NOTÍCIAS

| 14.08.13 - 21h25

A Letra e A Voz para todos

[caption id="attachment_37330" align="alignleft" width="680"] A Mostra Infantil terá a exposição Sem Palavras. (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR)[/caption]

PCR anuncia 11º Festival Recifense de Literatura que terá participação de pessoas com deficiência e crianças carentes

Uma ação pensada para apresentar um panorama da produção contemporânea da literatura brasileira. Este é o perfil da programação do 11º Festival Recifense de Literatura – A Letra e A Voz, anunciada nesta quarta-feira (14), em coletiva de imprensa no Museu Murillo La Greca. Este ano, o Festival acontece entre os dias 17 de agosto e 1º de setembro, no Museu Murillo La Greca. Com o tema “Os itinerários da paixão”, o "A Letra e a Voz" propõe explorar a relação da literatura com as diversas paixões que nutrimos por assuntos polêmicos e envolventes como o amor, o desejo, a identidade cultural e o futebol. Além disso, a festa homenageia o pernambucano João Cabral de Melo Neto, considerado um dos mais importantes escritores brasileiros.

Os detalhes foram apresentados pelo gerente de Geral de Ações Culturais e Infraestrutura da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), Gustavo Catalano, junto à gerente de Literatura da FCCR, Carolina Leão, e aos curadores das atividades adultas e infantis, Schneider Carpeggiani e Luciano Pontes, respectivamente. Para Gustavo Catalano, o principal diferencial deste ano é a realização de ações que garantem a inclusão de pessoas, inclusive, com deficiência. “A nossa preocupação com a ampliação da acessibilidade à literatura trouxe para o Festival intérpretes de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) em todas as atividades, além da oficina Semeando Braile, que irá oferecer formação a 20 pessoas, entre elas 10 professores, no intuito de facilitar o acesso da leitura aos deficientes visuais”, explicou o gerente da Fundação de Cultura.

Durante 16 dias serão 18 palestras, cinco lançamentos de livros, três oficinas, uma exposição, cinco apresentações artísticas e contações de histórias. Entre os convidados, nomes como Ruy Castro, Marina Lima, Ronaldo Correia de Brito, José Miguel Wisnik, os gêmeos quadrinistas – Fábio Moon e Gabriel Bá, entre outros. Escritores, teóricos, pesquisadores, editores e artistas visuais representam os diversos segmentos da cadeia do livro e oferecem ao público da cidade um painel plural da literatura realizada no país.

Já Schneider Carpeggiani ressaltou o perfil do Festival, que captura o que está acontecendo na literatura brasileira antes dos principais prêmios literários do país. Ele destacou ainda a presença de alguns autores que normalmente não participam de festivais de literatura: “Conseguimos trazer Sérgio Sant’Anna, que vai lançar seu livro Páginas sem Glórias, e Luiz Alfredo Garcia-Roza, que lança o romance Fantasma”. Um outro ponto evidenciado pelo curador do Festival foi a mesa de abertura dos debates na programação adulta, que terá José Castello, pela primeira vez, falando sobre o processo de elaboração da biografia de João Cabral de Melo Neto – O Homem sem Alma. “Vai ser muito interessante por que vamos ter a oportunidade de ver Castello falando da intimidade de João Cabral. Ele me disse que é a primeira vez que vai sair de casa pra falar de como construiu a biografia e como foi difícil para ele, como fã de João Cabral, e como jornalista, separar o homem e o mito à frente dele”, contou Carpeggiani.

Para os pequenos - Pela primeira vez, o Festival amplia a programação com a realização da I Mostra de Literatura para Infância e Juventude do Recife, uma aposta do festival na formação de leitores. De acordo com o curador Luciano Pontes, a programação infantil buscou uma sintonia com o que foi pensado para o público adulto no sentido de apresentar um panorama da produção contemporânea, só que através da evocação das imagens. “A literatura infantil é tão contemporânea quanto o próprio exercício da contemporaneidade. Há projetos gráficos voltados para a literatura infantil que são completamente modernos, que favorecem a leitura do livro de forma completamente diferenciada. Tentamos trazer essa diversidade que o livro infantil propõe, que é ter esse diálogo da narrativa visual, com a narrativa textual. Procuramos aprofundar o ilustrador como criador, pois muitas vezes ele é negligenciado, e temos que considerar a potência que a imagem tem no livro infantil”, disse Luciano.

A Mostra Infantil terá a exposição Sem Palavras, com ilustrações do pernambucano André Neves, bate-papos com ilustradores, debates e oficinas. Aberta ao público, ela envolve também crianças e adolescentes da rede pública de ensino, em parceria com a Secretaria de Educação, através do Programa Manuel Bandeira, e comunidades carentes, em parceria com a Rede Releituras, entidade da sociedade civil que congrega 10 bibliotecas comunitárias. Crianças dos bairros de Brasília Teimosa, Coque, Alto José Bonifácio e Mangueira vão participar de palestras e oficinas como convidadas.

Festa do Livro – Encerrando a programação do Festival, a Festa do Livro se instala na Praça do Arsenal, que durante dois dias se transforma no Espaço Cultural João Cabral de Melo Neto. Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, a partir das 10h, editoras locais e livreiros da cidade mostram suas produções e circulam seus produtos para um público ávido por leitura e informação.

Este ano, seguindo a política cultural adotada pela Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife, o processo de seleção democratizou ainda mais a participação dos livreiros, sebos e editores, a partir da convocatória pública, que incentiva a participação popular legalizada. Foram selecionados 18 expositores. A Feira contará ainda com cerca de 90 títulos da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

Confira a programação completa no site do festival.