Prefeitura avança na demolição de prédio condenado no Bairro do Recife
Decisão foi tomada com base em laudo que identificou a intensificação de problemas estruturais já notados em outras ocasiões
A Prefeitura do Recife avança na demolição do imóvel número 88 da Rua da Guia, no Bairro do Recife, iniciada neste sábado (11) e que continua neste domingo e durante a semana. A decisão foi tomada por razões de segurança, baseada em levantamento técnico da Secretaria Executiva de Defesa Civil (Sedec). Atendendo a uma solicitação de vistoria após relatos de ruídos de estalos na edificação, foi realizada, nos últimos dias 5 e 6, uma vistoria técnica que identificou a intensificação de problemas estruturais já notados em outras ocasiões, entre eles a inclinação da edificação.
No laudo foi recomendada a demolição urgente do imóvel, de modo a salvaguardar a integridade física de transeuntes e das edificações do entorno. “Acompanhamos a situação desse prédio há mais de dez anos. Em nova vistoria, percebemos um agravamento significativo na estrutura. Diante disso, foi necessário tomar providências como o isolamento de todo o perímetro e agilizar o processo de demolição”, explica a gerente-geral de Engenharia da Defesa Civil do Recife, Elaine Hawson. O entorno do prédio foi isolado com prismas de concreto.
Além da Defesa Civil, participam do trabalho a Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon) e o Gabinete do Centro do Recife (Recentro). “Por se tratar de uma área de proteção histórica, a demolição exige muitos cuidados e precisa ser feita de forma criteriosa. Vai ser um trabalho mecanizado, utilizando um guindaste com uma tesoura na ponta, que corta o concreto sem causar impacto na estrutura. Esse método vai ser usado nos três pavimentos mais altos, de forma que não haja risco para as edificações vizinhas”, complementa Elaine. A previsão é que o trabalho dure até três meses, mas novas orientações podem ser dadas com o avanço da demolição.
HISTÓRICO - O imóvel em questão tem um histórico de notificações por falta de manutenção, o que levou o município a ingressar na Justiça para que os proprietários realizassem, como prevê a lei, os devidos reparos na edificação. Ao longo dos anos, a Prefeitura seguiu todos os trâmites administrativos e judiciais para que o serviço de recuperação fosse realizado pelos proprietários. Considerando o elevado grau de comprometimento estrutural do imóvel, visualmente agravado ao longo dos anos pela ausência de manutenção mesmo após várias notificações por parte do poder público, a Defesa Civil avaliou como necessária a demolição da estrutura - pelo elevado risco estrutural, possibilidade de evolução acelerada das patologias prediais e elevado risco aos imóveis do entorno, veículos e transeuntes.
Os órgãos de preservação do patrimônio - em especial o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) - foram informados acerca da situação. Além disso, o Recentro estabeleceu contato com os comerciantes e empreendedores que têm estabelecimentos na área do perímetro de interdição no sentido de orientá-los quanto às próximas etapas do processo. Todos os proprietários de imóveis que estão dentro do perímetro da interdição foram contatados e alertados quanto à urgência, por questões de segurança, da desocupação da área pelo tempo que durar o serviço de demolição. A Prefeitura mantém a disposição de dialogar com a categoria, reiterando a importância de salvaguardar a integridade física das pessoas.