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| 14.06.11 - 17h24

Experiências exitosas da Rede de Atenção Básica do Recife são apresentadas durante seminário

Evento marcou um ano de criação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)

Por Tádzio Estevam

A Rede de Atenção Básica do Recife tem avançado aceleradamente nos últimos anos. Um dos vários exemplos do modelo municipal de saúde “Recife em Defesa da Vida” consiste na valorização e acolhimento dos usuários da rede. Por essa razão, a Secretaria de Saúde do Município vem se destacando com a implantação de dispositivos que reforçam as premissas básicas do SUS, a exemplo do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que comemorou um ano de atividades durante seminário realizado nesta terça-feira (14), em Boa Viagem. Participaram do encontro o secretário da pasta, Gustavo Couto; o assessor executivo, Tiago Feitosa; diretores, gerentes e profissionais do serviço e também de outras políticas de saúde.

Em um auditório lotado, os presentes escutaram atentamente às mensagens dos integrantes da mesa, composta pelo secretário Gustavo Couto; pela diretora Geral de Atenção à Saúde, Bernadete Perez; pela gerente de Atenção Básica, Thatiane Torres; além de representantes da Secretaria Estadual de Saúde; das universidades de Pernambuco (UPE) e Federal de Pernambuco (UFPE); e do Centro de Pesquisas do Instituto Oswaldo Cruz, Aggeu Magalhães. Para Gustavo Couto, a realização do encontro, além de comemorar o aniversário de um ano do serviço, também serve para dividir aprendizado. “São nesses espaços em que o NASF atua que é possível estabelecer o diálogo e reforçar a co-gestão. Esse dispositivo é de fundamental importância, pois é através dele e de outros -, como o serviço de assistência domiciliar que nós também oferecemos -, que se torna viável uma prestação mais eficiente do serviço”, disse.

Durante a programação, os profissionais do NASF realizaram várias apresentações de experiências exitosas do serviço nas comunidades. Foi o caso de uma moradora do bairro de São José (Distrito Sanitário I/ Zona Central do Recife) que antes da chegada do serviço vivia em condições sub-humanas. “Antes da chegada do nosso serviço, Dona Maria – nome fictício – vivia uma situação muito precária. Há dez anos ela não saia de casa. Se alimentava com a ajuda dos vizinhos, foi abandonada pelos filhos e, com o passar do tempo, desenvolveu um quadro clínico muito preocupante. A partir da sensibilização – o que não foi nada fácil -, conseguimos lentamente ingressá-la no serviço. Hoje, Dona Maria já está bem melhor, já sai de casa para ir ao CAPS acompanhada de uma irmã e está voltando à rotina gradativamente. Conseguimos resgatar uma vida”, comemora a Terapeuta Ocupacional de uma das equipes do NASF, Roberta Mota Lessa.

NASF - O serviço nasceu no mês de maio de 2010, quando a Secretaria de Saúde de Recife, a partir da necessidade de fortalecimento das ações básicas de saúde, iniciou a implantação dos núcleos nos Distritos Sanitários. A nova modalidade de atendimento inseriu outras categorias profissionais na Atenção Básica, que passaram a atuar de forma interdisciplinar e complementar juntamente às Equipes de Saúde da Família. O serviço tem se configurado como uma importante estratégia de valorização e troca de saberes, cujo maior objetivo tem sido a ampliação da clínica e a produção de sujeitos – cidadãos, trabalhadores e gestores.

Atualmente, o Recife possui 20 equipes de NASF e duas Equipes de NAPI (Núcleo de Apoio em Práticas Integrativas) distribuídas nos seis Distritos Sanitários, com programação de expansão. As equipes são compostas por Psicólogo, Assistente Social, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Nutricionista, Psiquiatra, Ginecologista e Terapeuta Ocupacional. Uma novidade é que foi integrada recentemente ao serviço mais uma categoria: Sanitarista. A inserção deste profissional, com especialidade em saúde coletiva, tem como objetivo a instituição/ implementação da prática de vigilância à saúde no processo de trabalho das equipes de saúde da família.

Entre os objetivos do NASF estão a diminuição do encaminhamento dos pacientes para outros serviços e as filas de espera, aumentar a eficiência do PSF, colaborar na qualificação da equipe de Saúde da Família, por meio da educação permanente; prevenir agravos, promover a saúde e ampliar os recursos terapêuticos na Atenção Básica.