Professores do Recife trocam experiências na conclusão das formações do PNAIC
O último fim de semana foi de confraternização e troca de experiências para cerca de 450 professores da Rede Municipal de Ensino do Recife. Eles participaram do Seminário de Encerramento das formações do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Durante toda a manhã do sábado (07), os educadores acompanharam uma exposição e socializaram os trabalhos desenvolvidos em sala de aula com base nos ensinamentos do PNAIC durante o ano de 2014. O evento aconteceu na Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Educadores do Recife Professor Paulo Freire, no bairro da Madalena.
O PNAIC é um programa do Governo Federal que busca, em parceria com os estados e municípios, alfabetizar as crianças até os 8 anos de idade. De acordo com o secretário-executivo de Gestão Pedagógica da Secretaria de Educação do Recife, Rogério Morais, o programa implantado em 2012 envolve formação de professores do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental I e é de grande importância para a Rede Municipal. “Por se tratar de um ciclo de alfabetização em que as crianças têm ritmos diferentes, é preciso um método bem organizado para conseguir que elas avancem. O que a gente tem visto é que uma quantidade maior de alunos está alcançando o objetivo de ser alfabetizado na idade certa”, avaliou.
Enquanto em 2013 as formações foram na área de português, no ano passado foram 13 encontros com foco em matemática. Os professores receberam formações de uma equipe de 40 orientadores composta por coordenadores pedagógicos, incluindo alguns da Rede Municipal. A educadora Shirley Alverni trabalhou em 2014 com 25 alunos do 2º ano da Escola Municipal Chico Mendes. Para ela, as formações do PNAIC foram de grande valia para aumentar o conhecimento na área de exatas. “Foi um desafio para mim trabalhar a matemática em paralelo com a literatura e os jogos propostos dentro da sala de aula. Eu não sabia como passar para minhas crianças o sistema numérico decimal de uma maneira interessante, mas ao levar o jogo para a sala, os alunos prontamente se interessaram. Essa novidade fez com que eles fossem avançando e aprendessem ordem de dezenas, centenas e até dos milhares”, lembrou.
Já para a professora do 1º ano da Escola Municipal Jardim Uchôa, Luciana Maria Campos, participar do PNAIC a fez repensar a prática pedagógica utilizada por ela antes da experiência com o pacto. “Através do que eu estudava com os orientadores, eu refletia sobre o meu trabalho. O fato de mexer com o lúdico fascina as crianças e facilita o processo de aprendizagem. Quando eu aplicava jogos e outras estratégias que aprendia, a turma se envolvia muito nas atividades”, constatou.
A docente Juracy Maria dos Santos, também da Escola Jardim Uchôa, foi outra educadora que participou do PNAIC. Segundo ela, houve uma mudança grande na forma de ensinar. “Os meus alunos terminaram o ano atingindo o nível de alfabetização desejado. Não mudou apenas a minha prática, mas de toda a escola onde trabalho. A socialização do conteúdo não era entre professores e alunos, mas com outros docentes e a direção; envolveu todo mundo”, completou.
De acordo com Cláudia Helena Fragoso, chefe da Divisão de Alfabetização e Letramento da Secretaria Municipal de Educação, as formações, que aconteceram numa parceria da Prefeitura do Recife com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através do Centro de Estudos e Linguagens e do Núcleo de Ensino de Matemática, continuarão em 2015. “O PNAIC é muito importante porque dá aos professores a oportunidade de colocar em prática as ideias discutidas nas formações. É um momento de reflexão indispensável”, declarou.
Um dos orientadores do PNAIC, Ademir Gomes, disse que o desafio de formar professores alfabetizadores é uma experiência ímpar. “O PNAIC, para mim, é o caminho para alfabetizar todas as crianças, não só da Rede Municipal do Recife, mas de todo o País. Nós trazemos o professor para a formação, passamos o conhecimento e ele o coloca em prática na sala de aula”, afirmou.
Para outra orientadora do PNAIC, Elba Sobral, as formações não foram somente uma oportunidade de ensinar, mas também de aprender. “Foram momentos muito ricos. Partilhamos os nossos saberes e trocamos muitas coisas boas. Os professores da Rede de Ensino do Recife são de alta categoria. Temos resultados excelentes”, declarou.
A coordenadora do PNAIC no Recife, Rozineide Santos, acredita que o pacto é uma chance de repensar a prática de ensino nos Anos Iniciais. “Todo processo de formação contribui. O PNAIC é mais uma oportunidade de parar e refletir a maneira de trabalhar, aprender coisas novas e trocar experiências. O resultado é muito positivo”, finalizou.