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| 11.10.11 - 13h19

Saúde engajada no combate à hanseníase no Dia das Crianças

Evento inclui caminhada, corrida e arrecadação de brinquedos para a população carente

O enfrentamento da hanseníase na capital pernambucana ganhará um chamariz diferente no Dia das Crianças. É que nesta quarta-feira (12), a Pastoral da Saúde promoverá a 1ª Corrida e Caminhada por Comunidades Saudáveis. Na estreia, haverá o lançamento da campanha Hanseníase em Crianças: correr para combater. A concentração ocorrerá a partir das 7h, na Igreja Matriz de Casa Amarela (Rua da Harmonia, nº 367). A mobilização está sendo promovida em parceria com a Prefeitura do Recife, Governo do Estado, Federação Pernambucana de Atletismo e Nederland Hanseniasis Relief – NHR Brasil, braço nacional da organização não-governamental holandesa que discute o problema em todo o mundo.

O acolhimento do público será feito por profissionais de educação física da Academia da Cidade, programa da Secretaria Municipal de Saúde. Durante o percurso, os participantes contarão com a animação da Frevioca, equipamento da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Além da corrida e caminhada, o evento ocupará o espaço ao redor da igreja para a realização de atividades voltadas para o público infantil: encenação de teatro de mamulengos com o tema hanseníase, apresentação de coral, distribuição de mudas de Pau-Brasil e arrecadação de brinquedos. As peças recolhidas serão doadas a crianças carentes de comunidades atingidas pela doença no Recife.

“A hanseníase é uma doença milenar que ainda acomete milhões de indivíduos no mundo inteiro. Somente no Brasil, são diagnosticadas 35 mil pessoas anualmente. Pelo longo tempo de incubação, que varia de dois a sete anos, a doença não é considerada de infância, mas temos observado um número cada vez maior de crianças acometidas pela moléstia. Dos 833 casos confirmados na capital pernambucana em 2010, 94 foram em menores de 15 anos. O dado é preocupante e reforça a necessidade de intensificarmos a divulgação dos sinais e sintomas da doença junto à população e das ações de diagnóstico e tratamento dos casos confirmados”, explicou Milde Cavalcanti, coordenadora municipal de Controle da Hanseníase.

De acordo com Milde, a gestão continua investindo na formação de parcerias com a sociedade por meio de mobilizações comunitárias e campanhas educativas. “Acreditamos que é fundamental a promoção e divulgação das ações e que só com a mobilização de todos os atores será possível interromper a cadeia de transmissão da bactéria causadora do problema, controlando e eliminando a doença na nossa Cidade”, ressaltou. A hanseníase tem cura, o tratamento é eficiente e está disponível gratuitamente nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

A inscrição solidária no evento custa R$ 10 mais um brinquedo para as crianças carentes. Para mais informações sobre o evento, basta acessar o site www.pastoraldasaudeaor.com ou entrar em contato pelos telefones 3091.5310 e 3268.4911.

Percurso da corrida: Estrada do Arraial / Rua Ana Xavier / Estrada do Encanamento / Avenida Parnamirim / Avenida Rui Barbosa / Parque da Jaqueira / Avenida Rosa e Silva / Estrada do Arraial.

Percurso da caminhada: Estrada do Arraial / Rua Carlos Mavignier / Rua Major Nereu Guerra / Rua da Harmonia / Rua Oscar Pinto / Rua Arnoldo Magalhães / Estrada do Arraial.

Saiba mais sobre a hanseníase

O que é?
Doença infecto-contagiosa causada pelo Bacilo de Hansen (Mycobaterium leprae), que penetra no organismo através das vias respiratórias, atacando a pele, os olhos e os nervos. Pode causar manchas na pele e perda de sensibilidade, principalmente, nos olhos, mãos e pés, atingindo indiscriminadamente a homens e mulheres de qualquer idade, inclusive crianças. A moléstia não é hereditária nem mata. Entretanto, se não for tratada, pode levar a deformidades nas mãos e nos pés, além de causar cegueira.

Como é transmitida?
Pelas vias aéreas: uma pessoa infectada libera o bacilo no ar, criando a possibilidade de contágio. No entanto, a infecção dificilmente ocorre depois de um simples contato social. Ele deve ser íntimo e freqüente.

Quais os principais sintomas?
Manchas na pele esbranquiçadas ou avermelhadas e com diminuição da sensibilidade. Dormentes, essas manchas não doem, não coçam e não incomodam. Por isso, muitas vezes passam despercebidas se localizadas em partes do corpo não freqüentemente observadas, como costas e nádegas;

Diminuição da sensibilidade ou formigamento de extremidades de mãos, pés e olhos, possibilitando ferimentos, queimaduras ou ulcerações sem dor e podendo levar a complicações, como infecções locais, sem que as pessoas sintam dor;

Diminuição ou perda de força muscular em mãos, pés e pálpebras, levando à queda de objetos ou um andar arrastado ou o ressecamento dos olhos por não conseguir fechar as pálpebras corretamente.

Onde buscar tratamento?
Na rede municipal, ele é gratuito e está disponível nas 118 unidades do Programa de Saúde da Família e nas policlínicas que são referência para a doença. Entre elas, estão Gouveia de Barros (Boa Vista), Dr. Amaury Coutinho (Campina do Barreto), Clementino Fraga (Vasco da Gama), Lessa de Andrade (Madalena), Agamenon Magalhães (Afogados), Pina (Pina) e Professor Arnaldo Marques (Ibura).