Espetáculo Recife em Canto traduziu 475 anos da cidade no Marco Zero
[/caption]Na noite desta segunda-feira (12), a Praça do Marco Zero (Bairro do Recife), foi tomada por uma multidão, que veio reverenciar o Recife, na chegada dos seus 475 anos. Na data em que se comemora o seu aniversário, 37 artistas locais e nacionais subiram ao palco para apresentar o show “Recife em Canto”, evocando a cidade que, além de capital de Pernambuco, é a Capital Multicultural do Brasil.
A direção musical do espetáculo “Recife em Canto” ficou sob o comando do cantor André Rio e do músico Luciano Magno. Eles foram responsáveis pela concepção do show e seleção do repertório e dos artistas. “Fico muito emocionado de poder mostrar, junto com meu grande amigo Luciano Magno e todos esses cantores, a grandiosidade desta cidade. É uma responsabilidade muito grande, que fiz questão de assumir com todo o carinho e amor que tenho pelo Recife”, disse André Rio, minutos antes da apresentação.
Nas vozes dos intérpretes que se apresentaram, clássicos do cancioneiro popular pernambucano, que cantam o Recife em seus versos. “Pelas Ruas que Andei” (Alceu Valença), “Leão do Norte” (Lenine), “Madeira que Cupim não Rói” (Capiba), “Recife Minha Cidade” (Reginaldo Rossi) estiveram presentes no repertório. Essa diversidade de facetas que o Recife tem foi festejada pelo secretário municipal de Cultura, Renato L. “É uma festa que é a cara da cidade e que mistura diversos ritmos, traduzindo esse espírito multicultural”.
Entre os convidados, a cantora Nena Queiroga, carioca de nascimento, mas que fez do Recife a cidade que ela traz, de corpo e alma, em sua música. “Aprendi a olhar esta cidade como uma pessoa, que eu respeito e por quem eu prezo muito. Sempre querendo ficar perto dela, cuidar dela, contribuindo da minha maneira, com a minha música, que foi o que aprendi de mais bonito aqui. Recife é uma cidade que me fez aprender a amá-la”. Ao lado de Nena, a cantora Luiza Possi emocionou o público, com a canção “Menina dos Olhos do Mar”, que teve canja do rapper Zé Brown. “Fico maravilhada com a receptividade e o calor do povo recifense, que representa tão bem a emoção que esta cidade desperta em quem vem até aqui”, declarou.
Representando a nova geração de músicos pernambucanos, Ylana Queiroga e Lucas dos Prazeres subiram ao palco acompanhados por Fábio Trummer, e surpreenderam o público, no momento mais pesado do show. Embalados pelas pick-ups de DJ Dolores e a guitarra de Yuri Queiroga, os três passearam por canções que também fazem parte do imaginário recifense, como “Deusa do Mercado São José”, “Rios, Pontes & Overdrives” e “Manguetown”. “Essa cidade me arrepia e me emociona a cada minuto e tudo o que ela simboliza me impulsiona a fazer o meu trabalho. Sou apaixonada por este Recife, que tem uma força cultural tão mágica, que inspirou desde Manuel Bandeira até essas gerações mais jovens, que eu represento, e todas que virão pela frente. É esse Recife que eu canto”, disse Ylana, emocionada, após a apresentação.
O show contou com outros grandes momentos, como a participação de Joelma e Chimbinha, da Banda Calypso, que enlouqueceram o público, ao som de “Voltei, Recife”; a louvação de Maestro Spok à Luiz Gonzaga, entoando “Asa Branca” e “A Volta da Asa Branca”, acompanhado, em coro, pelo público. A apresentação da música inédita “12 de março” composta por André Rio, Fábio Trummer e DJ Dolores, especialmente para o show, também agitou a plateia.
Ao fim do espetáculo, todos subiram ao palco e, numa espécie de apoteose, o Recife cantou parabéns para Olinda, sua cidade irmã, que celebra 477 anos de fundação. Dois dos maiores frevos pernambucanos, “O Hino do Elefante” e “Vassourinhas” levaram cantores e a multidão ao delírio nesta grande festa, que emocionou toda a cidade.
Também participaram do show “Recife em Canto” Adryana BB, Christina Amaral, Irah Caldeira, Rogério Rangel, Emílo Santiago, André Macambira, Santana, Paulinho Leite, Nádia Maia, Petrúcio Amorim, Edilza, Ed Carlos, Gustavo Travassos, Gerlane Lops, Roberto Cruz, Andreza Formiga, Geraldinho Lins, Maestro Forró, Josildo Sá, Benil, Elba Ramalho, Almir Rouche, Cezzinha e Liv Moraes.