Guarda Municipal se engaja em campanha para ajudar mães de bebês com microcefalia
Um grupo de cerca de 40 agentes da Guarda Municipal do Recife se juntou hoje para conhecer as histórias de duas mães da UMA (União de Mães de Anjos). A organização é uma iniciativa de mães de bebês com Síndrome Congênita do Zika Vírus que foram até a sede da GMR para relatar o dia a dia e dificuldades que passam com seus pequenos. "Trouxemos elas aqui para sensibilizar os agentes. Queremos ajudá-las com doações e serviço voluntário", disse o comandante da Guarda Municipal, Marcílio Domingos.
A ideia de levar as mães à sede da Guarda foi do Corregedor, Lívio Bernardes, para engajar os agentes. "Eles vão ser multiplicadores dessa causa e realidade que estamos vivendo. Toda ajuda será bem vinda", defendeu.
Isadora Moura, 25 anos, mãe de Mauro, 6 meses, contou como descobriu que seu filho tinha microcefalia e relatou o comportamento dele. "Estava no final da gravidez quando recebei a notícia. Fiquei chocada. Me vi só e me senti abandonada. Amigos deixaram de frequentar minha casa e, como estudante de Fisioterapia, tinha noção das dificuldades que iria enfrentar". "Irritabilidade e convulsões são características dos bebês microcefálicos. A maioria das mães não tem como trabalhar porque eles requerem o triplo de atenção e cuidados. Qualquer suporte e donativo faz diferença. São anjos ajudando as mães de outros anjos", enfatiza.
Muitas passam pela mesma reação de espanto ao receber a notícia da doença do filho. E, em alguns casos, a situação se transforma num transtorno familiar. "Quando o pai de Daniel soube, se revoltou. Depois que ele nasceu, mandou eu pegar os meninos - ela tem outro filho de 4 anos - e ir embora. Foi horrível, mas hoje estou melhor e mais em paz do que quando estava casada", revela Jaqueline Vieira, 25 anos, mãe de Daniel, também 6 meses, enquanto tentava acalmar o pequeno nos braços.
As mães destacaram que toda doação é bem vinda, mas leite em pó é o item de maior necessidade e pressa. "Temos doação de fralda descartável e se faltar, colocamos uma de pano. Já o leite não tem como ser substituído. É o único alimento deles", pondera Isadora.
Durante o bate papo os Guardas prontamente se mobilizaram e vão ajudar no transporte das doações e na compra de medicamentos. Muitos bebês têm várias convulsões e precisam tomar até três vezes ao dia a medicação. Cada caixa de remédio anticonvulsivo chega a custar R$ 300.
A União das Mães de Anjos (UMA) fica na Avenida Jardim São Paulo, 813, Jardim São Paulo. Em frente ao campo El Salvador.