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Educação | 12.06.15 - 09h51

Escola Municipal que adotou cachorros apresenta trabalhos sobre cuidados com os animais

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Estudantes da Escola Municipal Antonio Heráclio do Rego participarão das atividades e assistirão a palestra do secretário-executivo de Direito dos Animais. (Foto: Antonio Tenório/ PCR)

 

Cerca de 350 alunos da Escola Municipal de Tempo Integral (EMTI) Antonio Heráclio do Rego, de Água Fria, apresentam, na manhã desta sexta-feira (12), trabalhos sobre os cuidados que se deve ter com os animais e a natureza. A unidade de ensino adotou dois cachorros, que recebem os cuidados dos diretores, professores, funcionários e alunos. A partir da iniciativa, os cães foram incluídos no projeto pedagógico da unidade de ensino, batizado de Cãolega, que também será apresentado nesta sexta. O secretário-executivo de Direitos dos Animais Rodrigo Vidal, foi convidado a visitar a escola, onde fará uma palestra, às 10h, sobre a responsabilidade de ser tutor de um animal e quais os cuidados necessários.

Durante toda a manhã, os alunos apresentarão trabalhos que tiveram como foco o tema Direito de ter, dever de cuidar. Eles fizeram pesquisas sobre preservação do meio ambiente, bichos em extinção, adoção de animais, cuidados com os bichos e sobre o cão comunitário, que é quando um cachorro possui um grupo de indivíduos que cuidam dele, e não apenas um único dono, que é o que acontece na Escola Antônio Heráclio.

O projeto Cãolega foi desenvolvido a partir da adoção dos cachorros Júlio e Júlia por parte unidade de ensino. Há três anos, a vice-diretora Marília Oliveira resgatou da rua a cadela Júlia e a abrigou na escola. Ao perceber que os alunos se apegaram ao animal, a vice-gestora resolveu manter a cadela na escola. Após cinco meses, foi adotado outro cachorro que vinha fazendo companhia a Júlia e por isso foi batizado de Júlio. A partir disso, os professores passaram a trabalhar em sala de aula temáticas relativas aos animais. Para entrar em contato com as crianças e adolescentes, os cachorros foram vacinados, vermifugados e recebem acompanhamento de veterinários.

De acordo com a professora de português Juliana Ramos, que é uma das responsáveis por cuidar dos cães, o relacionamento dos estudantes com os animais mudou o comportamento dos alunos, gerando um processo de humanização, respeito e valorização do próximo. "Antes os alunos não se preocupavam em jogar o resto da comida no lixo e terminavam jogando no chão ou deixavam na mesa. Hoje em dia isso não acontece porque eles sabem que se deixarem comida no chão os cães podem ingerir, o que é errado", relata Juliana, que também faz parte do grupo Bicho Querido, que resgata animais abandonados e dá a eles um lar provisório até colocá-los para adoção. Segundo a docente, vários estudantes também adotaram cães em casa após a experiência na escola.

Segundo o diretor Arnóbio de Paiva, no inicio os cães sofreram com a rejeição de algumas mães que achavam que os cachorros iriam fazer mal à saúde dos alunos. "Elas reclamavam do risco de os cachorros transmitirem doenças, mas depois perceberam que Júlio e Júlia ajudaram a despertar o lado humano dos estudantes", lembra o gestor.

Aluna do 8º ano, Franciny Oliveira, 14 anos, resalta que os cachorros tornaram a ida à escola mais divertida, além de melhorarem o convívio de todos na unidade de ensino. "Acho que toda escola deveria ter um cachorro porque eles nos dão carinho e atenção pra gente, principalmente quando nos sentimos sozinhos. Esse apego com eles nos torna mais compreensivos com nossos colegas de classe", conta a estudante.