Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas -SDSDHJPD

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Direitos Humanos | 07.09.18 - 17h32

Semana Municipal da Capoeira é encerrada com cortejo e orquestra de berimbaus

Um grupo partiu da Avenida Rio Branco até o Marco Zero, onde foi aberta uma grande roda de capoeira

 

Mais de 50 capoeiristas da capital pernambucana, Região Metropolitana do Recife e interior do Estado participaram, na noite dessa quinta-feira (06), no Bairro do Recife, do encerramento da 5ª Semana Municipal da Capoeira, promovida pela Prefeitura do Recife. O último dia de programação constou de um cortejo acompanhado por uma orquestra de berimbaus que partiu da Avenida Rio Branco até o Marco Zero, onde foi aberta uma grande roda de capoeira formada por todos os participantes.

A semana comemorativa teve como tema “No Recife tem dendê” e prestou uma homenagem ao mestre Sapo - precursor da capoeira Angola em Pernambuco que faleceu este ano. Iniciadas no último sábado (1º), as atividades foram organizadas pela Gerência de Igualdade Racial da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife (SDSJPDDH), em parceria com as secretarias municipais de Cultura, de Saúde e de Turismo, Esporte e Lazer, além do Fórum Municipal Permanente de Políticas Públicas para Capoeira. O evento também teve o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Movimento Negro Unificado (MNU) e Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígena da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Nessa quinta, estavam presentes mestres e representantes de diversos grupos, como a Associação Juventude de Capoeira de Pernambuco, da cidade de Carpina; Pernambuco Arte Cultural, do Alto Santa Terezinha; Grupo Mãe Arte, de Santo Amaro e Associação Capoeira Malta, da vizinha Olinda, entre outros. Mestre Neném, da Associação Malta, contou que mantém, há dez anos, no bairro de Jardim Brasil 1, em Olinda, uma escolinha que atende atualmente mais de 70 alunos, entre crianças, jovens e adultos. “Achei esta semana bastante legal e produtiva, pois é uma forma de incentivar e valorizar cada vez mais a nossa cultura afro”, resumiu.

Já para a mestra Shirley Guerreira, ligada ao grupo Mãe Arte, de Santo Amaro, a 5ª Semana da Capoeira do Recife resgatou a autoestima de muitos capoeiristas. “Na minha opinião, a programação foi riquíssima, especialmente por abrir espaço para discussões e troca de experiências entre grupos e capoeiristas de todas as faixas etárias e diversas localidades de Pernambuco”, observou.

Em meio aos capoeiristas, uma pequena dupla chamou a atenção pela alegria e entusiasmo: os irmãos Júlia Ohana, de 8 anos, e Matheus Henrique, de 7. Enquanto os dois gingavam na roda de capoeira, a mãe coruja Priscilla Nascimento era só alegria. “Os dois estão matriculados há um ano no grupo Mãe Arte de Santo Amaro, onde moramos. Eles gostam tanto que é difícil convencê-los a ir para casa após as três aulas semanais”, revelou Priscilla, que considera eventos de estudos e discussões como esse de fundamental importância para divulgação e fortalecimento da capoeira.

Acompanhando de perto toda a movimentação dos capoeiristas, a gerente de Igualdade Racial do Recife, Girlana Diniz, fez um balanço positivo da quinta edição da Semana da Capoeira. “Foram seis dias muito produtivos para nossa capoeira, que é a junção de arte, cultura, diversão, esporte e lazer. Acho que estamos todos de parabéns, especialmente os mestres e todos os grupos participantes”, argumentou.

Para a secretária-executiva de Direitos Humanos do Recife, Elizabete Godinho, agregar grupos e pessoas que estão sintonizados com a valorização da capoeira como um dos bens culturais da cultura afro em Pernambuco talvez seja o principal legado da programação encerrada nessa quinta. “A capoeira é uma manifestação popular que tem uma vertente importante de resistência e resgate da cultura da população negra. E foi isso que foi trabalhado de forma incisiva durante esses seis dias de eventos”, frisou a gestora da PCR.