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Cultura | 13.03.14 - 11h56

Edu Lobo encanta plateia em show de aniversário do Recife

[caption id="attachment_44501" align="alignleft" width="680"] O espetáculo "Edu Lobo e Quinteto" encerrou as comemorações do aniversário do Recife. (Foto: Andréa Rêgo Barros/ PCR)[/caption]

Um Teatro de Santa Isabel lotado e atento saboreou o espetáculo Edu Lobo e Quinteto na noite da quarta-feira (12). No palco, o compositor estava pleno: “Vou cantar uma novinha, tenham paciência. Sei que é mais difícil quando não é uma música que a gente conhece, mas acho que vai valer a pena”, gracejou, no seu primeiro intervalo. Foi com muita leveza e algumas conversas com o público que o artista apresentou grandes sucessos dos seus 70 anos de carreira. Desde 2012 sem vir ao Recife, Edu fez este show em comemoração ao aniversário de 477 anos da cidade.

A secretária de Cultura, Leda Alves, representando o prefeito Geraldo Julio, comemorou. “Em uma noite plena de alegria pelo aniversário do Recife e de Olinda, cidades irmãs e amigas, a Prefeitura da Cidade do Recife pensou que como a festa é do povo, nada melhor do dar de presente uma apresentação de Edu Lobo, que não nasceu aqui, mas tem o sangue daqui”, disse.

Leda Alves lembrou ainda da atitude do artista durante a ditadura. “Na época do golpe ele esteve no Recife e fez um show com repercussão política, de uma coragem muito grande para ajudar os que estavam presos”, contou. Coincidências à parte, no repertório da noite Edu Lobo incluiu Zanzibar, música instrumental que costumava ser censurada das apresentações do carioca na década de 1970.

Do "Circo Místico", Edu tocou várias composições "Opereta do Casamento", "A Bela e A Fera", "Beatriz", "A história de Lily Braun", "Ciranda da Bailarina" e "Sobre Todas as Coisas". Todas acompanhadas pela plateia, que vibrava a cada intervenção do compositor, que contou como algumas das músicas tinham sido compostas.

"A canção que vou tocar agora eu quase perdia", disse, se referindo a "Canto Triste". "Naquelas reuniões que o Vinícius (de Moraes) fazia um dia sim e o outro também, ele me cobrou uma música nova, e eu passei um tempo pra juntar os instrumentos, e compor. Daí a música começou a sair e ele disse: tome um uísque ou dois mas vá pra casa para terminar a música, quem faz a letra sou eu", teria dito o poetinha.

O espetáculo contou com 20 canções. Parcerias de Edu com Chico, Vinícius de Moraes, e ainda Paulo César Pinheiro, Capinan e Gianfrancesco Guarniere. Ao final, a plateia de pé, pediu a volta dos músicos que fizeram um bis de mais três canções.

Para acompanhar Lobo, uma big band formada por grandes músicos da cena brasileira, incluindo um dos arranjadores mais respeitados do país, o maestro Cristóvão Bastos, responsável pelos arranjos, direção musical e piano. Também temperaram a noite os timbres e melodias reproduzidos pelos músicos Jurim Moreira (bateria), Jorge Hélder (baixo acústico), Carlos Malta (sax e flautas), e Mingo Araújo(percussão).

O espetáculo "Edu Lobo e Quinteto" encerrou as comemorações do aniversário do Recife, que teve ainda show com Alceu Valença, apresentações da Orquestra de Frevo 100% Mulher, Maracatu Piaba de Ouro e Desfile da bateria da Escola Gigante do Samba, e distribuição de bolo para a população na Praça do Arsenal.