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Carnaval | 13.02.25 - 11h21

Prévias carnavalescas agitam o fim de semana no Recife

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A programação, promovida pela Prefeitura do Recife, conta com a final do Concurso de Rei e Rainha, Aurora dos Carnavais, Cortejo da Cultura Popular, Ensaios do Tumaraca, Encontro de Baques de Caboclinhos e Índios, Ocupação Naná Vasconcelos e Ensaio Ubuntu com o Encontro de Afoxés. (Foto: Wagner Ramos/PCR)

 

O segundo fim de semana do calendário oficial das prévias do Carnaval do Recife promete uma programação diversificada, com atrações para todos os gostos, idades e públicos. A partir de sexta-feira (14), o clima festivo toma conta da cidade, com os clarins de Momo anunciando o início da folia na Escola Municipal de Frevo do Recife, que sairá em cortejo pelas ruas, além da tão aguardada final do Concurso de Rei e Rainha do Carnaval.

Ao longo do fim de semana, o Recife será tomado por Corredores da Folia com os cortejos da cultura popular, grandes protagonistas do legítimo maior Carnaval de Rua do Brasil, que só o Recife tem e faz. De sexta a domingo,  as ruas estarão repletas de agremiações que desfilam suas tradições, aquecendo o espírito do maior Carnaval em linha reta do país. Com um legado construído ao longo de séculos, o Recife recebe ursos, clubes de bonecos, afoxés, maracatus, bois, clubes de índios, caboclinhos, escolas de samba e passistas, criando um convite irrecusável à folia.

A festa segue até domingo (16), com os tambores dos maracatus ecoando nos ensaios do Tumaraca, enquanto a Aurora dos Carnavais revive a magia dos antigos carnavais. O Recife também celebra suas raízes afro-indígenas com o Encontro de Baques de Caboclinhos e Índios, e o emblemático Ensaio Ubuntu, que reunirá afoxés em um grandioso momento de celebração e resistência cultural e celebrará Naná Vasconcelos ocupando o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) com uma exposição sobre o mestre.

SERVIÇO
Calendário oficial das prévias do Carnaval do Recife
Dias 14, 15 e 16 de fevereiro

Sexta-feira (14/02)
16h – Cortejo de Passistas da Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges. Local: Rua Castro Alves, 440 - Encruzilhada

17h – Corredores da Folia com o cortejo da cultura popular. Local: Concentração na Rua da Moeda (próximo ao monumento Chico Science) até a Praça do Arsenal

18h – Tumaraca - Ensaio Coletivo das Nações com a participação do Estrela Brilhante de Igarassu, Raízes de África, Encanto do Pina, Encanto da Alegria, Aurora Africana. Local: Rua da Moeda

20h – Final do Concurso Rei e Rainha. Local: Clube Português, gratuito

 

Sábado (15/02)

16h – Corredores da Folia com o cortejo da cultura popular. Local: Concentração na Rua da Moeda (próximo ao monumento Chico Science) até a Praça do Arsenal

16h – Aurora dos Carnavais. Local: Rua da Aurora, s/n

17h – Encontro de Baques de Caboclinhos e Índios. Local: Pátio de São Pedro

17h – Tumaraca - Ensaios de Nações de Maracatu com Estrela Dalva. Local: Rua Pinheiro, 02, Joana Bezerra (em frente ao Compaz Dom Hélder Câmara)

 

Domingo (16/02)

15h – Ocupação Naná Vasconcelos. Local: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), Rua da Aurora, 265 - Boa Vista

15h – Corredores da Folia com o cortejo da cultura popular. Local: Concentração na Rua da Moeda (próximo ao monumento Chico Science) até a Praça do Arsenal

16h – Aurora dos Carnavais. Local: Rua da Aurora, s/n

17h – Ensaio Ubuntu – Encontro de Afoxés. Local: Pátio de São Pedro

17h – Tumaraca - Ensaios de Nações de Maracatu com Porto Rico. Local: Rua Eurico Vitrúvio, 484, Pina


Cortejo da Escola Municipal de Frevo leva a alegria do frevo para as ruas do Recife

Celebrando o frevo como Patrimônio Imaterial da Humanidade, a concentração começa às 14h, com orquestra e foliões, e o cortejo sai às 16h pelas ruas da Encruzilhada. Durante o percurso, haverá uma Roda de Frevo e Capoeira na Praça Augusto Rodrigues

A paixão pelo frevo tomará conta das ruas do Recife nesta sexta-feira (14) com a 2ª edição do Cortejo da Escola de Frevo. Promovida pela Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges, a prévia carnavalesca convida alunos, moradores e turistas a cair no passo, reafirmando o frevo como Patrimônio Imaterial da Humanidade.

A concentração acontece a partir das 14h, reunindo uma orquestra de frevo e foliões fantasiados. Às 16h, o cortejo ganha as ruas, exibindo a energia e o talento desenvolvidos ao longo das atividades da escola, que se dedica a formar novas gerações de artistas e a manter viva a tradição do frevo.

O cortejo terá início na Rua Castro Alves, 440, e seguirá pelas ruas Marechal Deodoro, Othon Paraíso e Augusto Rodrigues, antes de retornar ao ponto de partida, na Encruzilhada. Ao longo do percurso, às 16h40, a Praça Augusto Rodrigues será palco de uma Roda de Frevo e Capoeira, com a participação dos grupos Legião Brasileira de Capoeira e Projeto Ginga do Araçá, promovendo um encontro de manifestações da cultura popular. A folia se encerrará às 17h30, com o retorno dos participantes à escola e a dispersão do público.


Concurso elege Rei e Rainha do Carnaval do Recife nesta sexta-feira (14)

Ao todo, 39 canditatos irão se apresentar, a partir das 19h, no Pátio de São Pedro. Disputas serão embaladas pela Orquestra Popular do Recife, do Maestro Ademir Araújo

O trono do Carnaval do Recife 2025 está prestes a ser ocupado. Para reinarem absolutos na festa de rua mais autêntica e animada do Brasil, que espalha a mais democrática alegria pelas ruas da cidade, o Rei e a Rainha de Momo serão escolhidos numa colorida e acirrada disputa, na próxima sexta-feira (14), a partir das 19h, no Pátio de São Pedro. 

Nesta que é uma das mais tradicionais e concorridas prévias da cidade, realizadas desde a década de 1970, um total de 39 postulantes ao trono: 25 candidatas a Rainha e 14 candidatos a Rei. A idade mínima para participar do concurso é 18 anos. A premiação será de R$ 30 mil para cada monarca: R$ 60 mil, ao todo.

Em função das fortes chuvas da semana passada e dos remanejamentos que se fizeram necessários no calendário de prévias, o concurso, que geralmente conta com eliminatórias e final, será realizado em etapa única este ano.

Para julgar se os candidatos têm a desenvoltura, a elegância, a alegria, o conhecimento, a irreverência e o frevo no pé necessários para integrar a corte do majestoso Carnaval recifense, a comissão julgadora será formada por 14 profissionais, entre artistas plásticos, estilistas, cineastas, dramaturgos, carnavalescos, jornalistas, babalorixá, atores de teatro e músicos.

A célebre Orquestra Popular do Recife, do Maestro Ademir Araújo, garantirá a animação da festa, que sempre reúne numerosas e calorosas torcidas para acompanhar as animadas e acirradas disputas.


Bairro do Recife segue com os cortejos da cultura popular nos Corredores Folia

Durante o final de semana, os cortejos percorrerão as ruas Moeda, Rio Branco e Bom Jesus até a Praça do Arsenal, com mais de 40 grupos celebrando a cultura popular. A programação seguirá nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro

O Centro do Recife, berço do frevo e das manifestações culturais populares, será novamente o palco das agremiações que carregam a tradição e o amor pelo autêntico Carnaval. As históricas ruas da cidade serão intensamente movimentadas com a ampliação dos tradicionais Corredores da Folia, que agora fazem parte da agenda oficial de prévias carnavalescas promovidas pela Prefeitura do Recife. Durante todo o final de semana, os cortejos começarão percorrendo as ruas Moeda, Rio Branco e Bom Jesus, até a Praça do Arsenal, com programação também nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro.

Na sexta-feira (14), das 17h às 19h, o centro histórico receberá 19 agremiações, são elas: Grupo Jardim no Frevo, Grupo de Dança Doce Mel, Balé Popular do Recife, Orquestra Veneno do Recife, Cia Dançantes do Passo, Grupo de Frevo Sombrinha no Ar, Orquestra Tropical, Clube Carnavalesco Misto Coqueirinho de Beberibe, Afoxé Omo Lufan, Afoxé Babá Orixalá Funfun, Grupo Brincante Popular, Maracatu de Baque Virado Nação de Luanda, Maracatu Nação Cambinda Africano, Tribo Indígena Carijós, Grupo Folclórico Urso Teimoso da Torre, T.C.M Urso Texaco, Boi Dourado de Limoeiro, Maracatu Estrela de Ouro de Aliança e Maracatu Cambindinha de Araçoiaba.

Já no sábado (15), das 16h às 18h, o ritmo não diminui e, ao contrário, se intensifica com a presença de mais 18 agremiações: Orquestra Arte Musical, Cia Expressão da Dança, Balé Expressão & Arte de Pernambuco, Cia de Danças Passos das Ladeiras de Olinda, Grupo de Passistas Movimento Cultural, Clube Carnavalesco Misto Das Pas, Troça Carnavalesca Mista Abanadores do Arruda, Maracatu Leão das Cordilheiras de Araçoiaba, Tribo Indígena Tapirapé, Caboclinhos Potiguares, Tribo Índio Canindé da Cidade de Itambé, Afoxé Telá Oko Ará Ejibô, Afoxé Omô Nilê Ogunjá, Coletivo Pernambucafro, Bloco Carnavalesco Lírico Sempre Feliz, Bloco Carnavalesco Lírico Verde Linho, O Bonde Bloco Carnavalesco Lírico e a Associação Recreativa e Cultural Bloco Carnavalesco Damas e Valete.

E a festa segue intensa no domingo (16), das 16h às 18h, quando a alegria e a energia dos cortejos estarão mais uma vez nas ruas do Recife, mostrando que a cultura popular nunca sai de cena e sempre ganha força na cidade.

Ensaios do Tumaraca prometem animar o final de semana de prévias no Recife

A preparação para o tradicional e ancestral espetáculo que marca o início oficial do Carnaval do Recife ganha ritmo com os ensaios das nações de maracatu 

Os tambores do maracatu já ressoam nas ruas do Recife, marcando os ensaios das nações que participarão do espetáculo Tumaraca. A apresentação, que abre oficialmente a programação do Carnaval do Recife na quinta-feira (27), celebra a tradição e a força do maracatu, carregando o legado do mestre Naná Vasconcelos, que por 22 anos orquestrou e conduziu essa grande celebração.

Na sexta-feira (14), às 18h, o Ensaio Coletivo das Nações acontece na Rua da Moeda, reunindo Estrela Brilhante de Igarassu, Raízes de África, Encanto do Pina, Encanto da Alegria e Aurora Africana. No sábado (15), às 17h, o maracatu Estrela Dalva dá continuidade à preparação com ensaio na Rua Pinheiro, 02, Joana Bezerra, em frente ao Compaz Dom Hélder Câmara. Já no domingo (16), às 17h, a Nação Porto Rico realiza seu ensaio na Rua Eurico Vitrúvio, 484, Pina, aquecendo os tambores para a grande apresentação.

Com o tema “Maracatu Futuro Ancestral”, o espetáculo deste ano reunirá 13 nações de maracatu, que se apresentarão sob a direção artística de Lucas dos Prazeres e direção criativa de Deyse Leitão, Rubinho Petty e Fábio Sotero. Estarão no Tumaraca os maracatus Cambinda Estrela, Encanto do Dendê, Porto Rico, Raízes de África, Encanto do Pina, Encanto da Alegria, Aurora Africana, Estrela Dalva, Nação Tupinambá, Xangô Alafin, Leão da Campina, Estrela Brilhante do Recife e Estrela Brilhante de Igarassu.


Carnaval do Recife 2025: Aurora dos Carnavais chega a 26ª edição

No próximo final de semana, 25 blocos líricos vão desfilar seus flabelos, sons e cores na Rua da Aurora

Para celebrar o lirismo, o ritmo e a tradição dos blocos das orquestras de pau e corda, o Aurora dos Carnavais será realizado, com apoio da Prefeitura do Recife, nos próximos sábado (15) e domingo (16). O 26º Encontro de Blocos de Pau e Cordas – Aurora dos Carnavais contará com a participação de 25 blocos e terá concentração a partir das 15h30, próximo ao Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, Boa Vista, nos dois dias. Neste ano, a homenageada é a historiadora e pesquisadora da cultura popular Carmem Lélis, referência quando o assunto é Frevo.

O Cortejo dos Flabelos vai contar com a Orquestra A Brasileira. Já a Orquestra e o Coral Aurora dos Carnavais estarão no palco da Rua da Aurora. A edição de 2025 do Aurora dos Carnavais também contará com as participações especiais do cantor Ed Carlos, da produtora cultural e cantora Naara Santos, e de Fátima de Castro e Walmir Chagas, que cantarão em dueto, no sábado. Já no domingo, será a vez do Coral Edgar Moraes apresentar os clássicos. 

Confira a programação:

No sábado (15), acontece o Som de Serenata (Batismo), com apresentações de Flor do Tamarindo, Lira do Carpina, Folguedos de Surubim, Flabelo Encantado, Compositores e Foliões, Eu Quero Mais, Flabelo do Amor, Saudade, Confete e Serpentina, Batutas de São José, Sempre Feliz e Damas e Valetes. As participações especiais ficam por conta de Ed Carlos, Naara Santos, Fátima de Castro e Walmir Chagas.

No domingo (16), a programação segue com as apresentações de Verde Linho, Flor do Eucalipto, Magia Lírica, Das Flores, Flores do Capibaribe, Ilusões, Boêmios da Boa Vista, Com Você no Coração, Seresteiros de Salgadinho, Flores do Paulista, Utopia e Paixão, Amantes das Flores e Cordas e Retalhos. O Coral Edgar Moraes faz uma participação especial.


Encontro de Baques reúne caboclinhos e tribos de índios no Pátio de São Pedro neste sábado (15)

Integrando a extensa programação de prévias carnavalescas promovidas pela Prefeitura do Recife durante todo o mês de fevereiro, o encontro reunirá 20 grupos da Região Metropolitana

Entre as manifestações da cultura popular mais marcantes do Carnaval pernambucano, os caboclinhos e as tribos de índios se destacam como tradições seculares de grande força, cor e ritmo. Como parte do calendário de prévias do Carnaval 2025, a Prefeitura do Recife promove, neste sábado (15), o Encontro de Baques de Caboclinhos e Índios, no Pátio de São Pedro, a partir das 17h.

A prévia reunirá 20 grupos da Região Metropolitana, entre eles a Tribo Indígena Tapirapé, reconhecida como Patrimônio Vivo do Recife. Fundada em 1957 no bairro de Afogados por João, Arlindo e Jair, a Tapirapé tem suas raízes na descendência da Tribo Tabajara e se destaca como uma das mais representativas expressões do folguedo dos Caboclinhos e Tribos Indígenas na cidade.

Ao som das preacas, que marcam o ritmo dos brincantes, crianças e adultos desfilarão exibindo suas fantasias ricamente adornadas com penas, em uma celebração da cultura afro-indígena. Cada grupo terá 15 minutos de apresentação, trazendo ao público a força dos seus baques em um encontro que honra e mantém vivo o sagrado festivo dos povos originários.

Confira as agremiações confirmadas para o Encontro de Baques de Caboclinhos e Índios 2025: Tribo Uirapuru, Caboclinho Taperaguazes, Índios Tabajaras, Tribo de Índio Tupinambá, Tribo Tribogé, Clube Indígena Canindé, Tribo Indígena Tapirapé, Tribo Caboclinho Uruba, Caboclinho Índio Tupi Guarani, Caboclinhos Os Carijós de Goyanna, Caboclinhos Potiguares, Caboclinho Kapinawá, Tribo Guaianas, Tribo Indígena Paranaguases, A Tribo Taquaraci, Caboclinhos 7 Flexas, Tribo de Índio Tupiniquins, O Caboclinho Tupynamba, Clube Carnavalesco Tribo Indígena Tupã e Tribo Arapahos.


Axé: 29 afoxés do Recife reunidos para ensaio do Ubuntu

A cerimônia do Ubuntu evoca a proteção do orixás para um carnaval de proteção. O ensaio, aberto ao público, acontece neste domingo (16) no Pátio de São Pedro.

Eparrey, Oyá! Que os bons ventos de Iansã soprem trazendo alegria. Èpa Bàbá, Oxalá! E que a paz reine entre os brincantes. O Carnaval do Recife recebe a benção dos Orixás no dia 26 de fevereiro, fazendo parte da abertura do Reinado de Momo na cidade. Mas, antes da cerimônia de proteção, que se repete pelas ruas do Bairro do Recife pelo sexto ano, os afoxés se reúnem no Pátio de São Pedro para ensaio geral do Ubuntu no próximo domingo, 16/02, às 18h.    

Para afinar os gonguês e os atabaques, 29 afoxés se reúnem no Pátio de São Pedro, reduto da resistência e da luta dos povos negros no Recife. A programação de ensaio inclui repassar todo o cronograma da lavagem da Avenida Rio Branco até a Praça do Marcos Zero, no Bairro do Recife. As águas de Oxalá serão usadas no percurso que será conduzido pelos Babalorixás e Ialorixás (pais e mães de santo). Os ogãs, nome dado aos músicos dos terreiros das diversas nações das religiões de matrizes africanas, dão o ritmo que fazem as saias rodarem evocando proteção para os dias de folia na cerimônia que leva o nome de Ubuntu. 

Os cânticos entoados durante a cerimônia, chamados de ijexá, são cantados na língua iorubá sempre exaltando as entidades que fazem parte das religiões de matriz africana, como Yemajá, Exu, Oxossi, Xangô, Ogum, Nanan, Oxum, entre outros nomes. 

Afoxé - Conhecido como o candomblé de rua, o afoxé é um dos mais conhecidos e importantes traços da cultura africana. O ritmo foi incorporado à cultura carnavalesca do Recife e é abraçada pelos foliões vindos de toda parte para celebrar a alegria em terras recifenses. Mas o afoxé também é caracterizado pelas cores que remetem e identificam os orixás, os instrumentos de percussão e a dança. O afoxé é a manifestação cultural que leva o axé para as ruas.



MAMAM recebe exposição dedicada a Naná Vasconcelos

A mostra Ocupação Naná Vasconcelos, com curadoria e expografia do Itaú Cultural, estreia neste domingo (16), reunindo quase 90 peças, divididas em seis eixos temáticos, a exemplo do berimbau construído pelo músico. Na abertura, a partir das 15h, um cortejo de maracatus sairá do Marco Zero em direção ao MAMAM, para saudar a memória do artista e integrar, simbolicamente, os tambores de hoje ao legado do artista, acrescentando instrumentos percussivos ao acervo

 Para celebrar e dobrar reverências aos tambores ancestrais de Naná Vasconcelos, que até hoje ecoam e embalam ruas, celebrações e alegrias pernambucanas, o MAMAM recebe, a partir deste domingo (16), a exposição Ocupação Naná Vasconcelos. Com curadoria do Itaú Cultural, expografia de Isac Filho e Juliana Rabello, da Casa Criatura, a mostra estreou em São Paulo, no ano passado, e faz agora sua primeira escala, aqui na capital pernambucana, convidando a um passeio cheio de ritmo pela vida e obra do artista celebrado em todo o mundo.

Abrindo alas para a mostra, trazida ao Estado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, um cortejo de maracatus sairá do Marco Zero, às 15h do domingo, em direção ao MAMAM. “Não podíamos deixar de fora os nossos maracatus, que até hoje são responsáveis por um dos momentos mais apoteóticos do nosso Carnaval. Naná foi o grande maestro das nações de maracatu, por tantos anos, então veio a ideia de integrar alguns desses grupos à mostra, refazendo o cortejo no sentido inverso, saindo do Bairro do Recife. A exposição está linda e estamos muito felizes por conseguir trazê-la ao Recife”, revela a secretária de Cultura, Milu Megale. 

A concentração para o cortejo será no Marco Zero, a partir das 14h. Na chegada ao museu, os músicos promoverão o encontro simbólico das ruas e tambores de hoje ao legado de Naná, acrescentando ao acervo da mostra alguns instrumentos, que permanecerão no salão de acesso ao museu durante todo o período expositivo. Participarão os maracatus Almirante do Forte, Patrimônio Vivo do Recife, Estrela Brilhante do Recife, Raízes de Pai Adão e Aurora Africana.

“A Ocupação Naná Vasconcelos ganha um significado especial ao ser acolhida em Recife, cidade que o viu nascer, crescer como artista e se tornar essa figura celebrada por todos. Um mestre da percussão”, diz Galiana Brasil, gerente de Curadorias e Programação Artística do Itaú Cultural. “Naná é um símbolo da cultura local que ganhou ares nacionais e mundiais, com as raízes fincadas no maracatu, no coco e em outros ritmos tradicionais pernambucanos”, completa.

Lá dentro, o percurso da exposição será composto por seis eixos e guiado por nomes de álbuns do artista, em uma espécie de espiral do tempo que acompanha sua vida e obra. Ao todo, a mostra reunirá cerca de 90 peças, divididas em seis eixos temáticos. Entre elas, objetos originais nunca expostos, como o berimbau e um tapete que ele usava durante os shows, para acomodar seus instrumentos.

 O berimbau original de Naná Vasconcelos está fincado no coração da ocupação dedicada a ele. O instrumento foi construído pelo percussionista, em 1967, com uma corda de piano afinada em Fa, em substituição à tradicional. Foi o único berimbau que teve e o acompanhou até a sua morte, em 2016. Desde então, o objeto ficou guardado em um depósito da família, foi exposto pela primeira vez em São Paulo e agora protagonizará a mostra no MAMAM. “É uma satisfação poder trazer a exposição ao Recife e, mais ainda, ao MAMAM, que é um equipamento cultural da Fundação de Cultura, e um espaço que celebra a arte contemporânea. E fazer isso no Carnaval é ainda mais especial”, pontua o presidente da FCCR, Marcelo Canuto.

O acervo da exposição sobre o multiartista brasileiro, nascido no Recife, em 1944, conta ainda com fotos, vídeos, vestimentas, instrumentos e objetos originais, como uma das premiações recebidas por ele: o Grammy Latino, conquistado em 2011, pelo álbum Sinfonia e Batuques.

Os álbuns “Sinfonia e Batuques”, “Isso Vai Dar Repercussão”, “Codona”, “Contando Estórias” e “Africadeus” dão o tom para as diferentes etapas da vida do artista, que o público desvendará passo a passo. O sexto eixo leva o nome do próprio homenageado e se encontra com o primeiro, completando a espiral de sua vida. 

Ao entrar em “Sinfonia e Batuques”, o visitante é recebido com um grande vídeo da abertura do carnaval de 2024, em um registro feito pela equipe do Itaú Cultural, especialmente para a exposição. Este espaço tem foco no espírito carnavalesco recifense que sempre ferveu no sangue de Naná Vasconcelos. Ele acolhe manequins vestindo roupas usadas nessa grande festividade por ele, que sempre escolhia as cores de acordo com o orixá do ano, além de objetos e entrevistas gravadas com outros carnavalescos, como André Brasileiro e Fábio Sotero, da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe). Tudo isso é acompanhado pelo som deste que foi o seu último álbum, gravado em 2011, cinco anos antes de sua morte.

Começa, assim, o passeio pela vida do artista, iniciado, ainda criança, no mundo da percussão, observando os ensaios do pai, com quem chegou a se apresentar no bloco Batutas de São José. Ele aprendeu sozinho a tocar os mais diferentes instrumentos de percussão, especializou-se no berimbau e seguiu pelo mundo. “Um artista de relevância fundamental no cenário pernambucano, que contribuiu para mudanças estruturais de nossa música, através de seu experimentalismo e do protagonismo dado aos instrumentos percussivos. Uma exposição com belas imagens, instrumentos, vestimentas e som, que serão revividos com a emoção da presença dos maracatus”, pontuou a diretora do MAMAM, Mabel Medeiros.

No passo seguinte, dois eixos-álbuns se tocam: “Isso Vai Dar Repercussão” e “Codona”, em um passeio pelas suas parcerias nacionais e internacionais: foram mais de 400 desde 1966. “Codona”, ele gravou com Itamar Assumpção. Por isso mesmo, aqui se ouve Anelis Assumpção declamar um poema que ela compôs para Naná, especialmente para a mostra. Fotos do percussionista com parceiros de toda a vida, vídeo com depoimentos desses seus pares, tablets com playlist de músicas gravadas com ele, além de objetos pessoais e uma linha do tempo para acompanhar essa trajetória musical, que lhe rendeu diversos Grammys, complementam o espaço.

No eixo que leva o nome do disco “Codona”, que ele gravou com Collin Walcott e Don Cherry, o público tem ainda acesso à capa original do álbum, que esteve todos esses anos guardada no acervo pessoal da família, e ouve as músicas por meio de um tablet. Aqui se faz um mergulho nas parcerias internacionais. Uma árvore estilizada incrustada na parede acende quando o público se aproxima e ilumina nomes de brasileiros que contribuíram para a história do jazz ao longo do tempo.

Seguindo o trajeto, “Contando Estórias” abre passo para a relação musical de Naná com as crianças. O álbum que dá nome a esse eixo foi gravado por ele em 1994 e emoldura a sua ligação a projetos sociais dedicados à infância. Um deles, ABC Musical, realizado com o maestro Gil Jardim, nos anos de 1990, envolveu crianças de todo o Brasil. Desembocou em Língua Mãe, no qual se somaram os pequenos de Angola, Brasil e Portugal. Este espaço também apresenta os seus objetos musicais como verdadeiras obras de arte.

“Africadeus” batiza o coração da mostra. Este álbum de estreia, gravado por Naná em 1971, apresenta o momento em que o artista se iniciou no berimbau como instrumento musical que pode ser utilizado além da capoeira. Ele é exibido como objeto nobre, envolto por cordas que sustentam uma chuva de pedras utilizadas para tocar o instrumento.

Neste eixo, o público entra na intimidade de Naná ao assistir a vídeo-depoimentos de sua filha Luz e de sua companheira Patrícia, que moram em Nova York, e ao ver séries de fotografias do álbum de família, em que aparece desde pequenino e pela vida afora. Esse espaço mais intimista do artista dá vez ao eixo que leva seu próprio nome e se encontra com o primeiro, completando a espiral da vida do artista.

A concepção e realização da Ocupação Naná Vasconcelos é do Itaú Cultural, com curadoria da gerência de Curadorias e Programação Artística, consultoria de Patrícia Vasconcelos, mulher de Naná, e pesquisa do jornalista Mateus Araújo. A expografia é da Casa Criatura. A temporada no MAMAM conta com o apoio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife. O site itaucultural.org.br/ocupacao disponibiliza conteúdos exclusivos sobre a mostra, como entrevistas em vídeo com Patrícia Vasconcelos, Gil Jardim, Egberto Gismonti, Badi Assad, entre outros.

SERVIÇO

Ocupação Naná Vasconcelos
Local: MAMAM - Rua da Aurora, 265, Boa Vista
Abertura: 16 de fevereiro, às 15h
Visitação: até 27 de abril, de quarta a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados e domingos, das 10h às 16h
Acesso gratuito

ASSUNTOS: