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Cultura | 11.09.13 - 15h30

Ação integrada de combate às doenças negligenciadas da PCR é pioneira no País

[caption id="attachment_38274" align="alignleft" width="680"] Geraldo: "Essas doenças são motivo de manutenção do quadro de desigualdade no nosso País e nós precisamos combater isso". (Foto:Andréa Rêgo Barros/PCR)[/caption]

O Recife sai na frente e se torna o primeiro município do Brasil a ter uma política pública integrada de combate às doenças negligenciadas. O prefeito Geraldo Julio lançou, na manhã desta quarta-feira (11), o Sanar Recife, programa que nasce com a meta de reduzir e eliminar quatro doenças transmissíveis: hanseníase, tuberculose, filariose e geo-helmintíase (verminose); cujos respectivos tratamentos não são realizados de forma adequada, sobretudo, pela população de baixa renda. A iniciativa integra o eixo Qualificando os Serviços na área de saúde do programa de governo da atual gestão.

O Sanar Recife é formado por eixos de atuação, que consistem na identificação de todos os casos, assessoria das unidades de saúde, investigação dos contatos, fortalecimento da assistência laboratorial e da rede de atenção à saúde; além da promoção de ações educativas e de oficinas para apontar as potencialidades de cada distrito sanitário da cidade.

Geraldo Julio reforçou a disposição do governo em melhorar a qualidade do atendimento na rede municipal. “Nós damos atenção às doenças negligenciadas porque fazemos parte de um governo democrático e popular, voltado para os que mais precisam. Essas doenças são motivo de manutenção do quadro de desigualdade no nosso País e nós precisamos combater isso. Hoje é dia de tirar do papel”, destacou.

O prefeito do Recife também ressaltou que a elaboração do seu programa de governo, em 2012, teve como base o registro histórico da cidade. De acordo com Geraldo Julio, o crescimento quantitativo do Programa de Saúde da Família (PSF) e a mudança expressiva no atendimento da urgência apontaram a necessidade de investimentos importantes no segmento. “Por isso, já nomeamos 627 profissionais para a área e iniciamos a requalificação da rede atual e a construção de novos equipamentos”, pontuou.



Através do programa, a Prefeitura estipulou metas a serem cumpridas até 2016. No tocante à hanseníase, a gestão quer aumentar o percentual de cura de novos casos para mais de 90%, e para mais de 75% o percentual de pacientes examinados em 68 unidades de saúde. No enfrentamento à tuberculose, o objetivo é ampliar o quantitativo de cura de novos casos para mais de 85% e reduzir o abandono ao tratamento para um número menor que 5%. Também figura como meta a elevação para mais de 75% o percentual de pessoas examinadas por 71 equipes de Saúde da Família.

A Prefeitura quer eliminar, através do Sanar Recife, a transmissão de filariose no Recife. Já para a geo-helmintíase a meta é reduzir a carga parasitária de verminoses na população escolar entre cinco e 14 anos da rede municipal a menos de 20% até 2016.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, que estava presente ao ato, argumentou que barreiras sociais dificultam o tratamento dessas enfermidades. “Algumas dessas doenças precisam de tecnologia para serem tratadas; outras nós já temos condições de tratar. Na verdade, o que dificulta são as barreiras invisíveis. Por isso, temos que divulgar e estimular esse exemplo do Recife. Estamos juntos para solucionar essa dívida de anos com a população da cidade”, pontuou.

Secretário de Saúde da capital pernambucana, Jailson Correia afirmou que o Sanar Recife também simboliza uma boa aliança entre o que a ciência consegue definir em um prazo de tempo razoável e a implementação da boa política. “Continuaremos com foco para que tudo seja devidamente cumprido. Estamos orgulhosos de lançar um projeto desse porte em nossa cidade”, comemorou.

Também presente ao lançamento, o secretário estadual de Saúde, Antônio Figueira, ressaltou a coragem da Prefeitura em enfrentar as doenças negligenciadas. “Não é fácil mostrar as mazelas diante de tanto desenvolvimento. Aqui, o prefeito mostra que também lembra dos negligenciados pela sociedade”, disse.