Último dia de arrasta-pé no Sítio Trindade
Neste último dia de balancê na cidade da música, a festa vai ter mais gosto de saudade que de milho. A partir das 18h de hoje (15), apresentam-se, no Sítio Trindade, as derradeiras atrações deste São João da retomada, que hasteou a bandeira da resiliência, da alegria e da resistência, neste momento de reencontro emocionado do Recife com seus festejos e sua cultura.
Daqui a pouco, a partir das 16h, começa a concentração da Procissão dos Santos Juninos, no Pátio do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição. A partir das 17h, haverá a sagração e, às 18h, as bandeiras e grupos saem em caminhada Morro abaixo. A procissão acaba em festa, no Sítio Trindade.
Entre as atrações que comandarão o arrasta-pé no parque mais junino da capital, estarão: Dona Del do Coco & Ciranda, Josildo Sá, Forrozão Santroppê, Nando Cordel, Santanna, CaSoando e Cylene Araújo.
Eles completam a lista de mais de 700 apresentações de autênticos defensores dos ritmos e tradições nordestinas, que subiram aos palcos do Sítio e dos polos descentralizados, desde o último 1º de julho, para espalhar festa por toda a cidade. As quadrilhas também celebraram, em muitas cores e temas, o primeiro passeio na roça, depois de dois anos tão duros. Foram mais de 100 apresentações em vários polos, além do Sítio.
Entre um forró e uma ciranda, não faltou pretexto para mastigar. No maior arraial da festa, 80 pontos de comércio ofereceram de um tudo para temperar os festejos: de maçã do amor a tapioca, acarajé a coxinha.
Por dia de festa, uma média de 500 pessoas, de diversas secretarias e órgãos da Prefeitura do Recife, trabalharam no Sítio Trindade, para garantir o atendimento e o contentamento da população, ao longo das três semanas de programação, promovida pela Secretaria de Cultura e pela Fundação de Cultura Cidade do Recife.
Solidariedade? Teve também! Ao todo, o posto de arrecadação de doações mantido durante a festa no Sítio Trindade recebeu mais de 10 mil itens, entre roupas, fraldas, colchões, brinquedos e alimentos. Só entre pacotes de arroz, feijão, macarrão, açúcar, café, garrafas de óleo e produtos afins, as doações juninas chegaram a mais de 1685 unidades.
Mas o destaque deste ciclo junino, em que o Recife precisou reinventar seu calendário para assegurar passarela às tradições e brincadeiras da cultura popular nordestina, foi mesmo a saudosa, calorosa e sempre numerosa plateia. Uma média de 60 mil pessoas gastaram a sola do chinelo no Sítio Trindade, até a noite de ontem. Quem sabe hoje o Recife dobre essa meta, celebrando cada instante junino, até que cochile o último sanfoneiro.