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Meio Ambiente | 12.08.15 - 17h55

Prefeitura do Recife vai criar certificação para construções sustentáveis

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A regulamentação do selo verde foi debatida, nesta quarta (12), pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade. A expectativa é que a medida seja implantada até o final do ano.. (Foto: Carlos Augusto/ PCR)

A Prefeitura do Recife vai estimular a construção de empreendimentos sustentáveis, visando diminuir o impacto ambiental e as emissões de Gases de Efeito Estufa na cidade. A ideia é incentivar esse tipo de iniciativa com a implantação de um selo verde para as edificações. Nesta quarta-feira (12), a regulamentação do certificado foi debatida pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS), durante a 4ª reunião do Comclima, no Forte das Cinco Pontas. A expectativa é que a medida seja implantada até o final do ano.

A proposta da SMAS é criar três tipos de selos específicos. Um será o Certificado Construção Civil Sustentável, destinado aos empreendimentos habitacionais ou não que causam impacto ambiental. Outro será o Certificado Social, voltado às construções populares, como moradias, pequenos comércios e serviços de bairro. Além disso, haverá um Prêmio de Boas Práticas, oferecida aos que promoverem uma boa relação ou iniciativas com a cidade, envolvendo desde grandes empresas até associações comunitárias.

Segundo o secretário executivo de Sustentabilidade, Maurício Guerra, a certificação será uma medida de adesão voluntária. Ninguém será obrigado a participar. “Acreditamos que muitas empresas vão espontaneamente integrar essa iniciativa. Hoje, existem muitas ações com esse perfil sendo realizadas na cidade, como foi o caso do telhado verde. Antes mesmo da lei, alguns empreendimentos implantaram. A sustentabilidade se reflete na qualidade de vida e sociedade já está pedindo essas mudanças”, pontuou.

O projeto recifense se baseia na experiência do Selo BH Sustentável, criado pela Prefeitura de Belo Horizonte (MG). Pioneira neste tipo de iniciativa no Brasil, a capital mineira implantou o programa em 2012 e definiu três níveis de certificação (ouro, prata e bronze), de acordo com a quantidade de medidas adotados. “O nosso projeto se diferencia de Belo Horizonte pela inclusão de uma categoria destinada a moradias e comércios populares. Queremos estimular o uso de soluções sustentáveis de baixo custo, mas que beneficiam a natureza e a própria população, como o aproveitamento de água da chuva. Além disso, temos o Prêmio de Boas Práticas”, argumentou.

Os níveis da certificação e as metas que os empreendimentos precisam cumprir para receber o selo ainda não foram definidos. Contudo, a SMAS estabeleceu os cinco eixos que serão avaliados: mobilidade (bicicletário, banheiros com chuveiros na área comum de prédios, etc), verde (cobertura vegetada em solo ou superfícies construídas), resíduo (menor geração de lixo), baixa emissão de CO2 (inventário e plano de GEE), água e energia (otimização do consumo da água e eficiência energética).

A certificação integra as estratégias da prefeitura para diminuir as emissões de GEE na capital pernambucana. A expectativa é que o selo incida de forma mais representativa na redução de CO2 proveniente do consumo energia na construção civil. De acordo com o inventário de GEE do Recife, hoje o setor é responsável por 15% das emissões no município.