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Covid-19 | 14.01.22 - 17h39

Recife já tem as primeiras crianças vacinadas contra a covid-19

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Maria Antônia de Oliveira, de 11 anos, que tem Síndrome de Down foi a primeira criança vacinada. Agendamento já está aberto e vacinação começa neste sábado (15) (Foto: Iggor Gomes)

Para alívio dos pais e familiares e alegria dos pernambucanos, na tarde desta sexta-feira, foram vacinadas as primeiras crianças do estado, no Recife, contra a Covid-19. Na Associação Afeto, na Encruzilhada, a primeira imunizada foi  Maria Antônia de Oliveira, de 11 anos, que tem Síndrome de Down. O agendamento já está disponível no Conecta Recife e a vacinação segue a partir de amanhã (15) no Sest Senat, na Unicap, na Faculdade Universo e na UFPE. Nesse primeiro momento podem ser vacinadas as crianças, com idades entre 5 e 11 anos, com doenças neurológicas crônicas e com distúrbios do desenvolvimento neurológico, com prioridade para Síndrome de Down e Autismo. Na Associação Afeto, o prefeito João Campos assistiu a imunização dos pequenos e conversou com os pais. Cada criança ganhou um livro e um certificado de Supervacinado.

 “Eu estou aqui na Associação Afeto e acabei de acompanhar a primeira vacinação de criança entre 5 e 11 anos de Pernambuco. É extremamente emocionante poder ver crianças com síndrome de down e autismo se vacinando. Então a gente, a partir de agora, abre o Conecta Recife para o agendamento, já está aberto. A partir de amanhã os centros para vacinação de crianças já estarão funcionando no Recife. Lembrando que toda criança vacinada vai receber um livro e é responsabilidade dos pais e das mães e dos responsáveis fazer esse agendamento. Vamos juntos imunizar as crianças e garantir que uma dose de esperança, como eu vi agora há pouco, possa chegar a 150 mil crianças recifenses”, declarou João Campos na ocasião.

Depois de Maria Antônia, também foram vacinados: Laura Leite, de 9 anos, que tem síndrome de down; Bella Carvalho, 7 anos (síndrome de down); Luan Azevedo, 11 anos (paralisia cerebral); Arthur Melo, 8 anos (autismo); Lucas Silva, 8 anos (síndrome de down); e Rafaela Maia, 8 anos; nessa ordem.

De acordo com Samuel de Oliveira, 44 anos, técnico em manutenção e pai de Maria Antônia Oliveira, a primeira beneficiada com a vacina, o momento é de gratidão. "Estou feliz porque chegou a vez dela e graças a Deus todos nós já estamos vacinados, eu já estou com a terceira dose. A expectativa era muito grande, a ansiedade era enorme, então eu vim o mais rápido possível, não me importei com o tempo. Eu costumo dizer que o melhor para ela é o melhor para nós”, disse ele. 

E a defensora pública Natalie Leite, 40 anos, mãe de Laura, esclareceu porque a vacina era tão esperada, especialmente, por quem tem filhos com síndrome de down: "a cada dia que passa, a gente vive numa eterna insegurança, porque nossos filhos são imunossuprimidos, eles têm a imunidade mais baixa, e, principalmente, na questão respiratória, qualquer tipo de comprometimento já se torna mais grave. Então com a covid, já há dois anos, a gente vive com essa espada na cabeça, essa ameaça, em relação a saúde de nossos filhos. E a vacina chegou numa hora importantíssima em que a gente está tendo retorno dessas novas variantes, juntando com a nova gripe, então a vacina dá um alento. A gente sabe que todo mundo precisa se vacinar e os adultos já estão nesse caminho e faltava as crianças e em especial as crianças com Síndrome de Down. É um alívio saber que nossos filhos vão ter a liberdade de retornar ao convívio social, a escola e voltar as terapias, serem novamente incluídos na sociedade, porque ficaram muito tempo afastados por uma questão de segurança". 

Para a estudante de psicologia Simone Melo, 46 anos, mãe de Arthur, é tempo de comemorar.  "Acho muito importante a vacinação de crianças com necessidades especiais em geral. São crianças que têm dificuldades em expressar o que sentem, então quando a gente sabe que a criança está parcialmente imunizada, porque a gente sabe que não é 100%, mas a gente sabe que se a doença vier vai ser de uma forma mais leve, mais suave, fica mais fácil de se tratar", disse ela.

A partir de agora, a vacina para as crianças será aplicada de domingo a domingo, das 7h30 às 18h30, sendo necessário fazer o agendamento pelo site (http://conectarecife.recife.pe.gov.br) ou aplicativo do Conecta Recife, em centros exclusivos voltados para a vacinação de crianças. O imunizante que será utilizado é o da Pfizer, o único aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até agora para o público infantil. Não será exigida prescrição médica.

Para comprovar a condição de comorbidade, é obrigatório anexar, durante o agendamento, um laudo ou declaração informando a comorbidade. Nesse primeiro momento, será aceita - como documento comprobatório de comorbidade ou transtornos do desenvolvimento - uma declaração, em modelo fornecido pela Secretaria de Saúde do Recife (disponível no Conecta Recife), que deve ser preenchida e assinada por médico, ou laudo médico que contenha uma das comorbidades e/ou transtornos elencados com o respectivo CID (Classificação Internacional de Doenças) da doença/condição. Os documentos anexados no Conecta Recife também devem ser levados no dia agendado para vacinação. A declaração ou o laudo precisam ser originais e ficarão retidos no local. Apenas as crianças com síndrome de down estão isentas da declaração, tendo em vista que a informação poderá ser autorreferida.

A AFETO (Associação de Famílias para o Bem-Estar e Tratamento da Pessoa com Autismo) é uma associação sem fins lucrativos, composta por pais e parentes de pessoas com diagnóstico de Autismo.