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| 13.12.12 - 14h57

Missa do Vaqueiro será realizada no Recife no dia do centenário de Luiz Gonzaga

Celebração musical e religiosa contará com Quinteto Violado, Terezinha do Acordeon e Ronaldo Aboiador. Noite festiva também terá show de Elba Ramalho com a Orquestra Sinfônica do Recife, lançamento de selo postal e de livro biográfico

O dia do centenário de nascimento de Luiz Gonzaga (quinta-feira, 13) será celebrado com música e religiosidade no Recife. A homenagem ao filho mais ilustre de Exu será realizada pela Prefeitura do Recife e pelos Correios na esplanada do Parque Dona Lindu, à beira-mar de Boa Viagem, e contará com a liturgia da tradicional Missa do Vaqueiro, realizada anualmente em julho em Serrita, Sertão do Estado (a 534 km do Recife). A celebração será realizada, a partir das 19h, pelo Frei Nunes, dez vaqueiros, Quinteto Violado, Terezinha do Acordeon e Ronaldo Aboiador.

A celebração musical e religiosa será composta pelas músicas A Morte do Vaqueiro, Jesus Sertanejo, Asa Branca e Baião na Garoa; poema de Dom Helder Câmara; leitura do Evangelho; oração Credo; ofertório com vaqueiros e aboio (as oferendas são peças da indumentária de couro, arreios, e instrumentos usados no pastoreio do gado); hino Sanctus, Sanctus e oração Pai Nosso; comunhão eucarística; comunhão da solidariedade entre os vaqueiros (com farinha de mandioca, rapadura, queijo coalho e carne seca); benção final e canto de despedida.

Origem - A Missa do Vaqueiro foi idealizada pelo Padre João Câncio dos Santos, pelo compositor Luiz Gonzaga e pelo repentista Pedro Bandeira e, inicialmente, era um protesto pelo assassinato em 1954 do vaqueiro chamado Raimundo Jacó, primo do sanfoneiro. A missa é uma homenagem aos vaqueiros e sua bravura diante das vicissitudes do sertão. Posteriormente, se tornou uma grande festa popular, com diversas manifestações como banda de pífanos, zabumbeiros, sanfoneiros, cantadores, repentistas, aboiadores, feira de artesanato e comidas típicas. A missa é realizada no Parque Estadual do Vaqueiro, num altar em forma de ferradura, onde se postam os vaqueiros, vestindo o gibão e montados em seus cavalos, num semicírculo. De um altar de pedra, o celebrante utiliza o linguajar sertanejo em toda a liturgia.

Centenário - A noite festiva do Centenário de Luiz Gonzaga contará ainda com concerto de Elba Ramalho e da Orquestra Sinfônica do Recife, com arranjos de Marcelo Caldi, e participação do sanfoneiro Beto Hortis. A apresentação começará às 20h.

A memória do ilustre sertanejo também será registrada com lançamento de selo postal pelos Correios e relançamento do livro “O Sanfoneiro do Riacho da Brígida: Vida e andanças de Luiz Gonzaga – Rei do Baião”, de Sinval Sá, com edição da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), a partir das 18h.

No show, Elba Ramalho canta músicas de Luiz Gonzaga com acompanhamento da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), sob regência do maestro Osman Giuseppe Gioia. O repertório traz músicas que marcaram a carreira do Rei do Baião como A Vida do Viajante, Asa Branca, Pagode Russo e Sabiá, entre outras. Os arranjos são assinados por Marcelo Caldi, compositor, arranjador e instrumentista virtuose da nova geração. Durante a apresentação, a orquestra ainda executa Concerto Sinfônico para Asa Branca e Rapsodia Gonzagueana, peças com arranjos de Sivuca em homenagem a Gonzagão, que na ocasião ganharão solos de sanfona de Marcelo Caldi. O sanfoneiro pernambucano Beto Hortis também fará uma participação especial na noite gonzagueana.