Prefeitura do Recife retira ambulantes da Ponte da Boa Vista
A partir desta segunda-feira (14), os comerciantes informais passam a trabalhar na Dantas Barretos
Uma das mais conhecidas pontes do Recife, a Ponte da Boa Vista, sempre chamou atenção pela estrutura arquitetônica, pela mistura de cores e de formas. Também ficou marcada pela ocupação de ambulantes, que perdurou por anos. Porém, a partir desta segunda-feira (14), o cenário será outro. Após acordo firmado entre a Prefeitura do Recife e os sindicatos que representam a categoria, os comerciantes passam a trabalhar em uma área disponibilizada na Avenida Dantas Barreto.
Reuniões foram realizadas desde o começo do ano, quando foi iniciado a elaboração de um projeto para liberar o passeio público das vias do Centro da cidade, através da Companhia de Serviços Urbanos do Recife (Csurb). Até agora, 13 ruas já receberam a ação, como a Duque de Caxias, Estreita do Rosário, Rua Josefa Paes Carvalho, entre outras. A ação chegou a ser realizada no dia 30 de setembro, mas atendendo ao pedido dos comerciantes, que queriam aproveitar o período de vendas para o Dia das Crianças ainda na Ponte da Boa Vista, o prazo foi prolongado até o sábado (12) - normalmente eles não trabalham no domingo.
Na segunda-feira (14), fiscais da Csurb intensificam a fiscalização na área, com o intuito de evitar que os ambulantes voltem ou que outros se instalem no local. Participam da ação ainda a Guarda Municipal e a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), que irá fazer uma faxina geral na ponte e logo depois iniciar a pintura de toda a estrutura.
Com estrutura inteiramente metálica, fabricada na Inglaterra, toda em ferro batido e, por isso, conhecida como Ponte de Ferro, a Ponte da Boa Vista foi construída ainda no tempo dos holandeses, em 1640, e liga a Rua Nova, no bairro de Santo Antônio, à Rua da Imperatriz, na Boa Vista. Passou por várias intervenções, chegando, inclusive, a ser demolida e reconstruída. Ela possui quatro pilastras de entrada, onde estão gravadas inscrições que registram datas e fatos históricos relevantes de Pernambuco e do Brasil, como a invasão dos holandeses, as Batalhas das Tabocas e dos Guararapes, a restauração de Pernambuco, a Revolução de 1817, a Confederação do Equador, entre outras.
A última grande intervenção na estrutura aconteceu em 1967, após ter sido parcialmente destruída em 1965 e 1966 pelas enchentes do rio Capibaribe. Na época, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) embargou a obra, mas suas passarelas já haviam sido alargadas, seus pilares unidos por um revestimento de concreto até o nível da água e toda a estrutura do lastro inferior já havia sido concretada.