Recife integra programa nacional contra o crack
Em cerimônia ocorrida na manhã desta quarta-feira (14), no Palácio do Campo das Princesas, o prefeito do Recife, João da Costa, assinou acordo para combater a droga, considerada epidêmica
O prefeito do Recife, João da Costa, assinou, na manhã desta quarta-feira (14), juntamente com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e com os ministros da saúde e justiça, respectivamente, Alexandre Padilha e José Eduardo Cardozo, o Termo de Adesão do programa federal “Crack, é possível vencer”. A integração municipal ao projeto da União se atrela às ações já executadas pela capital pernambucana e envolve articulações intersetoriais, bem como a participação do governo estadual. Para que os objetivos pretendidos sejam alcançados, cerca de R$ 85 milhões serão repassados para PE, até o ano de 2014. O ato aconteceu no Palácio do Campo das Princesas.
Saúde, segurança pública e assistência social estarão envolvidas nas articulações, que têm por objetivo medidas voltadas ao combate ao crack, de modo eficiente e eficaz. Norteadas por eixos que perpassam pela prevenção social, cuidados com usuários e repressão à criminalidade, o programa é pioneiro no país, uma vez que Pernambuco é o primeiro estado a unir forças junto às instâncias municipais e federal, no combate à droga.
O Recife já trabalha com ações integradas no enfrentamento do crack. A partir de agora, com o acordo conjunto, a capital passa a contar com mais recursos, de forma a melhorar a estrutura já existente. “Temos o desafio de vencer essa verdadeira tragédia que atinge as nossas famílias, de todas as classes, que alimenta a criminalidade e destrói vidas. Não é hora de debatermos teses, mas de especificarmos políticas e ações, de agirmos de forma contundente contra o crack”, disse João da Costa.
Na ocasião, o gestor municipal destacou o compromisso do governo da presidenta Dilma no tangente à união de esforços em prol da sociedade, diante da problemática da droga, que atinge todo o país. “É possível enfrentar esse problema fazendo esse tipo de articulação entre as diversas instâncias de poder e em parceria com a sociedade civil”, falou.
Compromisso coletivo – Segundo o ministro da saúde, Alexandre Padilha, não há dúvidas de que o assunto deva ser tratado como uma epidemia, com os mesmos efeitos gerados, por exemplo, pelo alto índice de infecção pelo HIV, na década de 1990. “O crack tem todos os conceitos clássicos de uma epidemia e desafia quanto ao tratamento, que sabemos que deve ser feito em conjunto com o poder público, a sociedade, assim como as famílias envolvidas nesse triste processo. A parceria é necessária porque não derrubamos o crack sozinhos, é a combinação de ações de prevenção, cuidado e repressão que fará a diferença”, explicou.
Foi sobre repressão ao tráfico de entorpecentes que falou o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, destacando que os usuários não devem ser refreados e sim cuidados. “Repressão é para o traficante, para a rede de criminalidade que se expande e alimenta o tráfico. O usuário precisa de atenção, de cuidados médicos, de carinho e respeito, enquanto as organizações criminosas precisam ser combatidas com vigor e, para isso, o Brasil está preparado”, enfatizou.
Por sua vez, o governador Eduardo Campos enfatizou todo o trabalho humano que é realizado em prol daqueles que caem na dependência da droga. “Não podemos falar do programa sem lembrarmos dos servidores públicos, que com paixão, fazem um trabalho de reconstrução de vidas. Nem esquecer a sociedade civil organizada, afinal, enquanto os jovens estiverem nas comunidades terapêuticas, trocando as drogas por Deus, estou feliz”.
Programa federal - O programa “Crack, é possível vencer” foi lançado em dezembro de 2011. A intenção do Governo Federal é que, até o meio do ano, oito estados brasileiros façam parte do projeto. Um dos pré-requisitos para participação no programa, de acordo com o Ministério da Justiça, é que os estados estejam com os equipamentos de saúde para atendimento de dependentes químicos devidamente aparelhados e funcionando. As ações do programa federal estão estruturadas em três eixos – cuidado, prevenção e autoridade – e serão desenvolvidas de forma integrada com estados e municípios. No Recife, as ações estarão focadas na Região Político-Administrativa (RPA 1), sobretudo nos bairros do Cabanga, Coelhos, Joana Bezerra, Santo Antônio, São José, Santo Amaro e Boa Vista.