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Obras serão exibidas na parede externa do espaço nesta sexta-feira (11)

Com o objetivo de ampliar a discussão sobre a produção da arte contemporânea e especialmente aproximar os mais diversos públicos da videoarte, a Galeria Janete Costa realiza na próxima sexta-feira (11) uma mostra de videoarte brasileira. Em vez de usar a área interna da Galeria, os vídeos serão exibidos na parede externa, promovendo o diálogo com o espaço público do Parque projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer. A mostra exibirá sete obras, a partir das 18h. O acesso é gratuito.

“A idéia é sublinhar diversos contornos da cidade de maneira poética, começando com a estrutura arquitetônica da própria Galeria, que de espaço de exposição desloca-se para suporte da produção audiovisual contemporânea”, explica a diretora da Galeria, Joana D´arc Lima.

Serão exibidas obras de artistas de diversas gerações, a maioria do cenário pernambucano. A programação reúne os vídeos “Eu você”, de Ricardo Basbaum (SP); “Sal e Prata”, de Rodrigo Braga (PE); “Troco Sonhos”, de Ana Teixeira (SP); “A viagem”, de Paulo Bruscky (PE); “No Silêncio de um Pênalti” e “Todo artista é um impostor”, de Lula Wanderley (PE); e “Praia”, de Beth da Matta (PE). Confira abaixo breve perfil dos artistas.

“Dos trabalhos selecionados foram priorizados aqueles que dialogam com a paisagem do entorno da Galeria Janete Costa, que por sua força visual e plástica conduzem os espectadores para um deslocamento visual. A curadoria buscou poéticas que possam tocar os passantes em um final de tarde e início de noite, destacando um fragmento da urbe recifense”, explica a diretora.

A praia e o futebol são alguns dos elementos explorados pelas obras. Em “No Silêncio de um Pênalti”, de Lula Wanderley, o jogo de futebol, tão presente na quadra do parque ou na praia em frente à Galeria, pode ser repensado como ação performática.  A obra foi criada por Wanderley a partir de apropriações de uma imagem que flagra o jogador da seleção da França, Zidane, no final da Copa de 2006 no jogo contra a Itália. Vale a pena afinar os sentidos para rever tais cenas.

SERVIÇO

Mostra de Vídeo Arte ContemporâneaSexta-feira (11), das 18h às 20h

Galeria Janete Costa – Parque Dona Lindu, Av. Boa Viagem, s/n.

Acesso gratuito

Informações: 81 3355.9831 | 3355.9832

Obras e breve perfil dos artistas

EU VOCÊ

Ricardo Basbaum (São Paulo / SP / 1961) artista multimídia, professor, curador, crítico. Inicia seu trabalho na década de 1980, explorando diversas formas de linguagem em suas obras. Sua produção inclui performances, ações, intervenções, textos, manifestos, objetos e instalações. Em 1994 obtém o título de master of arts in fine arts no Goldsmith's College, University of London, Inglaterra. Conclui mestrado (1996) em comunicação e cultura e doutorado em 2010 pela UFRJ. Entre 1999 e 2003, coordena a Agora - Agência de Organismos Artísticos. É professor do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

TROCO SONHOS

Ana Teixeira graduou-se pela ECA-USP (Universidade de São Paulo) e concluiu mestrado em Poéticas Visuais na mesma instituição. Sua dissertação de mestrado, intitulada “Trocas: A arte na rua e a rua na arte” enfoca ações realizadas pela artista no espaço urbano a partir de 1998. Seu trabalho transita por diferentes meios, com interesse particular pelo desenho, instalações, fotografia e vídeo.

SAL E PRATA

Rodrigo Braga (1976, Manauara radicado em Pernambuco). No início de sua produção,

questionou o uso da tecnologia na criação de realidades, sob o plano da manipulação fotográfica. Característica que permeia parte de seu processo criativo que vem se desaguando em trabalhos onde natureza, paisagens, territórios e ou geografias – são tocadas por seus gestos, intervenções e apropriações que resultam em obras cujas Narrativas intricam o olhar ligeiro e curioso dos espectadores.

A VIAGEM

Paulo Bruscky, artista multimídia, voltado desde os anos 1970 para as ações da vanguarda e do experimentalismo. Em 1981 recebe a Bolsa Guggenheim de Artes Visuais, residindo por um ano em Nova York. Suas experiências com arte-correio, audioarte, videoarte, artdoor e xerografia/fax-arte são apontadas como pioneiras dentro das discussões acerca da utilização de novos meios na arte brasileira. Possui Importante acervo documental acerca das vanguardas artísticas do pós-guerra, incluindo trabalhos originais do Grupo Fluxus e Gutai (Japão), tendo mantido correspondência regular com alguns de seus membros. Em 2004, tem uma sala especial na 16ª Bienal de SãoPaulo. Artista convidado com sala especial na X Bienal de Havana, Cuba, 2009.

NO SILÊNCIO DE UM PÊNALTI

TODO ARTISTA É UM IMPOSTOR

Lula Wanderley, intitulando-se pesquisador e poeta visual, trabalha com experimentação em múltiplas linguagens: compreendendo o texto, a performance e o vídeo. Nasceu no Recife, onde trabalhou como artista gráfico, colaborando com jornais e revistas, e fez experiências com a poesia experimental. Participou também, na década de 1970, da cena musical recifense colaborando para os grupos Nuvens 33 e Ave Sangria. No Rio, desde 1976, colaborou com Lygia Clark em suas pesquisas sobre arte/corpo/psiquismo. Atualmente faz experiências com recursos digitais em pesquisas poéticas sobre a função da imagem na vida contemporânea.

PRAIA

Beth da Matta nasceu em maio de 1964, em Recife/PE. É artista plástica, e atualmente, diretora do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (desde junho de 2009). Como artista participou de salões em âmbito nacional e realizou exposições coletivas e individuais. Como gestora, além do Mamam, dirigiu por quatro anos o Museu Murillo La Greca (2005 a 2009) - e, lá, construiu uma política pública para o museu que potencializou o acervo, a difusão e a pesquisa conjuntamente à produção contemporânea das artes visuais -, coordenou os equipamentos culturais do Estado – FUNDARPE (2008/ 2009) e a Semana de Artes Visuais do Recife – SPA das Artes (2007 a 2011) e fez parte de comissões de editais públicos em instituições e fundações públicas nacionais. Inquieta e curiosa, Beth está cursando a faculdade de gastronomia.