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Quartel General do Carnaval, o Pátio de São Pedro se tornará o epicentro da exaltação à cultura afro amanhã (11), com a retomada da Terça Negra Especial de Carnaval. A primeira edição está marcada para começar às 19h e  trará cinco atrações que permeiam as mais diversas sonoridades promovidas em chão pernambucano. A iniciativa é uma parceria com o Movimento Negro Unificado (MNU) e busca difundir e estimular reflexões a respeito da influência afro nas expressões artísticas do Estado. O projeto tem apoio da Prefeitura do Recife e, em tempos de festejos de Momo, o projeto ganha três edições: 11, 18 e 25 de fevereiro, com um total de 16 atrações, que incluem nomes como Manga Rosa, Walter de Afogados, Lucas dos Prazeres e Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, que acaba de completar 200 anos de fundação. 

A noite de amanhã trará ao palco o Maracatu Leão da Campina, que abre o evento. Originários do bairro do Ibura, a agremiação também integra o Tumaraca, encontro que reúne 13 Nações de Maracatu durante a abertura do Carnaval. Na sequência, se apresenta o grupo Gryô, surgido em 2008 e cuja base sonora explora o universo percussivo de matriz africana e a groove do soul agregados aos ritmos pernambucanos (maracatu, frevo e coco) para originar o som contemporâneo autointitulado Afropenobeat.

Na sequência, o histórico grupo Lamento Negro sobe ao palco da Terça Negra Especial de Carnaval. Fundado ainda na década de 80 no Centro Comunitário Daruê Malungo, sua trajetória foi fundamental para o surgimento do Rec Beat, pois Chico Science foi um dos primeiros a beber de suas fontes, promover trabalhos com o grupo e a integrar as alfaias ao que viria se tornar Chico Science e Nação Zumbi.

Bione dá sequência à noite. Cantora, escritora e poetisa, a artista abraçou múltiplas linguagens e deu início à sua obra autoral na música desde 2022, na qual dialoga com diversas sonoridades que vão do trap ao tecnobrega associados a elementos da Cultura popular. Por mim, a noite será encerrada pelo Afoxé Ogbom Obá, ligado à casa de matriz religiosa de mesmo nome, sob os cuidados do Babalorixá Everaldo Alves, também conhecido como Pai Vevé.

História

A história da Terça Negra começa em 1998, no Pagode do Didi, localizado na Rua Ulhôa Cintra, no bairro de Santo Antônio. Em 2001, o projeto passou a acontecer no Pátio de São Pedro, tornando-se parte do calendário cultural oficial da cidade.

O encontro cultural foi criado pelo Movimento Negro Unificado (MNU), que surgiu no Recife em 1979 e ganhou força na década de 1990. Em seus primeiros passos, o MNU pretendia ir além do chamado samba de raiz, divulgando outras vertentes da cultura negra, como o maracatu, o afoxé, coco de roda e até o reggae e o hip hop.

A Terça Negra tem apoio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura, da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

PROGRAMAÇÃO TERÇA NEGRA ESPECIAL DE CARNAVAL 2025

Dia 11/02/25

19h: Maracatu Leão da Campina

20h – Gryô

21h – Lamento Negro

22h – Bione

23h – Afoxé Ogbom Obá

Dia 18/02/25

19h – Afoxé Filhos de Ayrá

20h – Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu (200 anos)

21h – Maracatu Estrela Brilhante de Nazaré da Mata

22h – Suprema Côrte

23h – Manga Rosa + Dirceu Melo + Catarina Rosa

Dia 25/02/25

19h – Povo de Oxaguiã

20h - Ava Guimarães

21h - Maracatu Porto Rico

22h - Lucas dos Prazeres

23h - Banda Cubana Rasta

00 h - Walter de Afogados