Galeria Janete Costa abre mostra em homenagem à Zé de Barros nesta terça, 17
Nesta terça-feira (17), a partir das 19h, será aberta na Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, a mostra 21 anos sem Zé de Barros. Idealizada pelo artista Izidoro Cavalcanti e com curadoria de Joana D´Arc Lima e Sebastião Pedrosa, a mostra tem patrocínio do Funcultura e conta com 140 obras do artista pernambucano, ficando aberta ao público até o dia 10 de janeiro. A Galeria Janete Costa é um equipamento cultural da Prefeitura do Recife.
Nascido em 1943, Zé de Barros foi desenhista, pintor, gravador, além de ter atuado como professor na Universidade Federal de Pernambuco no curso de educação artística. Entre 1965 e 1994, realizou uma profícua produção que influenciou uma legião de artistas, em especial aqueles que fizeram parte da geração da década de 1980. Falecido em 1994, Zé de Barros teve suas obras expostas no Recife, pela última vez, em 1996.
Boa parte de suas obras se desenvolveu no campo da bidimensionalidade, em desenhos, gravuras e pinturas. Em sua atividade artística ele quase sempre expandia os horizontes de liberdade, utilizando técnicas mistas, tinta, giz, carvão, sobrepondo camadas, incorporando materiais e suportes como papelão, eucatex, tecidos que lhe possibilitavam experimentar muitas coisas.
A mostra foi dividida em três blocos. A primeira apresenta gravuras e litogravuras, incluindo a série Impressões Amazônicas, que foi exposta em 1996, na UFPE, dois anos após a sua morte. No segundo módulo, estão reunidas as memórias do artista: algumas de suas anotações, peças gráficas, esboços, transcrição de suas cartas endereçadas à família quando se encontrava em estudo em Paris, matrizes de gravura em metal ou xilogravura. O terceiro e último módulo vai apresentar pinturas, algumas em grandes formatos, e 43 desenhos em nanquim do artista. Boa parte dessa produção é inédita do grande público.
Há anos que Izidoro Cavalcanti mantém uma relação próxima com a família de Zé de Barros, em especial com sua irmã Tereza Dias. Após a morte do artista, em 1994, ela ficou responsável por cuidar das cerca de 1500 obras do irmão e ele a ajudou nessa empreitada. “Eu sempre quis levar ao público a produção de Zé de Barros e fiquei muito feliz quando consegui parceiros para essa realização”, diz o artista.
“Ele tinha um rigor técnico impressionante. Uma força enorme na gestualidade, nas suas gravuras e pinturas. Seu gesto de artista era largo, por vezes furioso”, destaca a curadora Joana D´Arc. Já Sebastião Pedrosa, que também assina a curadoria, sublinha a atenção dada à figura humana pelo artista, seja nos retratos ou autorretratos, além da natureza morta, das cenas de interiores, e de paisagem.