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Cultura | 11.09.12 - 19h12

Seminário de Desenvolvimento Econômico apresenta panorama do Recife

[caption id="attachment_25808" align="alignleft" width="334"] Inovação e dinâmica econômica do Recife foi o tema da palestra de abertura do segundo e último dia do II Seminário de Desenvolvimento Econômico e Inovação. Foto: Ivanildo Francisco[/caption]

Inovação e dinâmica econômica do Recife. Esse foi o tema da palestra de abertura do segundo e último dia do II Seminário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. O Seminário está ocorrendo no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), localizado no bairro da Ilha do Retiro. O evento tem o intuito de apresentar os resultados da segunda fase da pesquisa que está sendo elaborada em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sobre as cadeias produtivas com maior potencial de inovação no município.

“O crescimento no número de empregos formais gerados no Recife, entre os anos 2000 e 2010, foi puxado pelo setor da construção civil, que contou com um aumento de 7,4% ao ano, 3,4 pontos percentuais acima da média do município. Mesmo com essa evolução, a construção civil representa apenas 6,8% do total. Comércio e serviços são as áreas que dominam a geração de emprego formal, com 57,8%. O setor industrial representa 18,14% do valor acrescentado bruto (VAB) do Recife, essa taxa é a diferença entre o valor da produção e os consumos intermédios de cada empresa, valor que representa 34,5% do VAB da Região Metropolitana do Recife (RMR)”, falou o economista Sérgio Buarque, responsável pela pesquisa, durante a apresentação sobre a análise do macroambiente de inovação e da dinâmica econômica da cidade.

O economista também informou que os elementos capazes de adensar as cadeias produtivas são a educação e qualificação profissional, habitabilidade urbana, infraestrutura urbana e de transporte, capacidade científica e tecnológica, sistema institucional de regulação, segurança cidadã, além das características culturais do local. “O Recife conta com elevado patrimônio histórico, cultural e arquitetônico, com diversas manifestações culturais, e uma população bastante criativa”, explica Sérgio Buarque. Segundo o economista, dentre as ações que já estão sendo implantadas para reorganizar o território e favorecer a esse ambiente estão os projetos de mobilidade, incluindo a construção da Via Mangue, do Parque Científico e Cultural do Jiquiá, do Capibaribe Melhor, do Navega Recife, a revitalização do Porto do Recife.

Em seguida foram iniciadas as apresentações das pesquisas dos cluster que fazem parte da segunda fase da pesquisa. O primeiro a ser tratado foi o polo de saúde, ministrada por João Policarpo e Ana Cristina Fernandes. O Polo de Saúde é uma cadeia bastante extensa, pois suporta o fracionamento de atividades e a formação de especializações e a diversidade de ocupações. Só em 2010, foram gerados 33 mil empregos nas áreas que compõem no núcleo da cadeia produtiva, composto pelas atividades de atenção à saúde como medicina e nutrição. As áreas afins (psicologia, biomedicina, engenharia) somam outros 37,4 mil empregos no estado. O secretário de Saúde do município, Humberto Antunes, acrescentou que só na cidade 6,4 mil pessoas trabalham em unidades de saúde, dessas, 4,4 mil são de cargos efetivos.

“A ampliação do setor se deu por conta da dinamização da economia, ampliação no número de usuários e expansão nos serviços de saúde no interior e nas capitais próximas”, explicou João Policarpo. Além disso, o destaque também é fruto do pioneirismo de Pernambuco em investir em pesquisas. “Em 2010 o estado contava com cerca de 400 grupos de pesquisa, 1,7 mil grupos de pesquisa, três mil pesquisadores e quatro mil estudantes”, enumerou Ana Cristina Fernandes.

A programação do turno da manhã foi encerrada com a apresentação da pesquisa do setor de logística, ministrada por Simone Lucena, que contou com a participação do diretor de operações do Porto do Recife, Sidnei Aires, e da UPE, Sérgio Kano. No início da tarde Abraham Sicsú apresentou a engenharia consultiva e Lélio Fellow, assessor do CGEE, o setor de petróleo, gás, naval e offshore.

Além do secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Recife, José Bertotti, estiveram presentes os representantes do C.E.S.A.R, Claudia Cunha; do MCTI, Frederico Toscano; da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Alexandre Stamford; da Agência Condepe/Fidem, Maurílio Lima; Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), Fátima Cabral. Também marcaram presença representantes do Banco Central; Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas (Sindhosp); do Consulado Britânico; do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP); da UFPE; e da UFRPE.

Encerramento – À tarde, ainda nesta terça (11), aconteceu encerramento do Seminário de Desenvolvimento Econômico e Inovação do Recife. O resultado apontou que o Recife tem possibilidades de novos negócios nas áreas de logística, no pólo médico e nos serviços técnicos terceirizados. “Todas as recomendações desse estudo que fizemos ao longo dos anos dizem respeito no caso dos setores de serviços especializados para a consolidação de um setor que cresceu 20% nos últimos 4 anos, o de serviços na área de consultoria de projetos de engenheiros. E que dessa forma se consolidem políticas desse setor no Recife, mas que, principalmente, a engenharia possa interagir com os grandes projetos fundados no nosso Estado”, afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, José Bertotti.

“Nós consideramos que encerramos essa 2º etapa da pesquisa com o mesmo sucesso da primeira. Deixamos tudo engatilhado e daqui para o final da gestão do Prefeito João da Costa a gente pretende fazer um estudo aprofundado de mais quatro cadeias: a de Gás naval; Confecções de moda; Indústria Gráfica e Indústria Turística. E todas elas também estão presentes na cadeia produtiva com potencial de inovação”, finaliza Bertotti.