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Cultura | 12.11.18 - 19h19

20º Festival Recife do Teatro Nacional começa no próximo domingo (18)

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Até o domingo seguinte (25), a programação promovida pela Prefeitura do Recife contará com 12 espetáculos, seis deles inéditos na cidade, como Preto, que trará a atriz Renata Sorrah no elenco. (Foto: Divulgação)

 

Emoção e reflexão entram em cartaz no Recife entre os próximos domingos 18 e 25 de novembro. Celebrando as artes cênicas e sua capacidade de politizar, entreter e promover cidadania, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, promove a 20ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional, levando 12 espetáculos, entre nacionais e locais, para os teatros de Santa Isabel, Hermilo Borba Filho, Apolo, Luiz Mendonça e Barreto Júnior.

A programação encerra o ciclo de festivais promovidos anualmente pelo poder público municipal para assegurar fôlego e plateia para as mais diversas expressões artísticas que povoam a plural e efervescente capital pernambucana. Esse calendário conta ainda com o Festival Nacional do Frevo, o Festival Recifense de Literatura - A Letra e a Voz, a Mostra de Circo do Recife e o Festival de Dança do Recife, além de diversas outras ações, promoções e apoios aos muitos desdobramentos que a cultura assume por estas bandas.

Revelando de pronto toda a sua potência, a programação do 20º Festival Recife do Teatro Nacional já abre, no dia 18, no Teatro de Santa Isabel, com a peça Preto, da paranaense Companhia Brasileira de Teatro, que conta com a atriz Renata Sorrah no elenco, além de Cássia Damasceno, Felipe Soares, Grace Passô e Nadja Naira.

O espetáculo, que fará sua estreia na cidade, articula-se a partir da fala de uma mulher negra, numa espécie de conferência sobre questões que incluem racismo, a realidade do povo de pele negra no Brasil hoje, o afeto e o diálogo, negritando a maneira como lidamos com as diferenças e como cada um se vê numa sociedade marcada pela desigualdade.

Entre os espetáculos selecionados para compor o programa do Festival, que homenageia, nesta edição, o ator Reinaldo de Oliveira, há outras cinco produções nacionais e inéditas na cidade: Woyzeck – Zé Ninguém, do Teatro Terceira Margem e Artistas Independentes e Teatro La Independencia, do Oco Teatro Laboratório, ambos da Bahia; O Que Só Passarinho Entende, da Cia Cobaia Cênica, de Santa Catarina; LTDA., do Coletivo Ponto Zero, do Rio de Janeiro; e A Gaiola, da também carioca Camaleão Produções Culturais e LTDA.

De Pernambuco, integram a programação: Ligações Perigosas, do Teatro de Fronteira; Próxima, solo da atriz Cira Ramos; Em Nome do Desejo, da Galharufas Produções; Espera o Outono, Alice, do Amaré Grupo de Teatro; e Pro(Fé)Ta – O Bispo do Povo, do Coletivo Grão Comum.

Entre os temas tratados pelos espetáculos, há um cerne social e político, que se desdobra e traduz em variados assuntos, como fake news, ditadura, angústias proletárias, corrupção, ódio, intolerância e preconceito. Amor, esperança e liberdade, combustíveis infalíveis para a arte, também têm espaço garantido na programação. “As criações artísticas que compreendem esta programação, além de experiências estéticas bem sucedidas, propiciam reflexões atemporais e necessárias. Foram escolhidos porque podem ajudar o público na travessia destes dias tão difíceis vividos pelo povo brasileiro. Mais uma vez, o Festival é sinônimo de esforço e superação do poder público. Sem perder a poesia, que é mola mestra da arte e de todo artista, a programação se confirma frutífera e necessária, em tempos tão líquidos”, diz o diretor do Teatro de Santa Isabel, Romildo Moreira, que assina junto com Ivo Barreto, gestor do Teatro Luiz Mendonça, a curadoria do evento.

Os ingressos custam R$ 10 (R$ 5 para estudantes) e serão vendidos nas bilheterias de cada teatro.

Homenageado - Recifense de 88 anos, Reinaldo de Oliveira é filho do teatro pernambucano e um de seus maiores expoentes. De seus célebres pais, Valdemar e Diná de Oliveira, dois dos maiores nomes das artes cênicas produzidos por Pernambuco, herdou mais que talento e vocação. Sonhou os mesmos sonhos, enveredando pela carreira artística, depois de sagrar-se médico cirurgião, formado pela antiga Universidade do Recife.

Ator sagaz e versátil, vestiu a camisa do Teatro de Amadores de Pernambuco, fundado pelos pais. Atuou em diversos espetáculos, como Vestido de Noiva e Um sábado em 30 e dirigiu outros tantos, além de ter assumido a gestão do TAP. Escreveu nos palcos a sua própria história. Entre enredos e personagens, viveu muitas vidas em uma.