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Turismo | 13.05.15 - 14h54

Prefeitura do Recife estreia nova forma de combate ao vandalismo

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Secretaria de Turismo e Lazer deu o pontapé inicial, sinalizando obras de reparo na infraestrutura destruída por atos de vandalismo

 

Para conscientizar a população sobre o tamanho do prejuízo que os atos constantes de vandalismo contra espaços e equipamentos públicos causam, a Secretaria de Turismo e Lazer do Recife criou uma sinalização específica para as obras de recuperação do patrimônio público.

Em dois formatos, lona ou fita bobina plástica, a sinalização traz estampada a frase "O vandalismo ocupou um espaço que é seu" e ainda informa à população o valor gasto na recuperação e o tempo de duração dos serviços, além de disponibilizar dois telefones de contato para quem quiser denunciar atos de vandalismo: 3355-1450 ou 3355-8452. 

As primeiras obras de recuperação sinalizadas desta forma estão sendo executadas em dois módulos de musculação em aço inox instalados há poucos meses na Avenida Boa Viagem, na altura do número 6.800. Os painéis de LED dos dois módulos foram roubados e os totens onde eles estavam instalados foram derrubados.

"Criamos essa campanha de conscientização para mostrar à população como o vandalismo custa caro. É muito importante que cada cidadão se engaje nessa campanha. Cuidar da cidade é responsabilidade de todos", diz Camilo Simões, secretário de Turismo e Lazer.

Além dos telão, a estrutura em aço inox e o sistema de refrigeração interno de cada módulo terá que ser refeito. A manutenção será realizada e custeada pelo consórcio de empresas privadas que executou a requalificação da orla.

 

Monitoramento

 

Para reduzir as depredações, a Prefeitura já instalou 100 câmeras e montou uma central de monitoramento. Várias ações de vandalismo já foram flagradas (fotos em anexo) e responsáveis terminaram detidos pela Guarda Municipal.

Confira o impacto do vandalismo no orçamento e cronograma de atividades de algumas secretarias da Prefeitura do Recife:

 

TURISMO E LAZER

 

Entre setembro de 2013 e maio de 2014, foram investidos R$ 840 mil na instalação de 500 placas, entre placas de localização, direcionais, mapas de localização e placas de monumento. Dessas, 98 foram pichadas, amassadas ou tiveram seus adesivos arrancados.

Na orla de Boa Viagem, que passou por uma requalificação recente, os reparos são constantes. Os módulos de musculação são os alvos mais frequentes do vandalismo. Desde o último mês de março, quando as obras foram inauguradas, já foi necessário trocar oito monitores, que haviam sido danificados por chute, e 10 barras de ferro dos mesmos módulos para substituir peças roubadas.

Além disso, foi preciso repor os portões das quadras poliesportivas e de tênis, limpar pichações nas muretas das quadras, substituir bombas de água dos banheiros, vasos sanitários, lâmpadas e torneiras. A tabela da quadra de basquete também foi depredada.

Instalado em setembro do ano passado na Praça do Marco Zero, o letreiro de quase dois metros de altura, em que se lê a palavra Recife, já foi alvo várias vezes de vandalismo. Desde então, o equipamento teve que ser pintado quatro vezes, além de ter passado por quatro manutenções para reparar amassados, riscos e pichações. 

 

INFRAESTRUTURA

 

Com monumentos, pontes e edificações públicas que sofreram ações de pichação e vandalismo, a Prefeitura do Recife gasta aproximadamente R$ 2 milhões por ano. A Emlurb concluiu o processo de restauração das estátuas do Circuito da Poesia, conjunto de 12 esculturas de poetas pernambucanos instaladas em pontos turísticos da cidade. O investimento nesta ação é de R$ 114 mil.

O roubo de fiação e as depredações de estruturas dos postes de iluminação pública, além dos atos de vandalismo em monumentos da cidade, causam prejuízos milionários à administração municipal. Só em 2015, os gastos já vão em mais de R$ 440 mil, contabilizando os reparos na estrutura da Ponte D’Uchôa e em esculturas danificadas, além do prejuízo com furto de cabos de energia. 

Em 2014, o saldo de roubos na iluminação acumulou 25 mil metros de cabos, 500 reatores, 150 chaves magnéticas e 100 projetores. Somam-se a esse prejuízo mais 400 luminárias quebradas, em ruas, praças e áreas verdes. A Prefeitura do Recife gastou aproximadamente R$ 700 mil em material e mão de obra para reparar esses danos.

Além da questão financeira, os roubos desses equipamentos causam transtornos à população. Como exemplo, o caso da avenida Beira-Rio, na Torre, quando, em abril de 2014, foram furtados 3 mil metros de cabo, deixando a via às escuras durante 15 dias. Nesse período, não havia disponibilidade do material no mercado, o que causou a demora na reposição.

Em outro caso, a Prefeitura teve que adequar seus serviços por conta dos roubos das tampas de ferro dos bueiros do centro da cidade. Devido aos furtos das estruturas, a Emlurb começou a substituir as peças metálicas extraviadas por tampões de concreto para evitar novos prejuízos.

 

MOBILIDADE

 

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) registrou um prejuízo de mais de 800 mil reais, de janeiro de 2014 a maio de 2015, devido a ações de vandalismo, depredações e furtos de materiais como placas de sinalização vertical e botoeiras de semáforos. Foram 328 botões de semáforo de pedestres (botoeiras) danificados, 115 caixas de semáforo (grupos focais) quebrados ou amassados; 213 botões de acendimento do sinal (disjuntores) danificados ou furtados; 353 protetores de fiação (eletrodutos) arrancados e subtraídos; 188 caixas de medidores de consumo de energia quebradas e quatro colunas de semáforos danificadas. Além disso, no mesmo período, também foram contabilizadas cerca de 6,5 mil placas de trânsito quebradas, arrancadas ou furtadas.

 

MULHER

 

O Centro de Referência Clarice Lispector , ligado à Secretaria da Mulher do Recife, também tem sofrido com o vandalismo.No período de cinco meses, o Liga Mulher, disque orientação do centro, ficou 42 dias sem funcionamento devido a seguidos furtos dos cabos de cobre de telefonia.

O teleatendimento foi inviabilizado e diversas mulheres em situação de violência doméstica e/ou sexista deixaram de ser atendidas e orientadas. Assim, no período de outubro de 2014 a fevereiro de 2015, composto por 151 dias, o Liga Mulher ficou 28% dos dias que compõem o período referido sem funcionar.