documento, de 96 páginas, foi elaborado com o apoio da Organização das Nações Unidas, por meio do Iclei- Governos Locais para a sustentabilidade, e aponta as principais ações, com base na Pegada de Carbono, de combate às mudanças do clima a serem adotadas na cidade.
Entre as ações implementadas estão o Parque Capiberibe, instalação de sistema de energia solar no Edifício da Prefeitura de Recife, a arborização e a reciclagem/compostagem/aproveitamento energético do biogás.
COMCLIMA
O Comclima é formado por entidades da sociedade civil, órgãos estaduais e federais, além de seis secretarias municipais, sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, e tem a missão de estabelecer políticas e ações para o enfrentamento local do aquecimento global.
O 10º conta com a participação do secretário Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife, Bruno Schwambach, Gisela Ulloa e Miguel Rodriguez, da SASA, Maurício Guerra, secretário executivo de Meio Ambiente do Recife, e Edgar Salinas e Victor Rico, executivo de Ambiente e diretor presidente do CAF para o Brasil, respectivamente. O mediador é o professor titular da UFPE Jaime Cabral.
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