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| 13.06.11 - 14h53

Modelo de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme do Recife representará o Brasil na França

O evento será realizado no Palácio da UNESCO, em Paris, no próximo dia 21

Por Tádzio Estevam

As ações desenvolvidas pela Secretaria de Saúde do Recife com relação à população negra na doença falciforme cruzarão o oceano para representar o Brasil durante o 3º Dia Mundial da Doença Falciforme a ser realizado no Palácio da Unesco em Paris (França) no próximo dia 21. O Ministério da Saúde apresentará a Política de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, criada em 2005, cujo modelo foi instituído em experiências locais sendo o Recife uma das referências nacionais.

A representante brasileira no evento é a coordenadora da política de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme da PCR, Miranete Arruda. “A importância desse evento para o Brasil será a divulgação de informações sobre essa doença e o que esta sendo feito no Sistema Único de Saúde para portadores da anemia falciforme”, declara. Além de levar a experiência exitosa do programa recifense, Arruda foi convidada para proferir uma palestra cujo tema será “A Doença Falciforme em uma Sociedade Multiétnica: O Exemplo do Brasil”. “Os indígenas, portugueses e africanos, são matrizes da nossa miscigenação”, informou.

Assim como o Brasil, outros países também participarão do evento apresentando e discutindo suas políticas nacionais. Haverá uma extensa programação com uma manifestação no Senado de Paris no dia 18, como parte das celebrações para divulgação sobre a Doença Falciforme, e visitas a serviços especializados em transplantes de Células Tronco em Doença Falciforme e ao hospital da Universidade de Paris, campus Diderot.

De acordo com o Ministério da Saúde, a indicação da coordenadora recifense para representar o país se deu pela contribuição na capacitação de profissionais do SUS, atuação no Grupo de Assessoramento Técnico em Doenças Falciformes e Outras Hemoglobinopatias do Ministério da Saúde, além da colaboração na capacitação de profissionais do continente africano dentro da cooperação internacional, que o país desenvolve junto aos países do continente africano.

Saiba mais – A doença falciforme é a doença genética mais frequente no Brasil. Ela decorre de uma modificação dos glóbulos vermelhos que pode causar obstruções dos vasos sanguíneos, que geram dores de intensidade variáveis e lesões em órgãos, músculos e juntas.

Os principais sintomas são palidez e icterícia (amarelado na parte branca do olho). Pode causar úlceras nas pernas e maior propensão a infecções. A doença falciforme não tem cura, mas tratamento. Quem sofre com a enfermidade pode ter uma vida normal, desde que seja feito diagnóstico precoce (o teste do pezinho nos recém-nascidos), a realização do exame no pré-natal e cuidados de promoção e prevenção. Exames e orientação sobre a doença estão disponíveis gratuitamente na Rede Municipal de Saúde.