Segurança Cidadã | 09.11.18 - 16h17
Compaz é apontado como exemplo a ser seguido durante palestra sobre segurança pública
O secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, participou na noite dessa última quinta no Rec´n´Play, com a palestra “Periferia global: construindo uma cultura cidadã”. O foco do encontro foi segurança pública e dividiram o palco com o secretário o jornalista e pesquisador no Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo Bruno Paes Manso e Melina Risso, conselheira do Instituto Igarapé e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Murilo começou a explanação apresentando os Compaz. “Funcionamos em parceria com outras nove secretarias da Prefeitura do Recife. Esse é o segredo do nosso sucesso. Oferecemos atividades esportivas, em parceria com a Secretaria de Esportes; aulas de robótica, em parceria com a Secretaria de Educação. E as nossas bibliotecas que trabalham de forma lúdica e dinâmica com crianças, jovens e adultos”, explicou.
A fala de Melina Risso reforçou o que disse Murilo, pois segundo ela “a chave da segurança pública é a prevenção. É dar oportunidades. E o Compaz se destaca nesse exemplo porque também tem como foco a primeira infância. E vários estudos já apontam que investimentos nessa fase da vida possuem impactos significativos na vida dos cidadãos”, disse a especialista, que lançou no evento o livro ‘Segurança Pública para virar o jogo’, que escreveu com Ilona Szabó, diretora-executiva do Instituto Igarapé.
Bruno Paes Manso, por sua vez, explicou a sedução que o crime organizado exerce nos jovens e como equipamentos como o Compaz podem desconstruir essa armadilha. “O tráfico atua, principalmente, na subjetividade do ego masculino, com discurso atraente e sedutor. Chega para o moleque e diz que ele pode morrer antes dos 25 anos, mas vai ter respeito, poder e a mulher quiser, ou seja, constrói um sonho ilusório. Batendo forte que o Estado é o inimigo”, disse o palestrante.
“O desafio é exatamente isso que vocês (Prefeitura do Recife) estão oferecendo: cultura, esporte, educação, tudo junto, em um mesmo espaço. É fazer a molecada saber que tem outro caminho saudável e do bem. Vocês são a gota de esperança nesse ensaio sobre a cegueira”, finalizou o também jornalista e colaborador da Folha de São Paulo.