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Cultura | 14.02.17 - 17h45

Pátio de São Pedro sedia 7º Encontro de baques de Caboclinho

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Este será o primeiro evento coletivo após o Caboclinho ser alçado a patrimônio imaterial (Foto: Allan Torres/ArquivoPCR)

 

Amanhã (15) o Pátio de São Pedro sedia o 7º encontro de Baques de Caboclinho, que vai reunir oito Ternos de Agremiações de Caboclinho e uma Tribo de Índio. O evento, aberto ao público, começa às 19h no Pátio de São Pedro. A segunda etapa do encontro acontecerá na próxima quarta (22), no mesmo local, com outros oito grupos, também a partir das 19h e será encerrado pela Tribo Indígena Carijós, a homenageada do Carnaval 2017 ao lado do cantor Almir Rouche.

Este será o primeiro encontro de baques após o Caboclinho ser alçado a posto de Patrimônio Cultural Imaterial, título conferido pelo IPHAN, ao final do ano passado. No evento, se reúnem apenas os integrantes dos ‘Ternos’, os núcleos musicais das agremiações que relembram os povos indígenas. Baque ou terno é o segmento do Caboclinho que reúne Surdo, caracaxás (ou maracás ou exeres) e a inúbia (flauta ou gaita), que dão ritmo às preacas (arco e flexa). O Baque pode ter ainda ter atabaque e caixa. (Saiba mais sobre a sonoridade e ritmo dos Caboclinhos após o serviço).

Personagem - João Aparahós -  Caboclinho Aparahós e articulador do encontro - 9.87343520

 

7º Encontro de Baques  

Local - Pátio de São Pedro - 19h - Gratuito

Data - 15/ 02 (quarta-feira)

Ordem de apresentações

Caboclinho União sete flechas

Caboclinho Kapinawá

Caboclinho Cahetés de Goiana

Caboclinho Tapuias Camarás

Caboclinho Tupã

Caboclinho Canindé do Recife

Caboclinho Arapahós

Tribo de Índio Papo Amarelo

 

7º Encontro de Baques  

Local - Pátio de São Pedro - 19h - Gratuito

Data - 22/ 02 (quarta-feira)

Ordem de apresentações

Caboclinhos 7 Flexas

Caboclinhos Oxóssi Pena Branca

Caboclinho Tabajara

Clube de Índio Tupi Guarani de Olinda

Índio Tabajara de Goiana

Tribo de Caboclinhos Tupi

Tribo indígena Tapirapé

Tribo Indígena Carijós

 

A música do Caboclinho

Toques

Os toques ou batidas - tipos musicais - são: guerra, perré, baião e macumba, este também chamado de toré. Ao completar a seqüência o grupo finaliza retomando o toque inicial - guerra. Essas denominações são muito empregadas pelos grupos do Recife e Região Metropolitana.

Quem forma o Baque

O ‘baque’, ‘terno’ ou ‘tocadores’, denominações dadas ao grupo musical, é constituído comumente de três a quatro pessoas, sempre do sexo masculino. Há grupos que utilizam três instrumentos: gaita, tarol - também conhecido como surdo ou bombo - e caracaxás – ou mineiro. Diversos grupos utilizam também o atabaque, somando quatro instrumentos no seu baque; utilizar um de cada é o mais costumeiro. Exceto o atabaque (apenas um), a quantidade dos demais instrumentos pode variar de um a dois; poucos são os que empregam o caixa-de-guerra. As preacas (arco e flecha) não integram o baque, sendo usadas, porém, pelos participantes dos cordões.

Gaita - A chamada ‘gaita de caboclinho’ é da categoria dos aerofones. Trata-se de um tipo de flauta. Inicialmente era feita de taboca (madeira oca), mas passou a ser feita de cano de alumínio, de cobre, bronze ou de PVC. A música do caboclinho não apresenta harmonia (nos moldes da música ocidental), mas uma ‘linha melódica’, tocada na gaita, acompanhada dos instrumentos de percussão. Nota-se que essa ‘melodia’ da gaita apresenta semelhança em diversos grupos de caboclinho. Ao tocar, os gaiteiros não pensam em nomes de notas musicais ou em escalas, mas tocam baseados no ritmo do tarol e nos pontos de jurema. As melodias mais tocadas pelos gaiteiros são os pontos do Caboclo 7 Flexas e do Rei Canindé.

O tarol – membranofone – é um pequeno tambor que mede cerca 3 centímetros

de altura e 9 de diâmetro, embora esse tamanho varie muito. É feito de cilindro metálico, com peles de bode dos dois lados, também chamado de bombo ou surdo; em um dos lados, quase unido à pele, é colocado um barbante duplo de tripa ou couro, preso à borda, que confere um som peculiar ao instrumento. O tocador utiliza duas baquetas – podem ser de tamanhos idênticos ou não - de madeira, ada uma medindo cerca 35 centímetros de comprimento, com diâmetro de 1,5 cm., aproximadamente. O tarol funciona também como uma espécie de guia. Os caracaxás – também conhecidos como maracas-de-guerra, maracás ou mineiro – são dois idiofones de agitar, feitos de latão, sempre utilizados um na mão esquerda, outro na direita, medindo entre 50 e 60 cm., cada. No seu interior são colocadas várias rolimãs1. O ritmo dos caracaxás também é recorrente, efetuando variações, sempre que o músico sente necessidade de se ajustar à pulsação do tarol.

Os caracaxás – também conhecidos como maracas-de-guerra, maracás ou mineiro

– são dois idiofones de agitar, feitos de latão, sempre utilizados um na mão esquerda, outro na direita, medindo entre 50 e 60 cm., cada. No seu interior são colocadas várias rolimãs. O ritmo dos caracaxás também é recorrente, efetuando variações, sempre que o músico sente necessidade de se ajustar à pulsação do tarol.

A preaca – também chamada de flecha - é um tipo de idiofone puxado; é um arco

retesado com uma flecha presa ao mesmo, semelhante ao damatá usado pelos filhos de Ogum e Oxossi nos terreiros de cultos afro-brasileiros. Quando a flecha é puxada e “soltada” (como se faz com arco e flecha comumente conhecidos), produz um estalido seco, originado do choque entre a flecha e o arco. A música executada no caboclinho é, em grande parte, ‘instrumental’, sendo a voz mais empregada no início da apresentação (grito de guerra), quando apresenta versos falados por um dos puxantes, seguido das respostas de um coro uníssono, formado pelos caboclos. Esses trechos falados são chamados de loas e também

costumam aparecer entre um e outro toque, ou mesmo durante um toque. Há também a ‘linha’ ou ‘ponto’ – verso cantado, elaborado com riqueza melódica, oriundo do culto da jurema – e o ‘traidor’ – melodia menos rebuscada, trecho quase falado.