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Cultura | 13.12.18 - 12h42

Encerrada a temporada 2018 da Orquestra Sinfônica do Recife

Ao som de Beethoven, o público do Teatro de Santa Isabel acompanhou o último concerto da Orquestra Sinfônica do Recife da temporada 2018 na noite de ontem (12). O grupo volta ao palco do teatro em março do próximo ano

 

A Orquestra Sinfônica do Recife concluiu a temporada 2018 de concertos oficiais gratuitos, na noite desta quarta-feira (12), no Teatro de Santa Isabel. O programa do maestro Marlos Nobre foi todo dedicado ao grande gênio da música erudita Ludwig Van Beethoven, pois a noite teve início com a execução de Abertura Egmont, Opus 84, e terminou com a Sinfonia nº 8 em Fá Maior, Opus 93.

O encerramento contou com a presença da equipe da Rádio Frei Caneca, emissora pública concebida com a participação popular e mantida pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura, via Fundação de Cultura Cidade do Recife. O concerto foi gravado para ir ao ar durante a noite do próximo dia 25 de dezembro, em celebração ao Natal.

De acordo com o regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Recife Marlos Nobre, era muito raro Beethoven não entregar uma obra de qualidade exemplar, independentemente da motivação de seu trabalho: “As aberturas que Beethoven escreveu são composições que, além de música de teatro, asseguram sua existência própria como obras-primas sinfônicas independentes no repertório sinfônico universal em nosso tempo. É este, também, o caso da célebre Abertura Egmont Opus 84, composta em 1910, como música de cena para a tragédia de Goethe”, explicou ele sobre a primeira obra apresentada no concerto.

Sobre a Sinfonia nº 8 em Fá Maior, Opus 93, Nobre chamou a atenção para a vivacidade e a força dramática do 1º movimento (Allegro vivace e con brio) que demonstram a maneira nova e vital do compositor ao tratar elementos antigos. Ainda segundo ele: “segue-se o segundo movimento, Allegretto scherzando, inspirado numa criação improvisada por Beethoven durante um alegre jantar com seu amigo Maelzel - o inventor do metrônomo - que tantos serviços prestou ao compositor. Trata-se de uma prova do espírito humorístico de Beethoven cuja imagem ficou sempre associada a um carrancudo e intratável personagem”. O terceiro movimento chama-se Tempo di menuetto; e o quarto, Allegro vivace.

Para o jovem Renato Lira, 17 anos, que acompanha os concertos da Orquestra desde o ano passado, a realização de concertos gratuitos do grupo é muito importante para a divulgação da música erudita: “as pessoas precisam conhecer músicas com as quais não estão habituadas ainda. A abertura do concerto de hoje foi bem forte, gostei muito”.

Já o advogado Vagner Oliveira, 31 anos, destacou o papel do maestro na Orquestra. “Eu conheço o grupo há cinco anos, acho o trabalhos deles sensacional. O interessante é que Marlos Nobre apresenta cada peça, explica o contexto histórico de cada composição, uma verdadeira aula”, comentou ele.

Patrimônio - Fundada por Vicente Fittipaldi, seu primeiro regente, há 88 anos, a Orquestra Sinfônica do Recife passou a ser considerada Patrimônio Cultural Imaterial da capital pernambucana, no dia 9 de outubro, quando entrou em vigor a lei de nº 18.519/2018, proposta pela vereadora Ana Lúcia (PRB).

Considerada a mais antiga orquestra em atividade ininterrupta do país, a Sinfônica do Recife conta hoje com 85 músicos, entre primeiros violinos, segundos violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, flautas, oboés, clarinetes, fagotes, trompas, trompetes, trombones, tubas e percussão.

A Orquestra Sinfônica do recife voltará a realizar concerto oficial gratuito no Teatro de Santa Isabel no dia 17 de março de 2019, após período de recesso. As aulas-espetáculo do Projeto Concertos para a Juventude também voltarão no próximo ano. Para participar desse projeto, os responsáveis de escolas ou instituições devem fazer a inscrição prévia através do telefone: 3355-3323.