Atividades educacionais marcam o Dia do Combate ao Trabalho Infantil
Discussão sobre o ingresso precoce de jovens no mercado de trabalho reuniu 260 estudantes do 6º Ano
A Secretaria de Educação do Recife, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), comemorou, nesta sexta-feira (12), o Dia Mundial do Combate ao Trabalho Infantil. O evento reuniu 260 estudantes do 6° ano, de nove unidades de ensino da rede municipal, na Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Educadores Paulo Freire, na Madalena. A ação debateu o ingresso precoce de crianças e adolescentes no mundo do trabalho e contou com mostra de vídeo, apresentação teatral e a palestra Não ao Trabalho Infantil, ministrada pelo promotor Leonardo Mendonça, do MPT.
A exploração e o trabalho infantil são problemas sociais que afetam milhões de crianças e adolescentes no Brasil e no mundo. Durante o debate, foi abordada a prevenção da entrada no trabalho infantil das crianças e adolescentes e a retirada dos que se encontram nessa situação. O intuito é fortalecer uma cultura de respeito aos direitos humanos nas escolas participantes, em especial no que diz respeito ao trabalho infantil, contribuindo com o combate à exploração da mão de obra de crianças e adolescentes.
O promotor do MPT, Leonardo Mendonça, ressaltou a importância do evento e explicou que o Projeto MPT na Escola se desenvolve a partir da parceria com as secretarias municipais de Educação. "É um projeto estratégico que busca combater o trabalho infantil por meio da prevenção. A ideia também é desmistificar as práticas aceitas na sociedade como, por exemplo, dizer que 'é melhor trabalhar do que fazer algo errado'. Mas as crianças não devem ter que escolher entre a escola e o trabalho", avalia o promotor.
Reflexões - Segundo o professor e coordenador do Núcleo de Enfrentamento a Violência Escolar (Neve), George Pereira, a proposta do encontro é sensibilizar, conscientizar e proporcionar reflexões e ações sobre a erradicação do trabalho infantil no ambiente escolar. "Identificamos que algumas formas de trabalho são caracterizadas como crime e destacamos os prejuízos resultantes para as crianças e adolescentes que, muitas vezes, são submetidos a elas. Queremos orientá-los para que eles não troquem a escola pela rua", destaca George, um dos organizadores do evento.
De acordo com os dados divulgados pelo Censo 2010, cerca de 3,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos estão em situação de trabalho, sendo 30% no Nordeste. Para a estudante Yhawyn Gueiros, 10 anos, da escola Divino Espírito Santo, o dia foi muito importante. "Eu me interessei pelo assunto, aprendi muito e vou pesquisar mais. Eu considero a exploração e o trabalho infantil como uma escravidão. É algo errado, as crianças devem estudar", comenta a estudante.