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Segurança Cidadã | 12.05.16 - 19h42

Guarda Municipal se engaja em campanha para ajudar mães de bebês com microcefalia

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Duas integrantes da União das Mães de Anjos (UMA) foram à sede do órgão de segurança para sensibilizar os agentes (Foto: Antônio Tenório/PCR)

 

Um grupo de cerca de 40 agentes da Guarda Municipal do Recife se juntou hoje para conhecer as histórias de duas mães da UMA (União de Mães de Anjos). A organização é uma iniciativa de mães de bebês com Síndrome Congênita do Zika Vírus que foram até a sede da GMR para relatar o dia a dia e dificuldades que passam com seus pequenos. "Trouxemos elas aqui para sensibilizar os agentes. Queremos ajudá-las com doações e serviço voluntário", disse o comandante da Guarda Municipal, Marcílio Domingos. 

A ideia de levar as mães à sede da Guarda foi do Corregedor, Lívio Bernardes, para engajar os agentes. "Eles vão ser multiplicadores dessa causa e realidade que estamos vivendo. Toda ajuda será bem vinda", defendeu. 

Isadora Moura, 25 anos, mãe de Mauro, 6 meses, contou como descobriu que seu filho tinha microcefalia e relatou o comportamento dele. "Estava no final da gravidez quando recebei a notícia. Fiquei chocada. Me vi só e me senti abandonada. Amigos deixaram de frequentar minha casa e, como estudante de Fisioterapia, tinha noção das dificuldades que iria enfrentar". "Irritabilidade e convulsões são características dos bebês microcefálicos. A maioria das mães não tem como trabalhar porque eles requerem o triplo de atenção e cuidados. Qualquer suporte e donativo faz diferença. São anjos ajudando as mães de outros anjos", enfatiza. 

Muitas passam pela mesma reação de espanto ao receber a notícia da doença do filho. E, em alguns casos, a situação se transforma num transtorno familiar. "Quando o pai de Daniel soube, se revoltou. Depois que ele nasceu, mandou eu pegar os meninos - ela tem outro filho de 4 anos - e ir embora. Foi horrível, mas hoje estou melhor e mais em paz do que quando estava casada", revela Jaqueline Vieira, 25 anos, mãe de Daniel, também 6 meses, enquanto tentava acalmar o pequeno nos braços. 

As mães destacaram que toda doação é bem vinda, mas leite em pó é o item de maior necessidade e pressa. "Temos doação de fralda descartável e se faltar, colocamos uma de pano. Já o leite não tem como ser substituído. É o único alimento deles", pondera Isadora.

Durante o bate papo os Guardas prontamente se mobilizaram e vão ajudar no transporte das doações e na compra de medicamentos. Muitos bebês têm várias convulsões e precisam tomar até três vezes ao dia a medicação. Cada caixa de remédio anticonvulsivo chega a custar R$ 300. 

A União das Mães de Anjos (UMA) fica na Avenida Jardim São Paulo, 813, Jardim São Paulo. Em frente ao campo El Salvador.