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| 12.05.15 - 09h50

Doulas recebem instruções para apoiar mulheres na hora do parto

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A capacitação ocorreu na Policlínica Lessa de Andrade, nesta segunda-feira. (Foto: Inaldo Lins/ PCR)

 

Chamar pelo nome, demonstrar respeito, o cuidado e dar apoio psicológico às mulheres em trabalho de parto. Estas práticas são comuns às cerca de 20 mulheres que se reuniram na tarde desta segunda-feira (11), na Policlínica Lessa de Andrade, no bairro da Madalena. Elas são doulas, profissionais que dão apoio às mães durante a gestação, na hora do parto, no pós-parto e trabalham voluntariamente para a Secretaria de Saúde do Recife. Essas mulheres receberam uma capacitação sobre o manejo da dor na hora do parto e os recursos ambientais que podem ser usados para isso.

Tatianne Frank, mestre em Enfermagem e especialista em Obstetricia, que ministrou a capacitação, procurou deixar logo todas à vontade, tirando as sandálias, proporcionando um momento de relaxamento. "Muitas mulheres remetem a dor do parto à passagem bíblica em que Deus castiga Eva, dizendo que ela vai parir com dor, mas eu gosto de tratar com as mulheres que a dor é algo positivo, é como um aviso de que o bebê dela está chegando e olhando por esta ótica fica bem mais fácil", destacou Tatianne. Ela acrescentou que o parto humanizado não é apenas uma técnica, mas uma escolha que vai trazer total autonomia à mãe. As doulas receberam orientações sobre como proporcionar alívio às mulheres por meio de uma visão diferente da dor do parto.

Para Ana Karla Matos, coordenadora da Política de Saúde da Mulher, o parto humanizado busca fortalecer a autonomia e o protagonismo da mulher no momento do parto. "A humanização busca uma intervenção mínima no processo que é fisiológico e normal, exceto se houver evidências sólidas de necessidade. Com essa prática as elevadas taxas de cesarianas no país poderão ser reduzidas” , avaliou Karla..

Diana Vilar, uma das voluntárias, é doula há oito anos e defende o parto humanizado. "Em primeiro lugar, tudo é feito pelo bem estar da mulher, porque ela sai dali bem e no outro dia já pode fazer de tudo. E esse acompanhamento que também é um apoio psicológico faz toda a diferença nesse momento", disse Diana.

O programa voluntário das doulas, no Recife, atende às maternidades Arnaldo Marques, Bandeira Filho e Barros Lima, e se mostra importante pelo fato de que o ambiente hospitalar é desconhecido e gera ansiedade e insegurança à gestante. Por isso, a doula cumpre esse papel humanizador. "É preciso acreditar no parto e na natureza. Temos que acreditar que aquela mulher sabe parir e que esse bebê sabe nascer, concluiu Tatianne Frank.